8 Maio 2024, Quarta-feira

Jovens apaixonados por dança lutam para que a sua academia ganhe melhores condições

Jovens apaixonados por dança lutam para que a sua academia ganhe melhores condições

Jovens apaixonados por dança lutam para que a sua academia ganhe melhores condições

Aluna Leonor Búzio expôs em carta aberta as suas preocupações, explicando que devido à pandemia “tudo se tornou mais difícil”

 

A jovem Leonor Búzio, de apenas 15 anos, tem actualmente ‘em mãos’ um grande desafio: tentar conseguir com que a Academia de Dança Contemporânea de Setúbal, da qual faz parte, receba melhores condições.

Assumida apaixonada por dança, Leonor Búzio tomou a decisão de expressar em carta aberta todas as suas preocupações, também em representação dos seus colegas, na qual relatou que as actuais instalações da academia, utilizadas há cerca de década e meia, estão “degradadas, com más condições, pouco espaço e sem a manutenção devida”.

Para a jovem, uma escola como a Academia de Dança Contemporânea de Setúbal, que “tem formado uma grande percentagem de bailarinos”, não deveria de estar instalada “numa área periférica, isolada, pantanosa, húmida e com poucos transportes”.

Com “três estúdios pequenos”, as actuais instalações, situadas na zona das Manteigadas, têm pouco espaço para a correcta aprendizagem dos alunos, situação também confirmada por Maria Ruas, directora da academia, a O SETUBALENSE. “Para uma arte como a dança, tão ligada ao movimento, é fundamental o espaço. Para conseguirmos simplesmente executar, aprender, consolidar esses mesmos movimentos é essencial que ele exista. Sem espaço não há liberdade, não há dança”, explicou Leonor Búzio.

O problema acabou por se agravar com a chegada da pandemia, uma vez que os cuidados tiveram de ser redobrados. Muitos foram os pais que tomaram a decisão de retirar os seus filhos da escola. “Neste momento estamos apenas com 48 alunos. No ano passado estávamos com quase cem. Muitos não continuaram porque os pais tiveram receio”, contou a directora da academia.

Contudo, esta é uma situação que se ‘arrasta’ há quase quatro décadas, aquando da criação da instituição. “Desde que a academia nasceu que tem havido sempre uma luta e procura por umas instalações condignas e num espaço central. Em 2006, quando viemos para as Manteigadas, local onde a Câmara Municipal mandou construir um pré-fabricado, já sabíamos que o espaço seria insuficiente para as actividades da academia”, sublinhou Maria Ruas.

Antes, estiveram instalados num ‘barracão’, situado no Largo José Afonso, do qual tiveram de sair em 2003, uma vez que, com “a intervenção da POLIS na zona ribeirinha, perdeu-se o direito de superfície desse terreno”.

Muitas foram as hipóteses discutidas, assim como surgiram diversas sugestões por parte da autarquia, “mas nenhuma delas se pôde concretizar por diversas razões”. “A última vez que tivemos uma proposta foi para nos instalarmos na Escola Dom Manuel Martins, que na altura estava com uma comunidade escolar muito pequena. De qualquer maneira, aquilo nunca poderia ter condições porque não está construído para acolher uma escola de dança”, esclareceu.

Nesse sentido, tanto alunos como professores, assim como a Associação de Pais, têm “trabalhado em conjunto para encontrar um espaço condigno, como para arranjar financiamento”, que “terá de vir do Ministério da Educação”. Para Leonor Búzio, este passo é urgente, uma vez que, para si, a “dança é liberdade, dedicação e amor”.

Dia Mundial da Dança assinalado no Fórum Luísa Todi

Apesar de viver tempos difíceis, a Academia de Dança Contemporânea de Setúbal não poderia deixar passar ‘em claro’ o Dia Mundial da Dança. Para a sua comemoração, vai estrear hoje um novo espectáculo, pelas 20h30, no Fórum Municipal Luísa Todi.

Segundo disse Maria Ruas a O SETUBALENSE, “os ensaios têm corrido bem, mesmo com todas estas dificuldades”. “Estamos realmente satisfeitos com o que estamos a fazer. Fizemos um grande esforço com o ensino online, mas está tudo a correr bem”, referiu.

Já Leonor Búzio garantiu que todos os alunos continuam “focados no trabalho”.

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