23 Abril 2024, Terça-feira
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Jorge Jesus e jogadores agredidos em Alcochete voltam a tribunal para julgamento de fugitivo

Alano Silva, que esteve fugido em Angola, vai ser julgado no Tribunal de Almada

Os jogadores e equipa técnica do Sporting que foram agredidos na Academia de Alcochete em 2018 vão voltar ao Tribunal para recordar as agressões a que foram sujeitos pelos invasores encapuzados na tarde de dia 15 de Maio. Desta feita será para depor no julgamento de Alano Silva, o agressor que conseguiu fugir, no dia do ataque, para Angola.
Alano Silva responde pelo ataque à academia numa acusação proferida pelo Ministério Público (MP) do Montijo, mas sem a agravante do terrorismo que constava na acusação proferida por Cândida Vilar no processo principal e que foi mais tarde afastada em julgamento. Também o crime de sequestro não consta nesta acusação, contrariamente à original contra os 41 invasores e que também caiu em tribunal.
O Tribunal de Almada vai chamar 70 testemunhas, entre elas jogadores, o técnico Jorge Jesus ou o presidente Frederico Varandas, então médico no clube. Há ainda dois agressores que foram condenados no processo principal que vão ser chamados a depor no julgamento que vai começar no fim deste mês em Almada. Tratam-se de Filipe Alegria e Guilherme Gata de Sousa, condenados a penas suspensas no processo original.
Alano Silva, então número dois da Juve Leo e braço direito de Mustafá, está acusado de 19 crimes de ofensas à integridade física qualificada, bem como 24 crimes de ameaça, três crimes de coação e um de entrada em lugar vedado ao público. O arguido esteve envolvido ainda no processo da morte de Marco Ficini, adepto da Fiorentina atropelado numa rixa entre adeptos do Benfica e Sporting.
Na génese do ataque à academia pelos encapuzados esteve a derrota do Sporting na Madeira, dias antes, que afastou o clube da Liga dos Campeões e permitiu ao rival Benfica ultrapassar na tabela classificativa. Em causa esteve também a reação de jogadores aos apupos da claque no estádio e depois no aeroporto.
No dia das agressões, Bas Dost foi agredido à entrada do balneário com um cinto por Ruben Marques, na companhia de outros, que o pontapeou no chão. No interior do balneário, Acuña, Battaglia, William de Carvalho e Rui Patrício foram os principais alvos dos agressores. Foram rodeados, insultados e atingidos com objetos.
William Carvalho conseguiu fugir. Também Misic, Fredy Montero, Bruno César, Daniel Podence e Ruben Ribeiro foram alvos de bofetadas, empurros e golpes de cinto pelos arguidos. À saída, Jorge Jesus foi atingido com um cinto por Ruben Marques.
O processo terminou em Maio de 2020 no Tribunal de Monsanto com a juíza Sílvia Pires a absolver Bruno de Carvalho, Bruno Jacinto e Nuno Mendes, Mustafá, da autoria moral do ataque. O Tribunal não encontrou provas que sequer tivessem conhecimento do que iria acontecer nessa tarde.
Ficou provado que todos os 41 arguidos que entraram na Academia “sabiam para o que iam, bater nos jogadores pelos maus resultados do clube”. Destes, 38 foram condenados pelos crimes de ofensa à integridade física qualificada, ameaça agravada e entrada em lugar vedado ao público, num total de 29 crimes, não os 97 que lhes eram imputados pelo Ministério Público. A agravação dos crimes pelo terrorismo foi afastada e também não foi provado que os jogadores estiveram sob sequestro, já que William Carvalho conseguiu escapar.
A juiz decidiu por suspender a pena à maioria dos invasores, menos a nove, entre eles Fernando Mendes, antigo líder da Juve Leo, Nuno Torres, o condutor do BMW que saiu da Academia no próprio dia ou Leandro Almeida, o arguido do dentro de ouro. Mais tarde, a Relação de Lisboa suspendeu a pena a um destes, Domingos Monteiro, e mandou para a prisão Rúben Marques, o agressor de Bas Dost e Jorge Jesus com um cinto.
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