Hospital Ortopédico do Outão afinal fica de fora das instalações a construir no São Bernardo

Hospital Ortopédico do Outão afinal fica de fora das instalações a construir no São Bernardo

Hospital Ortopédico do Outão afinal fica de fora das instalações a construir no São Bernardo

Garantia foi dada pelo PS de Setúbal. Gestão CDU da autarquia diz só acreditar quando anúncio for feito por membros do Governo

 

O Hospital Ortopédico Sant’Iago do Outão não vai transitar para o centro da cidade de Setúbal, aquando da realização das obras de ampliação do São Bernardo.

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Quem o afirma é Paulo Lopes, presidente da Comissão Política Concelhia do PS de Setúbal, ao garantir que, apesar de ter sido “uma hipótese”, nada está previsto nesse sentido. Já a Câmara Municipal de Setúbal, gerida pela CDU, diz só acreditar quando o anúncio for feito por membros do Governo.

“Não está escrito em lado nenhum que a ampliação do Hospital de São Bernardo está condicionada à alienação do Hospital do Outão”, justificou esta terça-feira o também membro da Assembleia Municipal sadina, em conferência de Imprensa de balanço dos primeiros meses de mandato dos autarcas socialistas eleitos na autarquia.

Além disso, acrescentou Paulo Lopes, “não há nenhum despacho da ministra da Saúde ou de quem quer que seja, a colocar uma opção como consequência da outra”. “Isso não existe. Foi falado, mas o que existe, e que é factual, é que há dinheiro no Orçamento [do Estado], foi lançado o concurso público e não há nenhuma referência para que o Hospital do Outão seja desactivado ou alienado”, reforçou o dirigente socialista.

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No entanto, considera a gestão CDU que “é estar a lançar confusão neste momento, ao lançar-se a ideia de que afinal já não há perspectivas de encerrar o Hospital do Outão”.

“Não há qualquer garantia. É muito estranho que estes anúncios sejam feitos por pessoas que não estão directamente envolvidas nos processos. Para ter alguma credibilidade, tem de ser feito por fontes oficiais, nomeadamente por membros do Governo”, revelou fonte do gabinete da presidência da edilidade a O SETUBALENSE.

“Este Governo do Partido Socialista tem tido uma prática estranha que é utilizar deputados da República, como Ana Catarina Mendes, ou neste caso o deputado municipal Paulo Lopes, para fazer anúncios que não faz. Isto são afirmações políticas de eleitos locais que têm como objectivo a sua afirmação local através de temas tão sensíveis como este, do acesso aos cuidados de saúde dos setubalenses”, atirou a mesma fonte.

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Profissionais de saúde e sindicatos contestam transição

A possibilidade de concentrar as duas unidades hospitalares que constituem o Centro Hospitalar de Setúbal no ‘coração’ da cidade setubalense, há vários anos em cima da mesa, tem, inclusive, vindo a ser contestada por profissionais de saúde e sindicatos.

Em Outubro último, em reunião realizada entre directores de serviço do Hospital de São Bernardo e a Ordem dos Médicos, afirmava o director clínico Nuno Fachada, que chegou a apresentar a demissão do cargo – pedido entretanto retirado –, que se a intervenção “for feita para condensar o resto do Centro Hospitalar de Setúbal, ainda vai ficar pior em termos de colapso da capacidade de resposta”.

“Se servir para lá meter o Outão e o Centro Psiquiátrico Ambulatório então ainda vamos ficar piores”, confessava Nuno Fachada no encontro, solicitado “na sequência do agravamento dos problemas na instituição”.

Já em audição no Parlamento, realizada no mesmo mês, o director clínico alertou para o facto de “o hospital ortopédico não ser só três salas operatórias em função contínua e uma enfermaria com cerca de 70 camas”, mas também “ginásios de fisioterapia” e “toda uma máquina que precisa de espaço e que tem de ter uma estrutura montada, que seguramente não terá cabimento no piso anunciado no [novo] edifício das urgências”.

A questão foi igualmente levantada pelo Sindicato Independente dos Médicos (SIM), que considerou em Maio último que “a transferência dos serviços do Hospital do Outão é complexa e não se resume a uma enfermaria de Ortopedia, pelo que a ser concretizada, traria muitos mais problemas dos que os que ajudaria a resolver”.

Também Daniel Travancinha, presidente da Sub-Região de Setúbal da Ordem dos Médicos, em audição na Comissão Parlamentar de Saúde, requerida pelo PSD, disse considerar que as obras de ampliação previstas para o São Bernardo não são suficientes para incorporar o Hospital Ortopédico do Outão.

“Aumentaria ainda mais o caos e não haveria alargamento que fosse capaz de o evitar”, sublinhou.

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