25 Abril 2024, Quinta-feira
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Autarcas da região “desiludidos” com fecho de Urgência Pediátrica em Setúbal

Câmaras de Setúbal, Palmela e Sesimbra vão preparar “resposta” em Fórum da Saúde para evitar fecho da Urgência de Pediatria

 

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As câmaras municipais de Setúbal, Palmela e Sesimbra vão agendar, “com carácter de urgência”, um Fórum Intermunicipal da Saúde, durante o qual pretendem preparar “uma resposta” que evite que a Urgência de Pediatria do Centro Hospitalar de Setúbal passe a fechar aos fins-de- -semana de 15 em 15 dias.

“As três autarquias vão agendar, com carácter de urgência, um Fórum Intermunicipal da Saúde, no qual, conjuntamente com entidades locais e regionais, prepararão uma resposta para evitar que esta medida, que degrada os cuidados de saúde prestados à população, seja implementada”, explica a Câmara Municipal de Sesimbra em comunicado.

A acção conjunta das três autarquias surge depois de a Direcção Executiva do Serviço Nacional de Saúde ter anunciado que a Urgência de Pediatria vai passar a estar encerrada, quinzenalmente, das 21 horas de sexta-feira até às 09 horas de segunda-feira.

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A decisão, incluída na estratégia de reorganização dos serviços de Urgência de Pediatria da Região de Lisboa e Vale do tejo, vai estar em vigor entre 01 de Abril e 30 de Junho. A O SETUBALENSE, André Martins, presidente da Câmara de Setúbal, disse lamentar a decisão, “até porque não está de acordo com as reuniões [que os autarcas têm tido] com o ministro [da Saúde]”.

“O que o ministro nos disse foi que haveria esta alternância entre os vários hospitais da margem sul até ao final de Março. E agora tomam esta decisão, em que em vez de melhorar a situação, tudo isto se vem a agravar. Não podemos deixar de tomar iniciativa pública no sentido de contestar esta decisão e procurar que seja revertida”, explicou.

De acordo com o autarca sadino, “a questão que se coloca é que o Centro Hospitalar de Setúbal, em várias valências, não tem profissionais suficientes para corresponder às necessidades do serviço permanente”.

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Já o presidente da Câmara de Palmela, Álvaro Amaro, explicou a O SETUBALENSE que a realização do Fórum Intermunicipal da Saúde “tem uma grande vantagem para se tomar uma posição comum, na medida em que participam várias estruturas”.

“Em conjunto creio que ficamos com um ‘diagnóstico’ mais concreto do estado do funcionamento desta resposta hospitalar”, revelou. Antes, o autarca disse ter ficado “desiludido porque durante todo o processo reivindicativo e de contacto institucional com o ministro da Saúde, sempre foi dito que esta medida de rotatividade seria transitória e que não iria além do final de Março”.

“Desde o início que compreendemos a medida para os primeiros três meses do ano para dar tempo ao Ministério da Saúde. Aquilo que nos foi comunicado [segunda-feira] é completamente ao arrepio daquilo que tinha sido combinado com os autarcas”, frisou. Para o edil, “o calendário que foi publicado é como andar num carrocel, em busca da urgência que está a funcionar”.

“Não nos parece que isto seja admissível. Estou indignado com a notícia”, explicou. O SETUBALENSE tentou ainda obter uma reacção por parte do presidente da Câmara de Sesimbra, Francisco Jesus, mas até ao fecho desta edição tal não foi possível. Contudo, através de nota de Imprensa, a autarquia sesimbrense diz ter sido “com muita surpresa e preocupação que recebeu a decisão do Governo de encerrar as urgências pediátricas”.

“Esta opção, tomada mais uma vez sem se ouvirem os municípios ou comissões de utentes, vai ter um efeito muito negativo na prestação de cuidados de saúde à população dos três municípios e de parte do Litoral Alentejano”.

De acordo com a edilidade, “no caso concreto de Sesimbra, [a decisão representa] um enorme retrocesso, uma vez que neste momento não está a funcionar nenhum atendimento complementar durante a semana na saúde primária e não há qualquer atendimento urgente em horário alargado”.

Além da Urgência de Pediatria, o Centro Hospitalar de Setúbal explicou a O SETUBALENSE que “o serviço de Urgência de Ginecologia e Obstetrícia vai encerrar no mesmo horário”, também de 15 em 15 dias. Enquanto isso, a actividade do bloco de partos é suspensa, quinzenalmente, a partir das 9 horas de sexta-feira e até às 9 horas de segunda-feira.

No documento que informa sobre o plano da Direcção Executiva do Serviço Nacional de Saúde é ainda explicado que no Hospital Garcia de Orta, em Almada, e no Centro Hospitalar Barreiro Montijo as urgências pediátricas vão manter-se abertas 24 horas.

PCP diz que decisão é retroceder no acesso aos cuidados de saúde

Também o PCP de Setúbal disse considerar que a decisão da Direcção Executiva do Serviço Nacional de Saúde “representa um retrocesso no acesso aos cuidados de saúde no concelho, em partilhar da saúde das crianças”.

“Este grave problema só pode ser resolvido com mais investimento no SNS, com a contratação de mais médicos e outros profissionais de saúde em falta, valorizando as suas carreiras profissionais e os salários”, sublinha a Comissão Concelhia de Setúbal do Partido Comunista Português em comunicado.

Além disso, o PCP de Setúbal defende “o fim do desvio de recursos públicos para o sector privado, para investir como tem de ser investido no Serviço Nacional de Saúde e para garantir o financiamento necessário, aplicando esses recursos públicos nos hospitais e nos centros de saúde do Serviço Nacional de Saúde”.

Setúbal e Barreiro Comissões de utentes contestam decisão e defendem valorização do SNS

As comissões de utentes de Setúbal e do Barreiro também contestam a decisão da Direcção Executiva do Serviço Nacional de Saúde (SNS), que passa por encerrar de 15 em 15 dias, aos fins-de-semana, a Urgência de Pediatria do Centro Hospitalar de Setúbal, assim como defendem a valorização do SNS.

Para a Comissão de Utentes dos Serviços Públicos de Setúbal, na voz de Rosa Maria, “isto é um retrocesso ao acesso aos cuidados de saúde no concelho e em particular na saúde das crianças”.

“Nós não aceitamos, de maneira nenhuma, este encerramento. O que nós queremos é que o SNS tenha mais médicos. É possível encontrar profissionais e resolver a situação e pô-los a trabalhar porque estou convencida de que há médicos para trabalhar, o que acontece é que não é atractivo aquilo que pagam no SNS”, explicou.

Já a Comissão de Utentes dos Serviços Públicos do Barreiro, através de comunicado, refere que a “decisão merece a mais forte contestação”.

“Não nos permite descansar saber que um serviço tão importante encerra noutros lugares, ainda que o nosso se mantenha”, sublinhou, acrescentando que “o caminho deve ser o de reforço do Serviço Nacional de Saúde”. Para a Comissão de Utentes do Barreiro, “se se encerram serviços, sobrecarregam-se outros, e dificulta-se o acesso da população aos cuidados de saúde, não há alternativa”.

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