28 Março 2024, Quinta-feira
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Henrique Freire perde confiança política do Chega mas continua na Câmara do Seixal como independente

Henrique Freire acusa o Chega de não ser um partido democrático e de ter uma linha que aposta “cada vez mais em chavões populistas” e em “frases feitas”

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O vereador da Câmara do Seixal a quem o Chega retirou a confiança política, Henrique Freire esclareceu hoje que a decisão de se afastar foi sua, ao constatar que o partido não era “democrático” e se limitava a “chavões populistas”.

O esclarecimento de Henrique Freire é expresso numa nota divulgada hoje, a que a agência Lusa teve acesso, e que também é assinada pelos autarcas eleitos pelo Chega no Seixal, Henrique Rodrigues, deputado da Assembleia Municipal do Seixal, Soraia Rosário, deputada da Assembleia Municipal do Seixal, Nuno Rodrigues, membro da Assembleia de Freguesia do Seixal, Arrentela e Aldeia de Paio Pires, e Pedro Costa, membro da Assembleia de Freguesia da Amora.

Segundo explicou à Lusa Henrique Freire, estes quatro autarcas decidiram associar-se “por solidariedade” e não porque tenham perdido a confiança política do Chega, embora tenham decidido desfiliar-se do partido e assumir os cargos como independentes.

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Em 21 de Fevereiro o líder do Chega, André Ventura, anunciou a retirada da confiança política ao eleito do Seixal e ao de Sesimbra, Márcio de Souza, acusando-os de “complacência pessoal” por terem viabilizado orçamentos municipais da CDU.

André Ventura considerou que os dois vereadores não apresentaram “nenhuma explicação satisfatória” para a viabilização dos orçamentos da CDU – que disserem serem “estruturalmente contra o espírito do partido a nível nacional”.

Contudo, no esclarecimento divulgado hoje, Henrique Freire, que se vai manter como vereador independente, nega que tenha sido o Chega a afastá-lo do partido.

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“Importa começar por referir que, ao contrário do divulgado pela direcção, o vereador eleito pelo partido Chega para a Câmara Municipal do Seixal [bem como o seu congénere em Sesimbra] se afastaram do partido [e não o contrário], após as primeiras votações nos órgãos autárquicos”, aponta.

Recorrendo a um registo bastante crítico, Henrique Freire acusa o Chega de não ser um partido democrático e de ter uma linha que aposta “cada vez mais em chavões populistas” e em “frases feitas, demonstrando uma tremenda impreparação para os temas locais e nacionais”.

“Julgávamos integrar um partido democrático, que era contra o sistema, no sentido de fazer política e pensar nos cidadãos, no que é mais importante para o País”, sublinha.

Referindo-se aos motivos que levaram André Ventura a retirar-lhe a confiança política, Henrique Freire explica que foram dadas pelo presidente do Chega “instruções de uma votação uniforme a nível nacional nos diversos órgãos autárquicos sem que esta orientação estivesse respaldada no interesse local das populações, mas apenas em razões de estratégia política nacional”.

“Não sendo um orçamento óptimo, a verdade é que incorporou várias das propostas previstas no programa eleitoral do Chega-Seixal e relativamente às quais os signatários, primeiro enquanto candidatos e depois na qualidade de eleitos, assumiram o compromisso perante os seus eleitores”, justifica.

Henrique Freire já tinha anunciado na quarta-feira, durante a reunião do executivo municipal do Seixal, que se iria manter como vereador independente.

Também Márcio de Souza, no concelho de Sesimbra, se vai manter na vereaão, mas como independente e com a responsabilidade do pelouro da Protecção Civil.

Com esta retirada de confiança política, o Chega, que tinha elegido 19 vereadores nas autárquicas, passa agora a ter 16.

Nas últimas eleições autárquicas, em Setembro de 2021, o Chega obteve 4,16%, elegendo 19 vereadores, 173 deputados municipais e 205 representantes nas assembleias de freguesia.

Em Novembro, o Chega perdeu a vereação na Câmara Municipal de Moura, no Distrito de Beja, após a representante eleita pelo partido, Cidália Figueira, ter passado a independente invocando “divergências políticas”.

O partido voltou a perder vereação em Dezembro, desta feita na Câmara Municipal de Sesimbra, no distrito de Setúbal, depois de Márcio de Souza, ter manifestado “desacordo total com a forma de actuação do partido”, passando também a independente.

FAC / Lusa

 

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