Companhia do Pinhal Novo dá oxigénio ao arranque da nova temporada do Cinema Teatro Joaquim d’Almeida

Companhia do Pinhal Novo dá oxigénio ao arranque da nova temporada do Cinema Teatro Joaquim d’Almeida

Companhia do Pinhal Novo dá oxigénio ao arranque da nova temporada do Cinema Teatro Joaquim d’Almeida

Créditos: Lino Silva/O2

A Projectos de Intervenção Artística apresenta amanhã a criação O2 em plena Praça da República, no Montijo. Helena Oliveira, produtora da companhia, realça mensagem do espectáculo

 

A cultura no Montijo está prestes a ganhar novo fôlego. Vai respirar melhor, já amanhã, a partir das 21h30, com a apresentação do espectáculo O2 que marca o arranque da nova temporada do Cinema Teatro Joaquim d’ Almeida (CTJA), em plena Praça da República.

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Helena Oliveira, 37 anos, produtora da companhia pinhalnovense Projectos de Intervenção Artística (PIA), levanta a ponta do véu sobre a criação que nasceu em Macau e que é promovida pela Artemrede. O espectáculo carrega uma mensagem forte que estimula a reflexão. “Importante é percebermos a necessidade de preservação da natureza para que consigamos viver em simbiose e equilíbrio”, diz Helena Oliveira, que também veste a pele de intérprete nesta produção.

O2, oxigénio, dá nome a esta criação da PIA. Este espectáculo é de cortar a respiração?

É um pouco. Deixa-nos um pouco aflitos. Fomos convidados a fazer esta nova criação em Macau, onde vamos desde 2011. Foi na nossa última passagem por lá, em 2018. Trata-se de uma cidade muito intensa a níveis ambientais e acompanhámos uma evolução grave à medida que os anos foram passando. Trabalhamos e ensaiamos na rua e, às vezes, as condições nem permitiam o exercício físico, devido aos elevados níveis de poluição.

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É então de cortar a respiração por retratar o peso do desenvolvimento?

Sim, o peso da evolução, que está a danificar a saúde humana e ambiental. Achámos que para começar uma criação para Macau, esta teria de ser a incidência. Ou seja: um alerta para a problemática com o lixo e o plástico, mas a questão da qualidade do ar também é muito importante. Começámos a trabalhar com algumas pessoas de lá, onde fizemos a primeira apresentação de laboratório, e depois continuámos cá com o processo criativo, até que fizemos a estreia em casa, em Pinhal Novo, no Festival Internacional de Gigantes.

Além desse alerta e das máscaras assustadoras, que mais reserva este espectáculo ao público?

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As máscaras não são nada assustadoras [risos]. Pretendem uniformizar um grupo, representam um pouco a sociedade. O que é assustador é a problemática em si, a mensagem, e não o espectáculo. Importante é percebermos a necessidade de preservação da natureza para que consigamos viver em simbiose e equilíbrio. O  público vai identificar todas as personagens, representativas desde a classe mais alta à mais baixa. Até que ponto é que integrar essas classes pode ajudar à sobrevivência, quando acaba o oxigénio, um bem essencial a todos?

As personagens vão surgir em andas e que mais?

Sim. Mas não podemos revelar muito mais. Olhe, vamos ter uma coisa muito importante: não usamos dinheiro, usamos umas notas. Essas notas, no final, ficam no chão para o público ficar com elas. Essa é que é a mensagem final.

Como é que tem sido a aceitação do público a este trabalho?

Este ano com a pandemia temos muito menos pessoas. O ano passado tivemos grandes enchentes. É um espectáculo distinto dos outros. Estimula uma reflexão que não está tão distante daquilo que, nestes últimos seis meses, temos estado a viver.

Por onde vai passar ainda este espectáculo?

Esta sexta-feira [hoje] actuamos no Seixal e amanhã no Montijo. Seguem-se apresentações em Pombal e, depois, em Outubro, Lagos e Tomar. Mas vamos ver. A nossa luta em conseguir fazer os espectáculos não é apenas com a pandemia, é também com S. Pedro, é esperar que não chova, porque estamos a falar de actuações na rua. Agora com a Covid-19, de cada vez que conseguimos fazer um espectáculo já é uma vitória.

Está nos vossos planos alguma criação a incidir sobre este contexto pandémico?

Já há obras relacionadas com esse tema. Temos em vista uma nova criação, mas não sei se abraçaremos esse caminho da pandemia. Mas, o O2 ainda tem muito para dar, até porque este ano não foi possível a sua internacionalização. Tínhamos algumas actuações agendadas que infelizmente foram canceladas.

 

 

 

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