24 Abril 2024, Quarta-feira
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Presidentes das câmaras de Setúbal, Palmela e Sesimbra à porta do Ministério da Saúde

Autarcas solicitaram reunião ao ministro da Saúde na passada terça-feira, mas “o pedido ainda não foi atendido”

 

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Os presidentes de Câmara de Setúbal, Palmela e Sesimbra estiveram, na manhã de hoje, segunda-feira, à porta do Ministério da Saúde para serem “recebidos” pelo ministro da Saúde, Manuel Pizarro.

Em causa está a “ausência de resposta” ao pedido de reunião que foi endereçado na passada terça-feira na tentativa de os autarcas obterem garantias face à “situação que se vive no Hospital de São Bernardo, em Setúbal, com o encerramento das urgências pediátricas durante uma semana”.

Esta decisão foi anunciada em conferência de Imprensa, na passada sexta-feira, no Salão Nobre dos Paços do Concelho, que contou com a presença do presidente da Câmara de Setúbal, André Martins, o presidente da Câmara de Palmela, Álvaro Amaro, e o chefe de Gabinete do presidente da Câmara de Sesimbra, Alain Pereira, marcada com o objectivo de “exigirem soluções para a falta de profissionais de saúde no Hospital de São Bernardo, que integra o Centro Hospitalar de Setúbal (CHS)”.

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“Se até domingo o senhor ministro não der nenhuma resposta a este nosso pedido de reunião, na segunda-feira, às 9 horas, nós estaremos à porta do Ministério da Saúde para podermos ser recebidos pelo senhor ministro”, disse o presidente da Câmara de Setúbal, André Martins.

Na sexta-feira, Manuel Pizarro já tinha afirmado, em Bruxelas, que estaria “disponível para se reunir com os presidentes das câmaras municipais de Setúbal, Palmela e Sesimbra para discutir os problemas das urgências” assim que chegasse o pedido anunciado pelas autarquias.

André Martins garantiu que o pedido de reunião com o ministro da Saúde e representantes das três autarquias foi enviado na passada terça-feira, e que isso mesmo foi confirmado pelos serviços do Ministério da Saúde.

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No entanto, apesar da disponibilidade anunciada pelo ministro, até ao fecho desta edição, o pedido de reunião não foi atendido, segundo aquilo que O SETUBALENSE apurou junto de fonte do gabinete da presidência da Câmara de Setúbal.

“Não obtivemos, até ao momento, qualquer resposta por parte do gabinete do senhor ministro e, tal como foi dito na conferência, é previsível que amanhã [hoje] os presidentes de Câmara estejam às 9 horas à porta do ministério”, confirmou.

Ainda na passada sexta-feira, o presidente da Câmara de Setúbal reuniu com o conselho de administração do CHS com o objectivo de perceber que garantias podiam “dar respostas” aos problemas vividos no centro hospitalar.

No entanto, de acordo com André Martins, “a situação mantém-se a mesma”. “A solução passa por contratar mais um tarefeiro para cada um dos serviços que estão em ruptura”, anunciou, acrescentando, em seguida, que “este não é caminho” e que “é imperioso que sejam adoptadas medidas que resolvam os problemas estruturais do CHS, nomeadamente com o reforço permanente do quadro clínico do centro hospitalar”.

Álvaro Amaro partilhou da opinião, considerando que este é um problema que “não se resolve com medidas pontuais” e sem serem “criadas equipas médicas”. O presidente da Câmara de Palmela anunciou ainda que, de acordo com as informações que têm sido transmitidas pelos profissionais de saúde do CHS, “os problemas resultantes da falta de médicos deverão agravar-se nos próximos meses, se, entretanto, nada for feito”.

Autarcas e populares concentram-se no hospital

Na passada sexta-feira, pelas 18 horas, que várias pessoas se juntaram a representantes de a diversas entidades do concelho de Setúbal, numa concentração que ocorreu à porta do Hospital de São Bernardo, onde ecoaram as frases “as crianças têm o direito à saúde” e “a luta continua”.

A “luta dos utentes e trabalhadores” foi saudada pelo presidente da Junta de Freguesia de São Sebastião, Nuno Costa, que relembrou as “não raras vezes” que se ali se reúnem para defender o Serviço Nacional de Saúde (SNS).

“Esta é uma luta inteiramente justa, necessária e que tem de ser feitas nas ruas. Temos de lutar juntos por aquilo a que temos direito, porque ou a nossa acção é colectiva ou não é verdadeiramente transformadora”, afirmou, sublinhando que “a população está a assistir ao falecimento de uma conquista do 25 de Abril [o SNS]”.

Ângela Santos, representante da Comissão de Utentes dos Serviços Públicos de Setúbal, seguiu a mesma opinião ao afirmar que o “contínuo desinvestimento do SNS não pode continuar”.

“Estamos aqui para reclamar o SNS público, gratuito e de qualidade para todos. Tem de existir mais investimentos, mais médicos e mais enfermeiros nos hospitais e centros de saúde. A saúde das populações e das famílias não pode servir para enriquecer os grupos económicos com o negócio da doença”, disse.

A representante reforçou ainda que, aquando da marcação da concentração, apenas a urgência pediátrica estava fechada. No entanto, na sexta-feira, “o serviço de ortopedia não recebeu doentes até às 8h” e o serviço de obstetrícia esteve encerrado até às 21h.

Já André Martins, que marcou presença na concentração após a conferência de Imprensa, saudou os profissionais de saúde que, “todos os dias, no CHS, fazem o que está ao seu alcance para servir a população”.

Paula Santos Deputada do PCP julga opções políticas do Governo

A deputada do PCP, Paula Santos, esteve na concentração frente ao Hospital de São Bernardo, na sexta-feira, onde julgou as opções políticas do actual Governo, culpando-o por “não querer resolver a situação”.

“O facto de o Hospital de São Bernardo estar a funcionar nestas condições e não conseguir fixar profissionais de saúde, revela as opções políticas de um governo que não quer resolver a situação, uma vez que a sua prioridade não é reforçar o Serviço Nacional de Saúde (SNS), mas sim permitir que os grupos económicos que lucram à custa da doença possam crescer”, disse.

Paula Santos afirmou ainda que, “da parte do PCP, a luta pelo SNS tem sido levada à Assembleia da República através de propostas, questionamentos e, sobretudo, exigências de soluções para a resolução dos problemas com que os utentes de Setúbal, Palmela e Sesimbra têm sido confrontados no centro hospitalar”.

“Há necessidade de investimento na garantia de condições de trabalho para que seja reforçada a contratação de profissionais de saúde que possam garantir o funcionamento dos serviços e que consigam dar resposta à população”, concluiu.

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