28 Março 2024, Quinta-feira
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Desenvolvimento económico, gestão do território e habitação norteiam debate autárquico em Sesimbra

Os sete candidatos à Câmara Municipal de Sesimbra debateram as necessidades e os planos para o futuro do concelho

 

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O Auditório Conde Ferreira recebeu, na manhã de ontem, o debate entre os sete cabeças-de-lista à Câmara de Sesimbra: CDU, PS, PSD, Movimento Sesimbra Unida (MSU), BE, Chega e coligação Sesimbra Primeiro (CDS-Aliança-ADN).

Sobre o desenvolvimento económico local e a captação de investimento e emprego, José Carlos Soares (Coligação Sesimbra Primeiro) começou por assinalar que “os grandes investimentos, as grandes metas de crescimento no concelho são quase todas dirigidas à construção, ao debitar betão, nomeadamente para a sede do concelho, para a vila, tudo na área das pescas, urbanismo e hotelaria. Estando a 30 quilómetros de Setúbal e a 30 quilómetros de Lisboa, tínhamos obrigação de desenvolver mais a economia no concelho”.

O candidato, que propõe “criar mais condições na área da formação profissional e da educação, bem como um parque empresarial”, considera que “Sesimbra não pode ser apenas pescas, hotelaria e turismo. É certo que são o principal foco da economia sesimbrense, o concelho pode e tem que ser isso tudo mas tem que ser muito mais”.

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Nas palavras de Francisco Luís (PSD), “a dinâmica económica do concelho é assegurada em 90% dos casos por pequenas e médias empresas e o criar de condições a essas PME tem de ser o foco das políticas municipais para que quem quer cá montar o seu negócio o possa fazer com rentabilidade”.

O turismo e a economia do mar são, no seu entender, “fundamentais. A identidade de Sesimbra é feita à volta do mar e dos projectos que do ponto de vista turístico alavancam as pequenas empresas do concelho. A questão das pescas é decisiva, ainda hoje geradoras de centenas de milhares de postos de trabalho, directos e indirectos”.

A criação de um pólo tecnológico na Quinta do Conde está entre as propostas do candidato social-democrata, que defende igualmente o apoio aos operadores agrícolas do concelho “para que a diversidade agrícola existente possa crescer como merece”.

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Márcio Souza (Chega) aponta “a criação de um pólo de formação ligado ao mar, ao turismo e às novas tecnologias para que Sesimbra se possa desenvolver rapidamente e acompanhar o desenvolvimento socioeconómico do País” e propõe “estudos, a longo prazo, para conhecer a real necessidade do desenvolvimento de Sesimbra”.

A agricultura é, na sua opinião, “tema esquecido em Sesimbra que precisa de ser revisto. Pretendemos aproximar-nos dos agricultores e dar-lhes a possibilidade de expor os seus produtos aqui produzidos”. Para Francisco Jesus, actual presidente e recandidato pela CDU, “o concelho tem crescido. É preciso ter uma grande diversificação de actividades, para além do turismo e da economia do mar, mas também nestas ainda são necessárias novas infra-estruturas. O porto de pesca precisa de crescer e é preciso rapidamente encontrar a solução de acessibilidades”.

Há ainda, de acordo com Francisco Jesus, que “criar acessibilidades ao concelho e fora dele. Sesimbra é dos poucos concelhos que não tem uma acessibilidade directa às principais vias de comunicação nacionais”.

O candidato da CDU apontou ainda a Arrábida como “principal pólo turístico na margem sul do Tejo, com potencialidades muito próprias, que deve ser aproveitado num quadro de turismo de sustentabilidade”.

Hélder Gaboleiro, do MSU, o único movimento independente de cidadãos na corrida, propõe a criação de “um gabinete de apoio ao empresário e de acompanhamento às candidaturas a fundos europeus, porque Sesimbra é dos concelhos onde existem menos apoios de fundos europeus, bem como a criação de um departamento do investidor, que permita que uma empresa interessada em investir no concelho possa tratar de tudo no mesmo local, tendo o processo burocrático mais facilitado”.

Para Nélson Pólvora (PS), “o concelho precisa de uma economia desenvolvida sustentavelmente, assente na pesca, agricultura e indústria”. O candidato defende “uma aposta real na indústria conserveira”, “a expansão do porto de pesca para a doca seca do Zambujal e a criação da variante, primordial para a execução deste projecto”.

No que diz respeito ao turismo, Nélson Pólvora defende que “Sesimbra tem de ser atractiva todo o ano, pondo em prática o plano estratégico de turismo”, acrescentando também a necessidade de investimento em pólos de educação ligados à investigação do mar.

A fechar a primeira ronda do debate, moderado pelo director do jornal O SETUBALENSE, Francisco Alves Rito, António Marques (BE) equiparou “a gestão municipal no sentido do desenvolvimento do concelho a um relógio parado no tempo” e defendeu a necessidade de “estudar como realizar a vila de Sesimbra e o seu crescimento demográfico. Isso só se consegue com uma estrutura económica diferente e locais de trabalho para a juventude”.

Acessibilidades, estacionamento e necessidades habitacionais

No que diz respeito à gestão e ordenamento do território, Francisco Luís (PSD) referiu que “não é fácil resolver o problema da marginal hoje como nunca foi no passado. Sempre foi um problema do ponto de vista do estacionamento e da fruição do espaço público por parte das pessoas”, propondo que “o estacionamento misto devia ser testado”.

No domínio da habitação, por sua vez, defendeu que “se forem as empresas e operadores privados, com os dinheiros públicos do Plano de Recuperação e Resiliência, a resolver os problemas da habitação garanto que serão mais correctamente e celeremente resolvidos”.

Márcio Souza (Chega), por sua vez, frisou a falta de planeamento e desenvolvimento da marginal de Sesimbra, e a necessidade de criação de acessos à vila e de uma plataforma logística de distribuição no centro da vila, para além dos problemas registados na habitação: “É inconcebível morar na vila de Sesimbra, pelos preços praticados, a habitação é um dos graves problemas da vila”.

De acordo com Francisco Jesus (CDU), a marginal de Sesimbra “tem de ser regulada” e a habitação no concelho “não regista um problema de necessidades de habitação para famílias mais vulneráveis”, reforçando ainda a necessidade de apostar numa política de arrendamento.

Para Hélder Gaboleiro (MSU), “o PDM [Plano Director Municipal] devia ter sido revisto. Destacamos algumas linhas vermelhas existentes, que dizem respeito às alterações climáticas e aos grandes empreendimentos previstos agora e há 20 anos quando a realidade do planeta era outra. Defendemos uma política de respeito e gestão efectiva das zonas e habitats naturais”.

Sobre a habitação, o MSU é “a favor da criação da Carta Municipal de Habitação” e diz que “as Áreas Urbanas de Génese Igual são um problema que à margem de outros concelhos do país Sesimbra tem, tem-se prolongado e não é resolvido”.

A Quinta do Conde foi referida por Nelson Pólvora (PS) como “a que mais cresceu no concelho de acordo com os últimos Censos a nível demográfico e ao longo dos anos este crescimento não tem sido acompanhado pelas respectivas infra-estruturas”.

Para o candidato socialista, “é necessário embelezar a Quinta do Conde, território actualmente degradado. É preciso olhar para aquela população como parte integrante do nosso concelho”.

A revisão do PDM é, no seu entender, “um problema global”, considerando ainda que “a desertificação de Sesimbra pode muito bem ser combatida, ainda para mais agora com a Estratégia Local de Habitação” e “o estacionamento é um problema que tem de ser resolvido”.

António Marques (BE) vê “com grande apreensão as questões ligadas à marginal. Propomos que haja um plano de pormenor que organize a vila de Sesimbra, a peça mais importante do património urbano do concelho tem que ser tratada como tal”.

Relativamente à habitação, relembrou que “o PRR [Plano de Recuperação e Resiliência] não é só para construção nova, é para reabilitação da construção existente”, alertando para o facto de que “existem necessidades de habitação. Há pessoas que vivem em más condições de habitação na Quinta do Conde e no Castelo, se calhar também em Sesimbra”.

Sobre os empreendimentos previstos para o Meco, na perspectiva do Bloco de Esquerda “deviam ter sido feitos planos de pormenor de suporte a estes empreendimentos, que têm de se compatibilizar com o resto existente e com o resto do crescimento”.

José Carlos Soares (Coligação Sesimbra Primeiro) reforçou a necessidade de rever o PDM, “que não se altera há 13 anos porque as forças políticas no poder não querem”, frisando que na sua opinião “não há habitação com rendas a custos controlados nem é a iniciativa privada que vai construir casas para rendas a custos controlados”, e rematando com a importância das pessoas em todo o processo: “Eu era contra a regionalização e hoje sou a favor. Não é o Governo que sabe o que precisamos em Sesimbra, somos nós, são as pessoas”.

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