19 Abril 2024, Sexta-feira
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Rui Rio: “A Península de Setúbal tem razão e vai encontrar-se uma solução para acesso aos fundos europeus”

Líder do PSD, em visita à redacção de O SETUBALENSE, diz que o partido tem hipótese de ganhar uma câmara no distrito

 

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No mês em que comemora 166 anos, O SETUBALENSE está a convidar os líderes políticos nacionais a visitarem o jornal. Rui Rio foi o primeiro. Esteve na redacção, em Setúbal, na quarta-feira ao final da tarde.

Como classifica as listas que o PSD apresenta na região de Setúbal?

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O distrito de Setúbal é o mais difícil em termos eleitorais para o PSD. É o único distrito do país onde o PSD nunca conseguiu eleger um presidente de câmara ou de junta de freguesia. O distrito de Setúbal está um bocado atrasado relativamente aos outros distritos, na medida em que volvidos quase 50 anos após o 25 de Abril, ainda não conseguimos eleger um presidente de câmara. Temos aqui um esforço redobrado para acabar com esta malapata. Queremos subir bastante na votação e temos a esperança de poder alcançar alguma vitória, que seria a primeira, e uma das que está ao nosso alcance é a própria capital de distrito. Apostamos forte na cidade de Setúbal, com um candidato altamente prestigiado. O candidato a Setúbal não fica atrás de nenhum dos candidatos que apresentamos no país e fizemos questão de apresentar candidatos prestigiados. O Dr. Fernando Negrão é um jurista e político muito conhecido de Portugal. Acho que vamos ter, no distrito de Setúbal, provavelmente o melhor resultado de sempre em autárquicas e esperamos conseguir a vitória na própria capital de distrito.

Porque refere Setúbal em vez de, por exemplo, o Montijo, onde o PSD tem estado mais perto de ganhar?

Podemos subir e eventualmente ganhar outras, com certeza. Falo na capital de distrito como elemento emblemático do distrito. É a mais importante. Sabemos que o PCP teve em Setúbal a maior votação do distrito, mas a nossa percepçao é que temos hipóteses. Mas eu não quero menosprezar as outras.

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Como vê a candidatura apresentada pelo partido no Montijo?

No Montijo, e em todas as candidaturas, procurámos fazer um esforço muito grande no sentido de ter candidatos de qualidade, que não é necessariamente aparecerem muito nas televisões ou nos jornais. Claro que se aparecerem muito, ajuda, na medida em que têm maior notoriedade. Mas a competência não advém de se aparecer na televisão. Seja no Montijo, seja no país, nós elevámos a fasquia da qualidade dos nossos candidatos. No Montijo temos essa esperança de ganhar a câmara.

Colocou como fasquia, para si, nestas eleições, ter mais votos e mais mandatos. No distrito de Setúbal é a mesma?

Sim. A nível nacional é muito difícil, antes das eleições, dizermos o que é um resultado positivo ou negativo. Conseguimos nos extremos. Se em 2021 tivermos um resultado pior que em 2019, é muito mau. Isso é evidente. Se em 308 câmaras, ganhássemos 300, também era evidente. O problema é que, provavelmente, não vai acontecer uma coisa nem outra, vamos ficar numa situação intermédia. Portanto, a avaliação terá de ser feita no dia seguinte. Ganhar a câmara de Lisboa ou do Porto não é a mesma coisa que ganhar uma pequena câmara no interior do país.

Uma câmara no distrito de Setúbal tem maior peso?

É verdade. Se conseguirmos ganhar uma câmara em Setúbal, ou no Alentejo, mas particularmente aqui – porque nos difíceis distritos de Beja e Évora nós já ganhámos – em Setúbal, nem precisa ser a capital, embora ainda fosse melhor, tem um peso histórico e releva no resultado global. Mais do que ganhar outra câmara qualquer que se perdeu e agora se reconquista.

A Península de Setúbal é discriminada no acesso a fundos europeus. Como vê este problema?

O PSD já apresentou um projecto de resolução na Assembleia da República, uma recomendação ao Governo para olhar com atenção para este problema. Vi entrevistas da ministra da tutela e do Governo em que reconhecem razão à Península de Setúbal. Estar acoplada à Área Metropolitana de Lisboa eleva-lhe o patamar do PIB per capita. É a velha história de, se formos os dois almoçar e eu comer um frango e o senhor nenhum, em média comemos meio cada um. Aqui é a mesma lógica. Compreendo que a Península de Setúbal esteja preocupada com isso, porque necessita dos fundos para o seu desenvolvimento e acaba por não os receber na dose que deveria por força de, na estatística, estar ligada à região em torno de Lisboa. Acho que a Península de Setúbal tem razão, a sensibilização está feita, e estou convencido que – pode não ser pela NUT III – uma solução vai-se encontrar, porque é realmente injusto.

A região pode contar consigo e com o seu empenho nesta causa? Por parte do primeiro-ministro ainda não se ouviu uma palavra sobre esta matéria.

Pode. É como lhe estou a dizer. Fui chamado à atenção, pelos deputados de Setúbal, depois teve uma consequência – o grupo parlamentar apresentou o projecto de resolução, e estou convencido que, quer os autarcas eleitos quer os autarcas que vamos agora eleger, seja a nível de vereadores seja presidentes de câmara, serão uma força toda a remar no mesmo sentido de conseguir uma justiça relativa. É disso que estamos a falar, justiça relativamente às outras regiões do País.

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