Centro de saúde na Costa da Caparica esteve encerrado de manhã e vários edifícios registaram fissuras
De Almada a Sines e até em Odemira, um pouco por toda a região e pelo País, sentiu-se o sismo de magnitude de 5.3 na escala de Richter, com epicentro a 60 quilómetros a oeste de Sines. A terra tremeu por volta das 5h11 da madrugada desta segunda- -feira e, mesmo em poucos segundos, o abalo foi sufi ciente para alarmar populações e instituições.
Em Setúbal não se registaram danos pessoais nem materiais, informação confi rmada a O SETUBALENSE pelo coordenador da Protecção Civil de Setúbal, José Luís Bucho, e também por uma publicação na rede social Facebook do presidente da Câmara Municipal de Setúbal, André Martins.
“Estive, com o Serviço Municipal de Protecção Civil e Bombeiros, a acompanhar, desde a primeira hora, esta ocorrência que, felizmente, não causou problemas de maior”, lê-se.
Nos restantes territórios do distrito, além do susto para muitos, há registo de objectos danificados ou fissuras em edifícios como adiantou José Miranda, da Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil (ANEPC), em conferência de Imprensa na manhã de ontem.
“Já comunicamos com os centros sub-regionais e ainda não há nenhuma situação de ocorrência. Estão só a avaliar numa rua de Sesimbra possíveis fi ssuras em habitações, mas vão só fazer avaliação desta informação”. O responsável adiantou ainda que o abalo sísmico foi mais sentido na Península de Setúbal. O caso ‘mais grave’ foi na Costa da Caparica, em Almada, onde uma Unidade de Saúde Familiar teve de fechar portas durante a manhã de ontem.
Entre as 5h47 e as 7h27 da manhã de ontem foram ainda registadas quatro réplicas com magnitudes 1,2, 1,1, 0,9 e 1,0 na escala de Richter.
Protecção Civil e Bombeiros não registaram ocorrências
José Luís Bucho descreve que, em Setúbal, não houve registo de nenhuma ocorrência devido ao sismo. “Não recebemos muitos telefonemas. Essencialmente foram as pessoas a confi rmar que tinha sido mesmo um sismo”, chamadas essas que foram recebidas desde a hora do sismo até ao princípio da manhã, adiantou a O SETUBALENSE.
Neste momento os trabalhos são de análise à ocorrência que se deu na madrugada e a população setubalense deverá, brevemente, responder a um inquérito para ajudar a Protecção Civil a elaborar um plano para o futuro.
“Estamos neste momento a preparar um inquérito para enviar à população para fazermos recolha de informação e termos alguns dados para o histórico e para elaboração de planeamento futuro – quando tivermos de rever os nossos planos no futuro – e servir também para informar e sensibilizar as pessoas para esta situação dos sismos”.
Para o responsável da Protecção Civil de Setúbal é importante que a população esteja informada sobre quais são os passos a seguir quando acontecerem estes fenómenos da natureza. José Luís Bucho conta, na primeira pessoa, que na rua onde reside – “com uma extensão de cerca de 400 metros” – foi o único a sair à rua cumprindo uma das recomendações neste tipo de ocorrências.
Explica ainda que a informação do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) só chegou ao serviço de protecção civil setubalense com “um atraso de cerca de 44 minutos”, mas que esse factor não comprometeu o funcionamento da entidade.
“É evidente que se tivesse havido alguma coisa o Centro Municipal de Operações de Socorro tinha sido accionado e os bombeiros teriam sido enviados aos locais para verificar o que é que tinha acontecido e se alguém necessitasse de socorro, prestá-lo também”.
Contactado pelo nosso jornal o comandante-adjunto da Companhia de Bombeiros Sapadores de Setúbal, Jorge Couto, confirmou que durante a madrugada foram recebidas algumas chamadas com pedidos de informação por parte da população e que não houve registo de nenhuma ocorrência.