25 Abril 2024, Quinta-feira
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Manuel Pizarro lança primeira pedra do ‘novo’ Hospital de Setúbal mas autarcas e utentes mantêm preocupações

Ministro da Saúde afirma que melhores condições atraem profissionais. Presidente da Câmara diz que “ampliação sem profissionais não serve para nada”

 

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De capacete, colete e munido de uma pá, o ministro da Saúde fez ontem as honras e lançou a primeira pedra do novo edifício do Hospital de São Bernardo. No entanto, e apesar de concordarem tratar-se de um passo importante, o arranque da obra de ampliação não tranquilizou os autarcas e a população, que afirmam que vão continuar a lutar.

Durante a sua visita à unidade hospitalar, Manuel Pizarro adiantou que a obra vai demorar 20 meses a ser executada, reconhecendo que a construção do novo edifício, apesar de não resolver os problemas de fundo, vem melhorar as condições dos serviços prestados.

“Estas novas instalações vão resolver o problema de falta de profissionais? Directamente não. Mas todos sabemos que melhores condições também ajudam a atrair jovens profissionais”, afirmou.

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“Assistimos ao lançamento de uma obra desta dimensão. 27 milhões de euros. [O novo edifício vai receber] os serviços de urgência geral, pediátrica, obstetrícia, o internamento de pediatria, o internamento de obstetrícia e a unidade de cuidados intensivos”, acrescentou.

Já André Martins, presidente da Câmara de Setúbal, depois de afirmar tratar-se de “um passo importante” e de estar “satisfeito”, disse haver “um grande risco” de a obra ficar concluída e de não haver profissionais de saúde para trabalhar no novo edifício.

“Esse é de facto um grande risco. A ampliação sem profissionais de saúde não serve para nada”, sublinhou. É por este motivo que o autarca diz justificar-se que “os presidentes das autarquias da área de influência do Hospital de Setúbal se continuem a manifestar no sentido de reivindicar que sejam tomadas medidas”.

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“É um passo importante, mas consideramos que é fundamental, além da obra, que haja condições e incentivos aos profissionais de saúde para que eles venham para o Serviço Nacional de Saúde (SNS)”, referiu.

Sobre a decisão de encerrar a Urgência Pediátrica aos fins-de-semana, de forma intercalada, devido à falta de recursos humanos, o autarca explicou concordar “que, perante todas as grandes dificuldades identificadas, haja medidas de gestão”.

“O problema é que medidas assim não resolvem os problemas em definitivo e nós queremos resolver as questões em definitivo e, sobre isso, não temos nenhum compromisso [da parte do Governo]”, sublinhou.

Também na cerimónia que marcou o arranque oficial da obra de ampliação do São Bernardo, principal unidade do Centro Hospitalar de Setúbal, a ser executada pela empresa Ferreira Build Power, esteve Álvaro Amaro, presidente da Câmara de Palmela, que, mesmo reconhecendo que a ampliação da unidade hospitalar representa “um passo importante”, continuam reunidas condições para a realização de protestos.

Isto porque “o Serviço Nacional de Saúde tem de passar igualmente pela construção de mais unidades de cuidados primários de saúde e mais profissionais, até para reduzir a pressão sobre os serviços de urgência dos hospitais”.

Nesse sentido, os municípios de Setúbal, Palmela e Sesimbra, através do Fórum Intermunicipal de Setúbal, vão manifestar-se a 15 de Abril pelas 15 horas. “Gostaríamos também que o litoral alentejano se juntasse a esta reivindicação”, disse Álvaro Amaro.

De futuro, o presidente da Câmara de Setúbal revelou que vão continuar “a falar com o ministro da Saúde no sentido de o sensibilizar para a importância do Governo tomar medidas de criar condições para que se fixem mais profissionais de saúde no SNS”.

Ministro da Saúde recebido no São Bernardo com protesto

O ministro da Saúde foi recebido no Hospital de São Bernardo com protesto, com a Comissão de Utentes dos Serviços Públicos de Setúbal a acusar Manuel Pizarro de ter mentido.

“Em Fevereiro, quando o ministro da Saúde esteve cá, prometeu-nos que não iam encerrar as urgências. 15 dias depois soubemos que a Urgência Pediátrica ia encerrar de 15 em 15 dias. O senhor ministro mais uma vez mentiu-nos”, disse Rosa Maria, membro da comissão, a O SETUBALENSE.

Em seguida, referiu que “não interessa gastar milhões de euros numa ampliação se depois não há médicos ou enfermeiros para lá pôr dentro”. “Para que gastar dinheiro? O senhor ministro não nos dá solução à situação. É por isso que estamos aqui a reclamar, porque o que o senhor ministro diz hoje amanhã é mentira”, afirmou Rosa Maria.

Enquanto os utentes afirmavam ‘alto e bom som’ que “a saúde é um direito de todos os cidadãos”, “estão a vender a saúde das pessoas” e “estão a entregar aos privados a saúde que é pública”, Manuel Pizarro relembrou ter estado em Setúbal em Fevereiro e que durante a visita assumiu “um compromisso de que durante Março começava a obra”.

Sobre o encerramento da Urgência Pediátrica, garantiu que “o tema não é uma decisão política”, mas que surge “na ausência de profissionais”, altura em que “tem de haver um sistema de programação que permita à rede do SNS funcionar de forma complementar”.

O espaço onde vai ser construído o novo edifício foi apresentado por Pedro Lopes, presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar de Setúbal. Além disso, foi ainda realizada uma visita ao interior da unidade hospitalar, com o ministro da Saúde a fazer questão de cumprimentar os vários utentes com os quais se foi cruzando.

A visita de Manuel Pizarro a Setúbal decorreu no âmbito do programa do Conselho de Ministros “Governo Mais Próximo”, a acontecer entre ontem e hoje no Distrito de Setúbal.

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