Executivo aprovou por unanimidade a atribuição de 54 mil euros à corporação para aquisição da viatura. Águias Negras, Centro dos Reformados e Ginásio Clube também contemplados com apoios financeiros. Polémica voltou a ser servida ‘encartada’
Os Bombeiros Voluntários do Montijo vão reforçar o parque automóvel com mais uma viatura de emergência pré-hospitalar, cuja aquisição contará com um apoio financeiro da Câmara Municipal na ordem dos 54 mil euros. O executivo camarário aprovou, por unanimidade, na reunião pública realizada na quarta-feira passada, nos Paços do Concelho, a atribuição da referida verba à corporação.
A proposta foi apresentada pelo presidente da autarquia, Nuno Canta, e visa a aquisição de “uma ambulância de transporte de doentes para consultas, fisioterapia, hemodiálise, transferências intra-hospitalares, entre outros serviços fundamentais à prestação de cuidados de saúde à população do concelho”, explicou o autarca socialista.
Igualmente aprovado por unanimidade foi um conjunto de apoios financeiros destinados ao movimento associativo.
O Águias Negras Futebol Clube, do Alto Estanqueiro, vai receber 40 mil euros para a realização de uma intervenção profunda de reparação e remodelação da cobertura das instalações da sua sede social, face à existência de placas de fibrocimento na cobertura actual.
Ao Centro de Convívio dos Reformados, Pensionistas e Idosos do Montijo é atribuída uma verba de dois mil euros, para “aquisição de uma máquina de lavar louça” e o Ginásio Clube do Montijo é contemplado com um montante de 1 770 euros, destinado a “comparticipação de despesas dos atletas Diana Gago, Tomás Pinto e Bruno Catarino que representaram a Selecção Nacional no Campeonato do Mundo de Trampolins, realizado em Novembro, na Rússia”.
O total dos apoios financeiros aprovados na última reunião do executivo ascende assim a 97 mil 770 euros.
Correspondência polémica
A sessão ficou ainda marcada por uma declaração apresentada por Nuno Canta, antes do período da ordem do dia. “Testemunho para história” intitulou o documento, no qual o socialista fez constar uma cronologia dos acontecimentos em torno do polémico caso de abertura de correspondência com duras críticas ao comportamento adoptado quer pela oposição (PSD e CDU) quer pelo líder da bancada parlamentar do CDS-PP, Nuno Magalhães.
Nuno Canta lembrou a repercussão mediática que o caso teve a nível nacional, sublinhando que “não foi fácil viver com a mentira que PSD, CDS-PP e CDU fizeram circular na Comunicação Social”, ao mesmo tempo que classificou de “cobarde” a actuação das três forças políticas – actuação que “recorda tempos de perseguição política do fascismo”, considerou o socialista.
“Foram realizadas incriminações alicerçadas numa mentira, assente numa política de ódio. Um processo político indigno inventado contra o presidente”, afirmou, acrescentando que em nenhum momento houve violação de correspondência na autarquia – conforme sustenta o parecer jurídico encomendado pelo município e elaborado por Gonçalo Ribeiro e Costa – e que o caso não passou de “uma calúnia articulada pela oposição”.
Na resposta, João Afonso, vereador eleito pela coligação PSD/CDS-PP, foi peremptório: “Consideramos que não há qualquer regulamento interno ou portaria legal que justifique a abertura de correspondência dos vereadores da oposição, porque não temos vínculo à Câmara Municipal. Caberá à Procuradoria-Geral da República apreciar da legalidade desta questão.”
Já o vereador da CDU, Carlos Jorge de Almeida, mostrou-se “surpreendido” pelo facto de Nuno Canta ter voltado a levantar o tema e sobre a acusação de práticas a fazer lembrar o antigo regime disparou: “O senhor quer crismar-se num Humberto Delgado na luta contra o fascismo, o que é estapafúrdio trazer para este caso”. O comunista acusou ainda Nuno Canta de estar “em pânico” com a situação, considerando, a concluir, ser esse o motivo que levou o socialista a regressar ao tema.
