Diz ser da direita moderada e defende a economia liberal. Carlos Medeiros reside em Setúbal e fala em salários mais elevados para os trabalhadores e mais aplicação e formação na gestão empresarial para se atingirem maior rentabilidade
Carlos Medeiros é o cabeça de lista pelo círculo eleitoral de Setúbal do Aliança, partido criado por Santana Lopes, nas Legislativas de Outubro. O homem que até finais do ano passado presidiu ao Conselho Municipal de Genebra, faz a apresentação pública da sua candidatura amanhã, às 16 horas, no Auditório do Mercado do Livramento, em Setúbal.
Nascido no Bairro Alto, em Lisboa, imigrou para a Suíça com 21 anos. Foi empresário genebrino e, em 2008 aderiu ao Movimento de Cidadãos Genebrinos acabando por ter cargo político de destaque no cantão de Genebra.
No início deste ano volta para Portugal, foi residir para Setúbal, para a zona do Viso.
Afirma ter apreciado, desde sempre, a personalidade e desempenho político de Pedro Santana Lopes, apesar de nunca ter alinhado ao lado do PSD. Politicamente, Carlos Medeiros, com 53 anos, passou pelo CDS, nomeadamente começou a sua acção política na Juventude Centrista.
Quando ouviu o ex-presidente do PSD e ex-primeiro Ministro formular as ideias do Aliança, diz ter-se revisto no ideal político do recém-criado partido. “Sou da direita moderada”, afirma.
Em breve era o militante número 14 do Aliança e é convidado pelo presidente do partido para liderar a lista por Setúbal. E garante que não tem sustos por se candidatar por uma linha de direita num distrito essencialmente de esquerda.
Resume a sua ideologia política na expressão “uma economia forte para fazer um social eficaz”. Diz-se do lado da economia liberal, não tem simpatia pela regionalização, e está aberto a parcerias entre público e Estado, em sectores como a saúde. “Nivelar por cima”, afirma, mas “com bom senso”.
Aliás, a expressão “bom-senso” utiliza-a várias vezes no seu discurso. É assim quando refere subir a escala da rentabilidade laboral, num quadro em que os empresários têm de a aumentar os seus lucros para poderem investir mais no país.
Defende ordenados mais elevados para os trabalhadores e, dentro da linha da rentabilidade, interroga-se sobre o motivo dos trabalhadores portugueses serem os que mais horas trabalham, e o seu resultado está num nível baixo de rentabilidade comparados com outros países. “Isto não é culpa dos trabalhadores; é resultado de má gestão empresarial”, afirma e aponta o dedo ao Estado por não incentivar os empresários a apostarem mais na sua formação.