24 Julho 2024, Quarta-feira

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António Costa ‘inaugura’ Hidrogénio Verde e afirma que este é o caminho para a liberdade energética do País

António Costa ‘inaugura’ Hidrogénio Verde e afirma que este é o caminho para a liberdade energética do País

António Costa ‘inaugura’ Hidrogénio Verde e afirma que este é o caminho para a liberdade energética do País

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A Floene distribui, a Gestene produz e o Seixal marca o arranque do Hidrogénio Verde. O primeiro-ministro ‘abriu a torneira’

Ontem foi o ‘Dia H’ da transição para a energia do futuro em Portugal. No Seixal, o primeiro-ministro abriu a ‘torneira’ para a primeira injecção de Hidrogénio Verde na rede de distribuição de Gás Natural no País, e acendeu o primeiro fogão abastecido por esta mistura sustentável. O prato inaugural cozinhado com recurso ao Hidrogénio Verde, e servido às centenas de convidados de entidades envolvidas neste projecto que estiveram presentes neste momento, foi um petisco: pica-pau.

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“Hoje é um dia importante”, comentou António Costa que lembrou que Portugal, em 2016, “foi o primeiro País a assumir a responsabilidade de atingir a neutralidade carbónica até 2050”, e vincou que, “até ao final da legislatura [2026], o País terá 80% da rede a funcionar com energia renovável”. Uma meta que, minutos antes, o ministro do Ambiente e Acção Climática, Duarte Carneiro, já tinha traçado, mais do isso, disse acreditar que Portugal vai ainda conseguir “exportar Hidrogénio Verde”.

No mesmo dia, terça-feira, Duarte Carneiro revelou que, horas antes, com António Costa, foram lançados 25 contratos para a produção de hidrogénio e biometano, ao abrigo do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Isto para um ecossistema produtivo que “vai alcançar resultados”. E acrescentou: “Temos mais de 80 milhões de euros para completar 100% da rede prevista no PRR”.

O ministro assumiu que foi “um risco” Portugal avançar com o desafio da rede renovável, mas “fez sentido reforçar essa rede”, que se traduziu em manifesta poupança energética. E António Costa aproveitou para lembrar que, em 2020, quando o Governo apresentou a Estratégia Nacional para o Hidrogénio, “muitos disseram que era um projecto lunático porque apostar no hidrogénio era um risco enorme, por ser inodoro e incolor, mas, menos de três anos depois, [com o hidrogénio já tratado para ser detectado pelas pessoas], estamos a injectar 5% de Hidrogénio Verde na rede. Nós sonhamos e fazemos mesmo acontecer a obra”.

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Para o primeiro-ministro o investimento nas energias renováveis tornou-se ainda mais importante depois de 24 de Fevereiro de 2022, quando a Rússia levou a guerra à Ucrânia. “Ninguém pode estar dependente do fornecimento energético externo; autonomia energética é liberdade. Temos de prosseguir a aposta nas energias renováveis, além dos recursos hídrico e solar”.

Liderado pela Floene, o projeto “A Energia Natural do Hidrogénio” vai abastecer um conjunto de 82 clientes residenciais, terciários e industriais do concelho do Seixal, sendo um deles o edifício dos Serviços Operacionais da Câmara do Seixal, na Cucena, que recebeu a cerimónia da primeira injecção de Hidrogénio Verde na rede de distribuição de Gás Natural. Para Diogo da Silveira, presidente do conselho de administração da Floene, este foi um primeiro passo que “servirá de exemplo para outros projectos a nível nacional”.

Depois de uma fase de testes, estes clientes passaram desde ontem a ser oficialmente abastecidos por uma mistura de Hidrogénio Verde (H2) com Gás Natural, aumentando a percentagem de H2 até um máximo de 20%. Sendo que o H2 é produzido localmente, com energia 100% renovável, no Parque Industrial do Seixal, pela empresa portuguesa Gestene.

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O plano da Floene, que visa “contribuir para uma economia moderna e segura”, pretende ainda “acelerar a descarbonização com sustentabilidade nas tarifas e no sistema”. Ou seja, os clientes “não vão pagar mais” por usarem esta mistura energética, disse o CEO da distribuidora de energia.

Depois de produzido e armazenado, o Hidrogénio Verde percorre 1 400 metros num gasoduto de polietileno, igual a cerca de 95% da rede de gás utilizada em Portugal, até uma estação, onde é misturado com Gás Natural, sendo depois distribuído aos clientes. “A Energia Natural do Hidrogénio” é um projecto financiado pelo Fundo de Apoio à Inovação, que tem vindo a ser desenvolvido e testado desde 2021, com sucesso.

Para Paulo Silva, presidente da Câmara do Seixal, esta aposta empresarial no concelho é bem-vinda pelo “assinalável crescimento populacional” no território, – “o maior da Área Metropolitana de Lisboa” -, o que tem implicado também um aumento do consumo energético, e também porque se ajusta à política ambiental do executivo comunista na aposta nas energias sustentáveis.

“A Carta Ambiental do concelho integra vários desafios ambientais sustentáveis”, referiu, relembrando que o município já conseguiu “reduzir em 30% os níveis de CO2, em 20% o efeito de estufa e 20% no consumo” energético. Isto à custa de projectos ambientais desenvolvidos pela Câmara Municipal.

O presidente da autarquia focou ainda serem vários os projectos e criação efectiva de parques verdes urbanos no concelho, além de hortas urbanas. E o maior espaço verde do concelho está neste momento em construção; trata-se do Parque Metropolitano da Biodiversidade, cujos primeiros oito hectares da totalidade 400 hectares, “serão inaugurado no próximo mês”.

Paulo Silva sublinhou ainda que “um quinto das empresas da Área Metropolitana de Lisboa “têm sede no Seixal”, o que corresponde a “16 mil empresas”. E um dos empreendimentos é, precisamente, a empresa Gestene. “A produção de Hidrogénio Verde é a grande inovação tecnológica para a poupança de Gás Natural, e poupar é fundamental para a transição energética visando a neutralidade carbónica em 2050”, firmou.

Maior operador de distribuição de gás em Portugal

A Floene é o maior operador de distribuição de gás em Portugal, estando presente em 106 concelhos de norte a sul do País, através dos seus nove Operadores Regionais de Distribuição de gás (Beiragás, Dianagás, Duriensegás, Lisboagás, Lusitaniagás, Medigás, Paxgás, Setgás e Tagusgás).

Conta com mais de 1,1 milhão de clientes ligados. Tem uma rede com mais de 13,5 quilómetros preparada para receber os novos gases renováveis, como o hidrogénio e o biometano.

A Floene “assume-se com um player de relevância na transição energética em Portugal, dando assim concretização ao seu propósito de promover comunidades sustentáveis”, afirma a empresa.

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