19 Abril 2024, Sexta-feira
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Presidentes da Assembleia Municipal e Câmara em “luta” feia [ÁUDIO]

Deputados socialistas tiveram de se interpor entre Maria Amélia Antunes e Nuno Canta. Dizem que tudo não passou de uma discussão e desmentem que houvesse tentativa de agressão. Oposição testemunha que ouviu a autarca gritar para que o presidente da Câmara lhe tirasse as mãos de cima

Foi durante um intervalo para discussão sobre uma moção relacionada com o fecho do balcão da Caixa Geral de Depósitos na freguesia de Canha, apresentada pelo deputado Fernando Coelho (da bancada do PS), que no interior do gabinete onde se reuniam os eleitos socialistas se gerou a confusão. Foi durante a pausa dos trabalhos da sessão da Assembleia Municipal do Montijo, de sexta-feira passada, que tudo aconteceu.

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Os gritos rapidamente concentraram as atenções de todos os restantes membros do órgão, que se encontravam noutros gabinetes ou nas imediações. Maria Amélia Antunes, presidente da Assembleia Municipal, e Nuno Canta, presidente da Câmara, envolveram-se numa troca de argumentos mais acalorada, que, para espanto geral, culminou com uma gritaria, sendo perceptível para quem estava de fora da sala uma frase que gerou sobressalto: “O senhor não me toca, tire as mãos de cima de mim”, gritou Maria Amélia Antunes para Nuno Canta.

A altercação entre ambos levou ainda o presidente da Câmara a dizer para a presidente da Assembleia Municipal uma outra frase que pôde ser entendida como um “género de ameaça”. “Se eu falar mais alto, você até voa”, terá dito Nuno Canta para Maria Amélia Antunes, segundo admitiu um deputado municipal do PS ao DIÁRIO DA REGIÃO, preferindo não se identificar.

A discussão terminou, apurou ainda o DIÁRIO DA REGIÃO, com vários elementos do PS a terem de se interpor entre a presidente da Assembleia Municipal e o presidente da Câmara, para que os ânimos serenassem.

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Já depois do final da sessão de sexta-feira, cujos trabalhos se iniciaram na véspera e ainda haveriam de se prolongar para a noite da última terça-feira, a rede social do Facebook foi “inundada” de comentários sobre o caso.

Do lado socialista, Fernanda Fernandes, Maria Clara Silva, Pedro Carromeu, José Manuel Santos e Isabel Travessa negaram que tivesse existido qualquer tentativa de agressão física por parte de Nuno Canta a Maria Amélia Antunes. Confirmaram que existiu apenas uma discussão entre ambos, porém ninguém explicou o contexto em que a presidente da Assembleia Municipal disse para que Nuno Canta não lhe tocasse. Nem desmentiram que o presidente da Câmara o tenha dito.

Fait-divers” de Nuno Canta e a amnésia de Fernanda Fernandes

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A Assembleia Municipal voltou a reunir-se na última terça-feira para concluir a sessão que havia sido iniciada na quinta-feira passada. Desta vez, a reunião decorreu sem sobressaltos e sem que o caso anterior fosse sequer abordado.

No final, o DIÁRIO DA REGIÃO chegou à fala com os dois principais protagonistas do episódio, bem como com alguns deputados municipais. Só os elementos afectos às bancadas da oposição acederam a relatar o que ouviram. No PS fez-se uma espécie de “blackout” e até houve um caso de amnésia selectiva.

Não dou declarações. Isso é um fait-divers. Vá falar com as pessoas que estiveram presentes na reunião e vê as mentiras que estão a dizer”, disse Nuno Canta à saída da reunião de terça-feira, numa clara alusão aos comentários que haviam sido tecidos no Facebook.

Maria Amélia Antunes também recusou comentar a situação. “Neste momento não falo sobre isso”, disse e repetiu pelas várias vezes em que foi questionada. “Neste momento não presto declarações sobre esse assunto.”

Já a deputada municipal socialista Fernanda Fernandes, que foi das primeiras a surgir na rede social a desmentir que tivesse ocorrido qualquer tentativa de agressão, alegou ter falta de memória para prestar esclarecimentos sobre o sucedido. “Não estou a ver o que possa ser. Não estou a ver, agora estou muito cansada”, respondeu, em tom irónico, admitindo que sofreu um lapso de memória: “Sou muito selectiva das minhas recordações”.

Confrontada sobre se não achava que a comunidade montijense merecia ser esclarecida sobre a ocorrência, Fernanda Fernandes atirou: “Não acho nada. Não acho nada. Não acho nada sobre esse assunto nem sobre outros assuntos a esta hora da noite.”

Quem mostrou ter bem presente na memória como tudo acabou na sessão da discórdia foi Mário Baliza, deputado municipal eleito pela CDU. “No final da sessão [de sexta-feira], a senhora presidente disse-me a mim e ao deputado Alfredo Rodrigues, bem como a mais dois ou três deputados: ‘Isto é um caso psiquiátrico. O homem queria bater-me’”, revelou. Alfredo Rodrigues, deputado municipal eleito como independente pelo PSD, corroborou a versão de Mário Baliza.

Nuno Canta já havia dado “asas” a jarro

Esta não é a primeira vez que Nuno Canta se vê envolvido numa altercação na Assembleia Municipal. Em 2011, o autarca foi acusado de ter atirado um jarro de água ao deputado municipal eleito pelo PSD Alberto Fernandes, provocando alguns ferimentos no social-democrata. Na altura, Maria Amélia Antunes presidia à Câmara do Montijo e Nuno Canta era seu vice-presidente, detendo a pasta das obras públicas. O caso seguiu para tribunal mas não chegou a haver sentença, já que Nuno Canta concordou em pagar uma indemnização de 1179 euros ao antigo deputado do PSD bem como a apresentar um pedido de desculpas publicamente.

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