SOS Sado denuncia poluição de dragagens em pradaria marinha na zona da Eurominas

SOS Sado denuncia poluição de dragagens em pradaria marinha na zona da Eurominas

SOS Sado denuncia poluição de dragagens em pradaria marinha na zona da Eurominas

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A associação SOS Sado anunciou hoje que vai apresentar queixa na Inspeção-Geral da Agricultura, do Mar, do Ambiente e Ordenamento do Território (IGAMAOT), devido à poluição provocada pelas dragagens do Terminal Teporset, numa pradaria marinha do Sado, em Setúbal.

Contactada pela Lusa, o concessionário do Terminal Teporset, responsável pelas dragagens de manutenção daquela infraestrutura portuária, assegurou que tudo fará para reparar a situação naquela pradaria marinha do estuário do Sado, garantindo, contudo, que os sedimentos depositados na praia da Eurominas “são compostos apenas por areias e argilas provenientes do próprio leito do rio Sado, retirados da zona de dragagem”.

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Em declarações à Lusa, David Nascimento, da SOS Sado, rejeitou que se trate de “uma mini descarga”, salientando que são “umas lamas cinzentas que estão a soterrar toda a zona junto à praia da Eurominas e que, inclusivamente, já atingiram algumas das produções de ostras”.

“Esta praia junto dos Terminais do Porto de Setúbal, na fronteira com o território delimitado pela Convenção Internacional Ramsar, e que integra a Reserva Natural do Estuário do Sado, é precisamente onde começa a zona de produção de ostras e de apanha de bivalves”, acrescentou.

Face ao que já considera ser “mais uma catástrofe ambiental”, a SOS Sado, além da queixa na IGAMAOT, promete também denunciar a situação na Capitania do Porto de Setúbal, no SEPNA (Serviço de Proteção da Natureza e Ambiente) e pondera ainda apresentar uma queixa-crime junto do DIAP (Departamento de Investigação e Ação Penal) de Setúbal.

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A Ocean Alive, uma Organização Não Governamental (ONG), também já se manifestou contra a alegada poluição da pradaria marinha na zona da Eurominas, no estuário do Sado, que diz estar soterrada, pelo menos desde o dia 09 de janeiro.

De acordo com a Ocean Alive, a poluição terá tido origem no “rebentamento de uma parede do tanque de contenção de águas das dragagens”, junto ao Terminal Teporset, concessionado às empresas Secil e Cimpor para transporte de granéis sólidos.

“A pradaria marinha localizada na zona da Eurominas, no estuário do Sado, está soterrada. Soubemos que, no dia 09 de janeiro, o rebentamento de uma parede do tanque de contenção de águas de dragagem provocou uma escorrência de sedimentos sobre a praia onde se encontra a pradaria”, refere a Ocean Alive na página oficial daquela ONG numa rede social.

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Confrontada pela agência Lusa com a alegada poluição do rio Sado, que estará a ser provocada pelas dragagens na zona da Eurominas desde o dia 09 de janeiro, a Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra (APSS), entidade que tem jurisdição sobre a área em causa, disse desconhecer qualquer problema.

De acordo com a administração portuária de Setúbal, a obra em causa previa a colocação de sedimentos, caracterizados como classe 1 e 2 (não poluentes), no terrapleno da área concessionada à Teporset.

A APSS informou ainda que as referidas dragagens se destinavam a melhorar o acesso e a bacia de manobra de estacionamento do cais e que tinham sido sujeitas ao procedimento de Avaliação de Impacte Ambiental (AIA), tendo sido emitida a respetiva Declaração de Impacte Ambiental (DIA) favorável.

A SOS Sado sustenta, no entanto, que não foi realizada nenhuma avaliação de impacte ambiental recente e que a única que se conhece tem mais de 10 anos, defendendo que, por isso, já estaria fora do prazo de validade. A Ocean Alive também afirma que estas dragagens não foram objeto de um estudo de impacto ambiental.

Contactado pela agência Lusa, o concessionário do Terminal Teporset (Secil e Cimpor) admitiu que “ocorreu uma cedência parcial na parede de contenção das águas de dragagem causando uma escorrência temporária de água e sedimentos dragados do rio, na zona contigua ao canal pré-existente”.

Em comunicado, a Teporset salientou ainda que as “consequências deste fenómeno pontual e limitado estão a ser monitorizadas, prevendo-se que a ação das marés em conjunto com condições atmosféricas favoráveis, promova a movimentação natural destes sedimentos, regularizando progressivamente a situação”.

“Os sedimentos em causa são compostos apenas por areias e argilas provenientes do próprio leito do rio Sado, retirados da zona de dragagem. Desconhece-se qualquer impacto em viveiros de ostras, que não existem nas proximidades do local”, lê-se no comunicado.

A Teporset prometeu ainda monitorizar a situação nas próximas semanas, com a colaboração de biólogos marinhos, e tomar as medidas consideradas apropriadas para acelerar o processo de recuperação natural do ecossistema, se tal se revelar necessário.

O concessionário assegurou também que irá colaborar com as autoridades competentes.

Lusa

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