22 Julho 2024, Segunda-feira

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Amiga da professora assassinada diz que problemas começaram após namoro entre arguidos

Amiga da professora assassinada diz que problemas começaram após namoro entre arguidos

Amiga da professora assassinada diz que problemas começaram após namoro entre arguidos

Ex-colega de Amélia Fialho lembrou pergunta suspeita de Iúri à saída da esquadra montijense, logo após ter sido feita a participação do desaparecimento da vítima

 

Uma colega e amiga da professora Amélia Fialho assassinada no Montijo em Setembro de 2018 disse ontem que os problemas com a filha adoptiva da vítima iniciaram-se quando Diana Fialho começou a namorar com Iúri Mata.

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“No início, quando a menina veio para casa via-as muito felizes, tinham uma cadela e adoravam-na. Quando a Diana começou a namorar com o Iúri, do que tenho conhecimento, foi quando começaram os problemas”, testemunhou Maria de Sousa, na segunda sessão do julgamento, no Tribunal de Almada.

Diana Fialho e Iúri Mata estão acusados pelo Ministério Público (MP) pelos crimes de homicídio qualificado e profanação de cadáver.

De acordo com a professora reformada, ex-colega de Amélia Fialho, foi a arguida que lhe deu conta do desaparecimento da mãe adoptiva, tendo inclusive aceite a ajuda para ir à PSP do Montijo formalizar a queixa.

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“Lembro-me do Iúri me perguntar: ‘se ela tiver mesmo desaparecido como é que chegamos às coisas dela?’ Naquela altura fiquei triste. A Diana estava presente, mas não consegui ver o rosto dela, nem se fez algum gesto. Caiu-me a ficha, eu numa situação daquelas estaria a chorar”, referiu.

Neste depoimento, Maria de Sousa contou também que Amélia Fialho decidiu adoptar uma criança para ter alguém “a quem deixar o que tinha”.

Neste sentido, a mulher confirmou que a vítima tinha o testamento em nome de Diana Fialho, mas quando a filha saiu de casa, em 2014, “alterou ou pensou em alterar” o documento.

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Psiquiatra lembra depressão de Iúri

 

Nesta sessão, também falou a psiquiatra de Iúri Mata, Maria Esteves, que foi consultada pelo arguido em 2016, quando estava com uma “depressão intensa” devido a problemas com o pai e pressão nos estudos.

“O pai [de Iúri] tinha manifestações psicóticas e com um tipo de depressão grave podia manifestar-se, mas na altura não. Quadros psicóticos eu não vi”, frisou.

Os restantes cinco testemunhos nesta sessão, familiares ou amigos do arguido, manifestaram que Iúri era uma pessoa “simpática, sociável e estudiosa”.

“O meu filho era a pessoa mais amiga do seu amigo, era o primeiro a apaziguar em situação de conflito. Se fossem precisas mais testemunhas vinham muitas mais”, sublinhou Orlanda do Carmo, a mãe do arguido, que acabou por se emocionar. A sessão prossegue na parte da tarde, pelas 14h00, para ouvir a última testemunha.

O julgamento iniciou-se em 4 de Julho e ambos os arguidos remeteram-se ao silêncio, apesar de o advogado de Iúri Mata ter esclarecido que o seu cliente não estava em condições de o fazer “por esta sob efeito de forte medicação”.

Segundo o despacho de acusação do MP, os arguidos “gizaram um plano para matar Amélia Fialho, de 59 anos, e, ao jantar, colocaram fármacos na bebida da vítima que “a puseram a dormir”, tendo desferido “vários golpes utilizando um martelo”, causando a morte da professora.

Após o homicídio, relata a acusação, os arguidos embrulharam o corpo e colocaram-no na bagageira de um carro, deslocando-se até um terreno agrícola, em Pegões, no Montijo, onde, com recurso a gasolina, “atearam fogo ao cadáver”.

A última sessão do julgamento está marcada para sexta-feira, pelas 14h00, momento em que também serão proferidas as alegações finais.

Foi em 7 de Setembro de 2018 que a filha adoptiva e o genro da vítima foram detidos e presentes a tribunal, o qual decretou a medida de coacção de prisão preventiva. A arguida está no Estabelecimento Prisional de Tires, enquanto o homem no do Montijo. Lusa

 

 

 

Diana Fialho e Iúri Mata falaram pela primeira vez

 

A fase final da audiência de ontem ficou também marcada pelo depoimento de Diana Fialho e Iúri Mata, que falaram pela primeira vez em julgamento, respondendo a algumas perguntas sobre o relatório social.

Apesar de o advogado do arguido ter voltado a informar que o seu constituinte “não estava em condições [de falar], nem se lembrar da [presente] data”, Iúri Mata conseguiu responder a todas as perguntas do juiz, indicando os locais onde trabalhou, vencimentos e quem o tem visitado na prisão.

Já Diana Fialho deu conta que teve “internamento psiquiátrico aos 14 e aos 18 anos”, primeiro devido à “grande depressão pelo falecimento da avó” e, mais tarde, por não “estar a conseguir tirar o curso”, passando a tomar medicação até aos 20 anos. “Tinha muito boa relação com a minha avó. Passei muito mal porque era com a minha avó que eu passava mais tempo, a minha mãe estava sempre a trabalhar”, referiu.

 

Lusa

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