10 Maio 2024, Sexta-feira

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PS diz que Setúbal é a “cidade adiada” com anúncios de milhões em projectos que “nunca saíram do papel”

PS diz que Setúbal é a “cidade adiada” com anúncios de milhões em projectos que “nunca saíram do papel”

PS diz que Setúbal é a “cidade adiada” com anúncios de milhões em projectos que “nunca saíram do papel”

Socialistas questionam presidente da câmara sobre projectos apresentados nos últimos mandatos e ficam “desiludidos” com respostas

 

Os vereadores do Partido Socialista (PS) na Câmara Municipal afirmam que Setúbal é a “cidade adiada” e uma “capital de distrito que continua a adiar as suas potencialidades” devido a anúncios de milhões de euros em projectos “que nunca saíram do papel”.

“Não podemos estar a apresentar constantemente projectos que nunca se concretizam. Somos eternamente a cidade adiada. Uma capital de distrito que continua a adiar as suas potencialidades através de falsas promessas”, disse Fernando José esta quinta-feira.

Em conferência de Imprensa realizada um dia depois de aprovado em sessão camarária um empréstimo de quase nove milhões de euros para a realização de 12 intervenções, os socialistas explicaram ter ficado “surpreendidos com a apresentação de um balanço feito pelo presidente da câmara e pela perspectiva de investimentos futuros no concelho”.

Isto na sequência de André Martins ter falado de “uma série de projectos de milhares de milhões sem referir uma única palavra para os projectos que foram apresentados nos últimos mandatos”.

Em entrevista recente a O SETUBALENSE, o presidente da autarquia explicou que estão em curso no concelho investimentos de 2,2 milhões de euros, afirmação que voltou a fazer na última reunião de câmara.

“Na última campanha eleitoral [a CDU apresentou] investimentos na ordem dos 300 milhões de euros, sem que até agora se tenha visto qualquer investimento, depois de vários anos em que vivemos no país da ‘Maria das Maravilhas’, em que tudo era apresentado como mega-investimento”, disse Fernando José na conferência de Imprensa.

“Espantados com a apresentação de milhões de investimentos em Setúbal”, com os quais dizem ficar “satisfeitos sendo concretizáveis”, os eleitos do PS decidiram na última reunião de câmara questionar André Martins sobre qual “o ponto de situação destes projectos”.

Nova biblioteca municipal prometida desde 2005

O vereador Fernando José começou por perguntar sobre a nova biblioteca municipal de Setúbal, anunciada desde 2005. Na reunião de câmara, o presidente da câmara referiu que “havia umas ameaças de financiamento do projecto da construção e o que é facto é que se concluiu que não havia fundos comunitários para bibliotecas”.

“André Martins diz que desta vez é que o projecto vai avançar. Esperemos que sim e cá estaremos para votar favoravelmente tudo o que tenha a ver com propostas para a construção da nova biblioteca municipal”, garantiu Fernando José.

No que diz respeito “ao protocolo que foi assinado com a Macau Legend, uma autêntica revolução na cidade”, Fernando José afirmou que “passaram anos e nada foi concretizado”. Em resposta, André Martins disse que “alguns responsáveis da câmara foram a Macau ver os investimentos da empresa” e que a autarquia “agiu de boa-fé”.

“Depois tivemos a promessa do Terminal 7, uma autêntica revolução na zona ribeirinha. Com um terminal que iria dar resposta ao turismo de cruzeiros. Passados tantos anos nada foi feito”, salientou ainda o socialista.

Por parte de André Martins obteve a informação de que “o tempo passou e há outros projectos para aquela zona do território”. Além disso, Fernando José relembrou a Cidade do Conhecimento. “Depois de não ter resultado no Cartaxo, vem um grande investidor a Setúbal apresentar mais um investimento de milhões.

Os anos foram passando e sobre esse investimento não se tem conhecimento”, frisou o socialista. Já o presidente da edilidade esclareceu que “os processos estão no Urbanismo”. “[O investidor] contratou uma empresa que tratava com os nossos serviços e que tem vindo a desenvolver esta relação, mas ultimamente de forma mais espaçada no tempo”.

Os eleitos do PS perguntaram ainda sobre o Wake Parque, “um dos maiores parques aquáticos da Europa”, tendo obtido a informação, por parte da vereadora Rita Carvalho, deque “foi reiniciado o processo para pedir um novo estudo de impacte ambiental ou uma revisão do estudo de impacte ambiental sobre aquele projecto em particular”.

Quanto às respostas dadas pelo presidente da autarquia, os socialistas dizem ter ficado “efectivamente desiludidos”. “A seriedade com que o presidente da câmara abordou estes assuntos, levou a que efectivamente os vereadores ficassem desiludidos porque ficaram a saber que estes projectos, que durante anos foram anunciados, não se vão concretizar”.

Socialistas não concordam com localização dos pavilhões desportivos

Sobre os projectos da Câmara de Setúbal e, mais concretamente, as 12 obras que estão previstas ser realizadas ao longo do mandato, os vereadores do PS dizem não ter nada a opor, mas que não concordam, por exemplo, “com a questão dos pavilhões desportivos”.

Nas obras anunciadas está incluída a construção do Pavilhão Desportivo das Manteigadas, com os eleitos socialistas a concordarem que estes espaços “devem ser construídos”, mas que “devem dar resposta à comunidade escolar e depois ao movimento associativo”.

“Estranhamos que não seja construído no espaço da Escola Secundária D. Manuel Martins, de forma a ter uma utilização equilibrada daquele equipamento”, disse o vereador Joel Marques. Ainda na sua intervenção, o socialista elencou “os sonhos que se compraram”.

“A Câmara de Setúbal comprou por 1,2 milhões de euros o sonho de reabilitar a Praça de Touros Carlos Relvas para construir um centro cultural. Passaram mais de seis anos e até ao momento ninguém conhece uma tentativa de concretização daquilo que se comprou”.

Em 2019, por sua vez, o município “resolveu comprar o sonho da IMAPARK, que tinha como pressupostos a necessidade de concentrar naquele espaço serviços operacionais, mas também transferir o mercado abastecedor e o mercado de segunda venda”.

“Até ao momento a única coisa que conhecemos em qualquer um destes espaços é a crescente degradação. Não conhecemos nenhum projecto ou nenhuma expectativa de concretização”, afirmou.

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