Celebrações decorrem de 26 deste mês a 1 de Julho. Largadas com três toiros é novidade. Discussão de proposta de atribuição de apoio à Tertúlia Tauromáquica acabou com insultos
A programação artística das Festas Populares em Honra de S. Pedro, no Montijo, que vão decorrer de 26 deste mês a 1 de Julho, têm como cabeça-de-cartaz Anselmo Ralph. O cantor estará assim de regresso a uma terra que já conhece bem – a 12 de Maio de 2017 actuou no Cinema Teatro Joaquim d’ Almeida, num espectáculo em formato acústico.
A edição deste ano das festividades – que a exemplo da anterior deverá englobar à volta de duas centenas de actuações artísticas com um total de cerca de cinco mil participantes a passarem pelos vários palcos – vai apresentar uma novidade em relação à vertente da festa brava: cada uma das sete largadas (menos uma do que no ano transacto) passará a contar com três toiros em vez de apenas dois, sendo a Rua Joaquim de Almeida dividida em três troços para o efeito, conforme revelou Nuno Canta, presidente da Câmara Municipal, na reunião pública do executivo realizada na última quarta-feira nos Paços do Concelho.
A autarquia, de resto, assume este ano o custo relativo à contratação de campinos, conjunto de toiros e jogo de cabrestos, até então a cargo da Tertúlia Tauromáquica do Montijo, admitiu o socialista durante a apresentação da proposta de apoio financeiro à referida entidade no âmbito da realização dos festejos. Ao assumir este encargo, a Câmara baixou de 24 mil para 9.380 euros o valor do subsídio a atribuir à Tertúlia Tauromáquica.
A proposta foi aprovada com quatro votos favoráveis do PS e dois da CDU, merecendo o voto contra do vereador do PSD, João Afonso. O social-democrata justificou o sentido de voto “não por estar contra as Festas de S. Pedro ou o movimento associativo” mas sim por defender que as associações devem “prestar contas do uso dos dinheiros públicos”, alegando que estas não o fazem e que não há transparência nem rigor.
Mais: lembrou que dos 24 mil euros atribuídos o ano passado à Tertúlia Tauromáquica “8 mil destinaram-se alegadamente para montar e desmontar as trincheiras, 11 mil e 600 para toiros, 4 mil para campinos e cabrestos e 400 euros para limpeza da Praça de Toiros”, o que classificou de “regabofe” e “pouca vergonha de esbanjamento de dinheiro público”.
A acusação do social-democrata já havia sido feita após a realização dos festejos da edição anterior e o vereador considerou que, agora, a Câmara ao chamar a si a contratação de curro para as largadas, cabrestos e campinos “recuou em toda a linha”, entendendo assim que a proposta apresentada pela gestão socialista tinha “chancela” social-democrata.
Protótipo de político, usurpador e intriguista
Na resposta, Nuno Canta foi corrosivo, apelidando o social-democrata de “protótipo de político” e de “usurpador” de trabalho alheio – antes do período da ordem do dia, o socialista já havia acusado o vereador de ser intriguista e de não ter “um pingo de credibilidade na comunidade” montijense.
“Na história do Montijo nunca tivemos um vereador que fosse capaz de fazer este papel, nem mesmo do seu partido”, disparou o presidente da autarquia, defendendo que “não há maior transparência [na atribuição de apoios financeiros] do que apresentar uma proposta em reunião de câmara”.
A vereadora Sara Ferreira, eleita pelo PS, refutou que a autarquia tivesse recuado no processo, apresentando uma carta da Tertúlia Tauromáquica a solicitar que fosse a Câmara a tomar as rédeas da contratação de toiros para as largadas por uma questão de isenção face ao relacionamento que aquela entidade taurina mantém com vários ganadeiros.
Com o mesmo sentido de voto foram também aprovados, no âmbito das Festas de S. Pedro, um apoio de 11.750 euros à Sociedade Cooperativa União Piscatória Aldegalense (SCUPA) e um outro no valor de 3.500 euros à Sociedade Filarmónica 1.º de Dezembro.
Paralelamente, foi ainda aprovado um apoio financeiro, mas por unanimidade, de 2.580 euros que visa a realização das Festas das Craveiras, em Pegões, a terem lugar de 5 a 7 de Julho, depois de terem sofrido um interregno de 14 anos.
Filas para tirar Cartão do Cidadão merecem resposta
Vereador da CDU lança apelo ao presidente
Durante a reunião do executivo, Carlos Jorge de Almeida, vereador eleito pela CDU, manifestou ao presidente da Câmara “indignação e perplexidade” pelo facto de os munícipes que se deslocam ao Registo Civil para renovarem o Cartão de Cidadão serem obrigados a aglomerarem-se sem condições em fila desde as cinco horas da manhã para conseguirem senha para serem atendidos.
O comunista apelou à intervenção do socialista junto da administração central no sentido de ser encontrada uma solução para o problema que, afirmou, resulta “da política de expulsão de 75 mil funcionários públicos” imposta pela troika, “sobretudo no último Governo”.