5 Maio 2024, Domingo
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Festival de Almada regressa às produções internacionais e comemora os 50 anos da Companhia de Teatro

De 2 a 25 de Julho, pelos sete palcos que recebem o Festival de Almada vão passar 21 produções, divididas por 108 sessões

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O Festival de Almada regressa este ano à sua dimensão internacional, mas para ficar ao nível da programação antes da pandemia ainda lhe falta puder retomar os espectáculos no Palco Grande e a esplanada da Escola Dom António da Costa, no centro da cidade. Esta uma das razões para que a 38.ª edição não apresente Figura Homenageada, como sempre acontece, sendo a outra razão por coincidir com o assinalar nos 50 anos da Companhia de Teatro de Almada (CTA).

De 2 a 25 de Julho, pelos sete palcos que recebem o Festival de Almada vão passar 21 produções, divididas por 108 sessões. “Metade dos espectáculos vêm de fora”, adiantou Rodrigo Francisco, director artístico do festival, na apresentação do programa, que decorreu sexta-feira no Teatro Municipal Joaquim Benite.

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A vinda de companhias estrangeiras é uma “marca distintiva do festival”, frisou Rodrigo Francisco, que anunciou que a CTA vai estrear dois espectáculos, um logo a abrir, “Hipólito”, de Eurípedes, encenado por Rogério de Carvalho, e “Um gajo nunca mais é a mesma coisa” com texto e encenação do próprio director artístico do Festiva, que estreia a 14 de Julho.

Este texto de Rodrigo Francisco, que “dá voz aos rapazes que foram mandados para África para combater outros rapazes”, sobre a Guerra Colonia portuguesa (1961 – 1974) é tema também focado em “Corpo Suspenso”, de Rita Neves e Patrícia Gouveio. África é ainda contexto em ouras produções pelo que, apesar do festival não ter um tema base, tem um forte ambiente sobre “o passado colonial que Portugal tem com este continente”, comenta o director artístico.

“Até que enfim que falamos da Guerra Colonial e começam a surgir vozes mais novas a dar voz àqueles que não o conseguiam fazer”, comentou Inês de Medeiros, presidente da Câmara de Almada, na apresentação do Festival.

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Para a autarca este é um dos exemplos do trabalho da CTA e dos seus 50 anos de “companheirismo que nos acompanha como um amigo. Que nos ouve e ajuda, em partilha, a dar voz a momentos e inquietações e, a abrir-nos horizontes”, e acrescenta: “Rodrigo Francisco gosta de falar [sobre estes 50 anos da CTA] em viagem, em gosto de falar em longa conversa onde vamos olhando o mundo actual, com os medos presentes que temos, não esquecendo o nosso passado”.

Este meio século de actividade da CTA vai ser contado na exposição do artista plástico José Manuel Castanheira, que vai estar patente no Teatro Joaquim Benite.

Organizado pela CTA e pela Câmara Municipal de Almada, e subvencionado pelo Ministério da Cultura, esta edição do Festival, que conta com um orçamento tripartido entre estas entidades num montante na ordem dos 626 mil euros, vai decorrer nos palcos do Teatro Municipal Joaquim Benite, Fórum Romeu Correia, Incrível Almadense, Academia Almadense, Teatro-Estúdio António assunção (Almada) e Centro Cultural de Belém e Teatro Nacional D. Maria II (Lisboa).

Para além dos espectáculos, a programação vai manter os encontros “O Sentido dos Mestres”, na Sala Pablo Neruda, no Forum Romeu Correia, coordenada pelo coreógrafo, bailarino e artista visual Josef Nadj.

A Casa da Cerca, durante as tardes de quatro sábados recebe encontros dedicados ao tema “1971 -2021: 50 anos da Companhia de Teatro de Almada” que terão como moderadores Eugénia Vasques, José Mário Silva, Carlos Vargas e Teresa Albuquerque. O resultado destes encontros será publicado, no segundo semestre deste ano, em livro, que terá como coordenadora a especialista de teatro Eugénia Vasques.

Pela primeira vez, a edição do Festival de Almada conta com um cartaz criado por um artista plástico estrangeiro. É Thomas Langley, um inglês que vive em Cacilhas.

A 38.ª edição  do Festival abre com a primeira de duas estreias da CTA – “Hipólito”, de Eurípides, numa encenação de Rogério de Carvalho, que subirá a palco, a 02 de Julho, no Teatro Joaquim Benite, dando continuidade ao espetáculo “Fedra”, de Racine, que encenou para a Companhia em 2006.

Com apenas três representações no Festival, “Hipólito” regressará ao teatro municipal no início de 2022, disse o director da CTA.

“Amitié” (“Amizade”), de Eduardo De Filippo e Pier Paolo Pasolini, uma encenação de Irène Bonnaud estreada no Festival d’Avignon em 2019, “History of violence” (“História de violência”) do autor francês Édouard Louis, sobre a violação de que foi alvo, numa encenação de Ivica Buljan, outro regresso ao Festival, “Aurora Negra”, de Cleo Tavares, Isabél Zuaa e Nádia Yracema, a estreia de “Duas personagens”, uma obra tardia de Tennessee Williams, com encenação de Carla Galvão e Sara de Castro, contam-se entre as propostas de sala desta edição do festival.

“Who killed my father” (“Quem matou o meu pai”) é o segundo texto de Édouard Louis representado no Festival.

A peça é encenada pelo belga Ivo Van Hove que, segundo Rodrigo Francisco, é “um dos encenadores mais conceituados da atualidade”.

“Tierras del sul” (“Terras do Sul”), uma criação de teatro documental da basca Laida Azkona Goñi e do chileno Txalo Tolosa-Fernández, sobre a barbárie das novas formas de colonialismo na Patagónia, “Omma”, a nova criação de Josef Nadj, “Corpo suspenso”, uma criação e interpretação de Patrícia Couveiro e Rita Neves sobre “o que ficou no corpo do pai de Rita Neves das memórias da Guerra Colonial”, são outras das propostas do Festival.

Um dos pontos altos do certame deste ano ocorre a 10 e 11 de Julho quando, no Grande Auditório do Centro Cultural de Belém, a actriz Mónica Bellucci se estreia em teatro a representar “Maria Callas – Letres et mémoires” (“Maria Calas – Letras e memórias”).

Dirigida por Tom Volf, reconhecido especialista na vida e obra da que é considerada a maior cantora lírica de todos os tempos, o espetáculo consiste na adaptação para palco de uma investigação realizada ao longo de sete anos pelo fotógrafo e realizador de cinema Tom Volf, que revelou “uma Maria Callas desconhecida”.

A peça “Um gajo nunca mais é a mesma coisa”, com texto e encenação de Rodrigo Francisco, numa co-produção CTA e ACTA – A Companhia de Teatro do Algarve, é a segunda estreia da companhia anfitriã, nesta edição do festival.

Com dez representações na Sala Experimental do Teatro Joaquim Benite, trata-se de um texto baseado em relatos reais de combatentes portugueses na Guerra Colonial, que Luís Vicente, um dos intérpretes, considerou “um poema dramático”.

De regresso ao Festival está, como é hábito, o espectáculo de honra do ano anterior, “Rebota rebota y en tu cara explota”, este ano com o título “Ri-te, ri-te que logo choras”, uma criação de Agnes Mateus e Quim Tarrida, falado em castelhano e legendado em português.

“A lua vem da Ásia”, uma encenação e interpretação do ator brasileiro Chico Diaz, que se estreia no Festival, do romance homónimo de autor surrealista brasileiro Walter Campos de Carvalho (1916-1998), e “Fake”, de Miguel Fragata e Inês Barahona, também estão na programação.

“O canto do cisne”, de Clara Andermatt, e “Planeta dança – capítulo 4”, pela Companhia Nacional de Bailado, são os espectáculos de dança a apresentar no festival.

“Discurso sobre o filho-da-puta”, a partir do texto homónimo de Alberto Pimenta, numa criação e direcção de Fernando Mora Ramos e do compositor Miguel Azguime, “Molly Bloom”, uma encenação de Viviane de Muynck e Jan Lauwers, a partir do último capítulo do livro “Ulisses”, de James Joyce, e um espectáculo que tenta repor a verdade da história pessoal do dançarino de flamenco, são outras das propostas do programa.

“Viagem a Portugal”, pelo Teatro do Vestido, espetáculo que esteve previsto para a edição de 2020 do festival, está também na programação, que encerra com “Lorenzaccio”, uma encenação de Rogério de Carvalho para o teatro do Bolhão, da obra homónima de Alfred de Musset.

Com Lusa

 

 

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