19 Abril 2024, Sexta-feira
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Câmara do Seixal e agrupamento de Escolas de Pinhal de Frades lamentam morte do médico Carlos Ribeiro

Em 2019 Carlos Ribeiro foi distinguido com a Medalha de Honra pela Câmara do Seixal

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A morte do ex-bastonário da Ordem dos Médicos Carlos Ribeiro, no passado sábado, aos 95 anos, mereceu as condolências de várias entidades desde o Presidente da República, bastonário da ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, Câmara Municipal do Seixal e da Escola Básica, em Pinhal de Frades, da qual é patrono.

Em nome do agrupamento, a comissão administrativa manifesta “grande pesar” pela morte da Carlos Ribeiro, “personalidade notável” que sempre “inspirou” o agrupamento e que “continuará a servir de modelo a todos quantos estudam, trabalham e convivem” no mesmo. E acrescenta: “A Escola Básica Carlos Ribeiro ficará guardiã dos seus valores humanistas e perpetuará a sua memória”.

O médico nascido no Seixal em 1926, foi também relembrado pela autarquia seixalense, que decretou o passado domingo como de luto municipal. “Um dos mais reputados médicos e humanistas portugueses, que nasceu no concelho do Seixal”, e uma “referência do concelho e da medicina portuguesa”.

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Distinguido com a Medalha de Honra pela Câmara Municipal em 2019, na sessão solene comemorativa do 183.º Aniversário do Concelho do Seixal afirmou que “quem é do Seixal tem terra e tem sentido de pertença a uma comunidade”.

Marcelo Rebelo de Sousa, na página da Presidência da República, referiu-se a Carlos Ribeiro como um “reconhecido humanista, defensor do Direito à Vida e dos direitos dos doentes”, para além de uma “referência no ensino e na formação de inúmeros discípulos”.

Por sua vez o bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, referiu-o como “médico no sentido mais completo”, que associou à qualidade clínica “liderança, humanismo, solidariedade, bondade e empatia”.

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Carlos Ribeiro foi o primeiro licenciado da família. Estudou no Liceu Passos Manuel, em Lisboa, e entusiasmou-se com os propósitos da medicina. Formou-se em 1951.

No início da carreira, trabalhou gratuitamente num hospital para se aperfeiçoar e fazer um ensino pós-graduado, e fez clínica geral no Seixal, o que lhe proporcionou um contacto próximo com os pacientes, algo que sempre defendeu ao longo da sua vida profissional.

Mais tarde, o clínico, investigador e professor Arsénio Cordeiro convidou-o para assistente. Foi a admiração e o respeito que sentia pelo professor que o levou a enveredar pela especialidade de cardiologia. Tornou-se médico especialista em cardiologia e professor catedrático jubilado da Faculdade de Medicina de Lisboa. Foi director da Unidade de Tratamento Intensivo para Coronários (UTIC) no Hospital de Santa Maria.

Exerceu os cargos de presidente da Sociedade Portuguesa de Cardiologia (1979-1981), de vice-presidente da Sociedade Europeia de Cardiologia (1988-1990) e de bastonário da Ordem dos Médicos (1996-1999).

Foi também membro da Comissão Nacional de Ética para as Ciências da Vida (1996-1999) e do Conselho Económico e Social da União Europeia (1998-2006), tendo estado oito anos a defender as profissões liberais portuguesas.

Publicou mais de três centenas de trabalhos científicos e foi membro de várias sociedades científicas nacionais e internacionais. Fundou a Revista Portuguesa de Cardiologia, que dirigiu durante 12 anos.

Recebeu a Medalha de Mérito da Sociedade Europeia de Cardiologia e foi condecorado com o grau de Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique.

Em 2015 lançou o livro Ser Médico – Cartas aos Jovens Médicos, composto por cartas que dirigiu a estudantes de medicina e a jovens médicos com ideias, conselhos, desabafos e experiências de uma vida inteira dedicada à medicina e em defesa do Serviço Nacional de Saúde. Carlos Ribeiro sempre defendeu que “é preciso colocar os doentes no centro das preocupações dos médicos”.

 

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