O Conselho de Ministros aprovou hoje o início da reforma e simplificação dos licenciamentos ambientais, eliminando autorizações, procedimentos e licenças
O ministro do Ambiente e da Acção Climática defendeu hoje, em Alcochete, que a electrificação tem limites e que Portugal quer ser produtor de hidrogénio verde e não apenas utilizador, assinalando o contributo do projeccto Ambiente+Simples.
“A electrificação tem limites e temos que ter uma estratégia de resposta no que diz respeito à produção de gases renováveis, que permitam substituir os gases com impactos ambientais”, afirmou Duarte Cordeiro, que falava na apresentação do primeiro pacote da Reforma dos Licenciamentos – Ambiente+Simples.
O governante vincou que Portugal quer ser produtor de gases renováveis, como hidrogénio verde, e não apenas utilizador, sublinhando o contributo do projecto Ambiente+Simples para este objectivo.
Conforme apontou, a simplificação do licenciamento do hidrogénio verde, uma das medidas previstas no projecto hoje apresentado, vai acelerar esta transformação em Portugal.
O Conselho de Ministros aprovou hoje o início da reforma e simplificação dos licenciamentos ambientais, eliminando autorizações, procedimentos e licenças.
Com este diploma, o executivo pretende simplificar a actividade das empresas e incentivar o investimento, reduzindo os encargos administrativos e os custos.
Ainda assim, conforme ressalvou, tal acontecerá sem prejuízo do cumprimento das regras de protecção ambiental.
Neste sentido, a Administração Pública passará a ter “um enfoque especial na fiscalização, exigindo-se maior co-responsabilização e autocontrolo por parte dos operadores económicos”.
Duarte Cordeiro destacou também a simplificação no que se refere à utilização das águas recicladas, “sem comprometer a saúde ou o ambiente”, lembrando que 2022 foi o terceiro pior ano de seca desde 1931.
O ministro recordou o objectivo estratégico de aproveitar 10% de todas as águas das ETAR (Estação de Tratamento de Águas Residuais) até 2025 e de 20% até 2030.
“Sabemos que não vamos contar, no futuro, com a mesma água que temos hoje. Cada dia que chove é um dia em que sou feliz. É bom para a agricultura, natureza, para as reservas que temos e também para a energia, mas também temos que apostar em alternativas”, sublinhou.
Durante a sua intervenção, o governante destacou ainda o solar como “uma grande aposta” do Governo.
“Hoje temos 16 gigawatts de capacidade instalada no país, 45% diz respeito a barragens, 35% a eólica e só 15% ao solar. Nós temos um país com muito sol, temos que acelerar o solar”, acrescentou.
Na mesma sessão, o secretário de Estado da Digitalização e da Modernização Administrativa, Mário Campolargo, defendeu que o pacote legislativo hoje apresentado é resultado de um “processo muito transparente”, que classificou como “um exemplo da democracia a funcionar”, aludindo ao processo de consulta pública, que contou com cerca de 250 contributos.
Campolargo reconheceu que a consulta pública permitiu fazer um “exercício de maturação” do projecto e garantiu que o Governo teve sempre o objectivo de reduzir os encargos administrativos, sem pôr em causa os valores e exigências ambientais.
A eliminação da renovação da licença ambiental, a criação de um reporte ambiental único e o fim da obrigação dos edifícios terem instalações de gás estão entre as medidas da reforma de licenciamentos que hoje foi divulgada.
Este é o primeiro pacote de simplificação de licenciamentos, a que se seguirão outros sectores como o urbanismo, o comércio e a indústria.
Iberdrola quer investir 3 mil ME em Portugal nos próximos anos
O presidente executivo da Iberdrola anunciou que a empresa quer investir em Portugal, nos próximos anos, três mil milhões de euros, afirmando que gostaria de o fazer ainda durante o mandato do primeiro-ministro, António Costa.
“Investimos em Portugal dois milhões de euros, nos últimos anos, mas queremos ir mais longe, por isso […], estamos dispostos a investir mais três milhões de euros nos próximos anos”, anunciou Ignacio Galán, que falava na apresentação do primeiro pacote da Reforma dos Licenciamentos – Ambiente+Simples, em Alcochete.
Galán sublinhou que gostava de fazer este investimento ainda durante o mandato do primeiro-ministro, António Costa, que também está presente na sessão.
O presidente executivo da Iberdrola mostrou assim interesse em inaugurar “mais instalações fotovoltaicas, mais armazenamentos de electricidade, mais energia eólica e também hidrogénio verde”.
Durante a sua intervenção, Galán defendeu ainda que a transição energética oferece uma “oportunidade única” para reduzir as importações e alcançar os objectivos climáticos, mas também para criar um “tecido industrial competitivo”, que seja capaz de gerar milhares de postos de trabalho.
“Acreditamos que isto é possível, através do diálogo e da confiança. Senhor primeiro-ministro, sabe que pode contar com a Iberdrola”, assinalou.