20 Abril 2024, Sábado
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Mercado do Livramento: a nossa praça guarda sabores e saberes da cidade

Em 2015 foi considerado um dos melhores mercados do mundo pelo jornal USA Today

 

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Hoje os rostos estão escondidos atrás das máscaras ou ainda mais disfarçados pelas viseiras que estes novos tempos de pandemia exigem, mas comerciantes e clientes mantêm a relação de proximidade a que o Mercado do Livramento e a sua identidade os habituou. A vida, a dinâmica e as gentes deste equipamento setubalense espelham isso mesmo: a história da cidade e de quem faz parte dela.

A 31 de Julho, o Mercado do Livramento comemorou os seus 144 anos. O primeiro edifício da tão popularmente conhecida “praça” setubalense, inaugurado em 31 de Julho de 1876, foi demolido e substituído, em 1930, por outra construção, virada para a Avenida Luísa Todi. Ganhou nessa altura o traçado que se conhece hoje. A enorme oferta de produtos e a sua essência colocaram-no na lista de sítios a visitar e até no rol dos melhores do mundo.

De toda a parte chegam visitantes para conhecer o espaço setubalense que mundo afora tem despertado curiosidade e coleccionado admiradores. Para fazer compras, mas não só. Fotografar os painéis de azulejos e as bancas de peixe tornou-se uma das principais actividades realizadas dentro do equipamento comercial. Todos querem levar consigo um registo fotográfico para guardar e mais tarde recordar. De terça a domingo, as manhãs são preenchidas e nem as medidas de segurança em vigor actualmente, com a lotação diminuída no interior do espaço e a consequente criação de filas em redor do mercado, são impedimento para tentar entrar.

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Da pesca e da agricultura a um mundo de sabores

Especialmente direccionado para os sectores da pesca e da agricultura, no seu início de vida, o Mercado do Livramento era uma forma de permitir aos produtores locais a escoação e venda dos seus produtos. Hoje é um dos sítios mais famosos da cidade e, em 2015, o jornal americano USA Today destacou-o como um dos melhores mercados de peixe de todo o mundo, na mesma lista onde se inserem mercados como o de Tsukji, em Tóquio, no Japão, ou o New Fulton Fish Market, em Nova Iorque. Mas nem só de peixe se faz este equipamento setubalense. Sem esquecer a carne, a fruta, os produtos hortícolas, as flores e as ervas aromáticas, o artesanato local e outros produtos regionais, como os vinhos, o mel, os queijos e várias qualidades de pão e pastelaria, o Mercado do Livramento tem até, desde o início do ano, a banca Mar Até Cá, que apostou num conceito Grab and Go. No seu todo, conta uma história. A sua. A das suas gentes. A da sua cidade. E esta pode começar nos painéis azulejares, com mais de cinco mil peças da autoria de Pedro Jorge Pinto que representam actividades ligadas ao mar e ao campo na parede Norte do Mercado. Lá se podem ver a carga e descarga de peixe, o transporte e recolha do sal, a reparação das redes, a salga do peixe, a apanha da azeitona, a lavoura e a sementeira, a ceifa do arroz, a rega do pomar e a vindima, actividades que marcam uma longa história de tradição e vida da cidade, também esta representada nestes painéis através de uma vista geral de Setúbal em 1929.

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Mercado é palco de iniciativas gastronómicas


O Mercado do Livramento é um ícone setubalense. Recebe a visita de turistas de todo o mundo, a par de vários eventos que dinamizam o espaço e fazem a ligação com outros locais e realidades da cidade. Neste sentido, e fazendo jus à enorme variedade de produtos presente em cada banca, tem vindo a ser também o porto de partida ou o espaço eleito para a realização de várias iniciativas gastronómicas. A Câmara Municipal de Setúbal, em continuidade do trabalho realizado no âmbito da marca “Setúbal, Terra de Peixe” lançou, desde Outubro, iniciativas como Olh’Ó Peixe e Olh’Ó Marisco que têm no Livramento um dos seus palcos. Também a Semana da Ostra, em Setembro, passou pelo Mercado do Livramento e na Semana da Sardinha, em Julho, chefs seleccionaram produtos na “praça” para depois confeccionar os seus pratos.

Em 2013, depois das profundas intervenções de beneficiação de que o espaço comercial foi alvo, o Mercado do Livramento ganhou novas valências e nas palavras de Maria das Dores Meira, presidente da Câmara Municipal de Setúbal, tornou-se “um espaço de referência nacional em que a modernidade convive harmoniosamente com a tradição de um mercado fundado em 1876”. Nesta altura foi ainda realizada a recuperação do património azulejar do equipamento e a colocação das quatro famosas estátuas decorativas alusivas a profissões do Mercado do Livramento, intervenções financiadas por Hans-Peter Buehler e Marion Buehler Brockhaus, da Fundação Buehler-Brockhaus. O carregador de peixe, a vendedora de ovos e galinhas, o vendedor de flores e o talhante, da autoria do escultor Augusto Cid, estão presentes na rua principal e dão desde então as boas-vindas aos visitantes do mercado, que até já brilhou na novela “Mar Salgado” da SIC.

As valências que o Mercado do Livramento tem para oferecer não se esgotam no piso térreo. Na parte superior, balneários, lojas de comércio e espaços para novas iniciativas empresariais trazem uma nova dinâmica ao espaço, também remodelado em 2013. A adaptação da zona de galerias permitiu criar o Ninho de Novas Iniciativas Empresariais de Setúbal, com vinte gabinetes, uma área preparada para a instalação de uma cafetaria, salas de formação e de reuniões, um auditório e espaços onde passaram a funcionar os gabinetes municipais de apoio ao empresário e do consumidor.

 

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