23 Abril 2024, Terça-feira
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Dois veleiros atacados por orcas ao largo de Sines

No espaço de 24 horas houve dois ataques, não existindo feridos registados

 

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Dois veleiros sofreram ataques de orcas ao largo de Sines no espaço de 24 horas. O primeiro ocorreu em frente à Zambujeira do Mar, nesta segunda-feira e o segundo, o mais grave, na tarde de terça-feira, ao largo de Melides. Não houve feridos registados, mas o veleiro onde seguiam três tripulantes teve que ser rebocada para Sines pela embarcação da Estação Salva-Vidas de Sines, para o porto de recreio.

Através de uma publicação no grupo de avistamento de orcas no Facebook, o velejador alvo da interação com os animais, nesta tarde de terça-feira, pelas 14 horas, descreve que o grupo de quatro ou cinco orcas atacou o leme do veleiro, durante cerca de 20 minutos. Tentou colocar a embarcação em marcha a ré, uma manobra conhecida pelo homem que a experimentou com sucesso pela primeira vez, Marc Herminio, e que tem sido adotada desde então, mas sem sucesso. Também parou o motor, como as autoridades recomendam, mas o grupo de animais embateu sucessivamente na embarcação até partir o leme e perder o interesse.

Na tarde de segunda-feira, o veleiro Sail La Vie, de Lisboa, foi alvo de uma interação perigosa por um grupo de orcas quando passava ao largo da Zambujeira do Mar.

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Tomás Barradas, 41 anos, de Oeiras, conta que seguia de Lagos rumo a Sesimbra sozinho quando avistou as orcas. “Passava à vela perto da Zambujeira do Mar e senti um movimento no leme. Um grupo de cerca de cinco orcas danificaram o leme e vi pedaços de esferovite no mar”. O velejador ligou o motor da embarcação, recolheu a vela e colocou-a em marcha à ré.

“Quando efetuei a manobras elas perderam o interesse, mas regressaram mais duas vezes, andei algum tempo às voltas de marcha à ré até que o grupo desapareceu”, afirma o velejador de 41 anos. “Não sei se foi um ataque, as orcas pareciam bem objetivas em comer o leme”.

Foi a primeira vez que Tomás Barradas teve um encontro com orcas. “Foi um episódio stressante e não é difícil manter a cabeça fria perante estes encontros”. O velejador Tomás Barradas conseguiu repelir o grupo de animais e seguiu rumo a Sesimbra com o leme danificado, mas sem necessidade de reboque.

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Até 2019 não havia registo de interações com estes animais que desde sempre passaram ao largo da costa na rota do atum, mas a partir de 2020 começaram as interações, muitas perigosas. A maior parte das ocorrências são registadas em Espanha, mas em Portugal, em 2020, houve 17 ocorrências, oito das quais com danos nas embarcações, nomeadamente o leme. Em 2021 foram registadas 61 ocorrências, 26 com danos. Este ano, até início de agosto, o número baixou. Houve 18 interações, das quais sete embarcações com danos, uma das quais naufragou em Sines, no início de agosto.

Entre março e agosto as orcas rumam a sul, desde a Galiza ao Estreito de Gibraltar, seguindo a migração do atum e entre setembro e outubro regressam a norte, passando a Galiza rumo a norte.

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