24 Abril 2024, Quarta-feira
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Transferência de idoso do São Bernardo para Alhos Vedros revela ser “filme devastador”

Septuagenário em estado terminal estava há nove dias nas urgências de Setúbal. Inicialmente foi encaminhado para Mafra

 

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O idoso Leonel Barreto, que esteve nove dias no serviço de Urgência Geral do Hospital de São Bernardo (HSB), enquanto aguardava por nova vaga na unidade de cuidados paliativos, foi já transferido para Alhos Vedros, Moita.

No entanto, o processo revelou-se um autêntico “filme devastador”, com o septuagenário, que se encontra em estado terminal devido a várias patologias, entre as quais cancro do pulmão, a ser inicialmente encaminhado para Mafra, algo “inexequível para a família”.

Tudo começou na noite de quinta-feira, quando a irmã de Vânia Sobral, filhas de Leonel Barreto, “foi contactada por uma enfermeira dos cuidados paliativos [do HSB], que a questionou se poderia alargar a busca por uma vaga para Lisboa e Vale do Tejo”, revelou a O SETUBALENSE.

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Isto porque o idoso, que havia conseguido um lugar na unidade sadina no passado dia 15, perdeu a vaga depois de uma queda em casa, que resultou no fémur esquerdo partido e na fractura da bacia.

“A minha irmã disse que sim, porque o foco dela era tirar o nosso pai de onde estava. Com isto, nem se apercebeu o que significa Vale do Tejo, que é muito além do distrito”, acrescentou Vânia Sobral.

Já na manhã de sexta-feira, informou a unidade de cuidados paliativos que Leonel Barreto havia conseguido uma vaga em Mafra. “Disse à minha irmã que era inexequível estarmos a ir diariamente a Mafra. O nosso objectivo é que ele esteja bem, mas não é despejá-lo”, confessou.

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O passo seguinte passou por Vânia Sobral ligar à assistente social responsável pelo caso, “a explicar que Mafra fica longe”. “Ela minimamente compreendeu e disse que iria reunir-se com os profissionais de saúde dos cuidados paliativos [do HSB] e que logo me voltaria a telefonar”.

No entanto, a chamada foi retribuída para a irmã, com quem “foram desagradáveis”. “A assistente social disse-lhe que se nós não aceitássemos a transferência para Mafra que era dada alta ao meu pai e que o tínhamos de o ir buscar”.

No entanto, depois de várias conversas com diferentes médicos, a família sabia “de antemão que o idoso não tem condições para regressar a casa” e que por esse motivo é que se encontrava há nove dias nos “corredores e sala aberta das urgências [do HSB]”.

“Foi uma luta enorme de manhã, com telefonemas e explicações. Passadas algumas horas, a assistente social volta a ligar-me e diz-me que, à revelia dos familiares e da equipa dos cuidados paliativos, o meu pai tinha sido encaminhado para Mafra”.

Isto porque “um médico do São Bernardo, sem informar ninguém, encaminhou” o septuagenário. “O meu pai esteve durante a manhã a ser transportado para Mafra e de Mafra era para voltar para as urgências de Setúbal. Pedi por favor para não o fazerem. Contudo, a assistente social informa-me que o meu pai tinha acabado de obter uma vaga em Alhos Vedros”.

Depois de pedir para que Leonel Barreto seguisse de imediato para a Moita, Vânia Sobral explica ter ficado “indignada com a situação”, uma vez que “não fazia sentido ele voltar ao Hospital de Setúbal para depois ser novamente transferido”.

Em seguida, contactou a unidade de Alhos Vedros. Foi atendida por uma enfermeira, que lhe disse “ter vaga disponível, que havia inclusive uma cama por ocupar e que naquele dia tinha admitido mais três doentes”.

“Disse-me ainda que não percebeu porque é que o meu pai tinha ido para Mafra e que certamente que tinha havido um erro. Com isto, o meu pai esteve a manhã toda de um lado para o outro, sem necessidade. Chegou a Alhos Vedros extremamente cansado, com fome e com dor. Isto é de lamentar”, revelou, a concluir.

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