Trabalhos vão obrigar à supressão de uma das faixas de rodagem. Autarquia barreirense não prevê qualquer interrupção ao trânsito das vias existentes no local.

A Câmara Municipal do Barreiro vai avançar dentro de duas semanas com uma intervenção na rotunda do Memorial ao 25 de Abril, situada junto à escola do Álvaro Velho, na freguesia do Lavradio, que desde há alguns anos tem estado sem a estrutura inicialmente prevista para aquela zona a funcionar, alegadamente, por problemas estruturais provocados pelos repuxos de água que atingiam muitos dos veículos que ali passavam e que colocavam em perigo de acidente os seus condutores.

A rotunda em causa chegou a ser no passado alvo de melhorias, com um novo reposicionamento do espelho de água a funcionar no interior do espaço, criado junto a uma das principais entradas do concelho e numa das saídas do IC21. Rui Braga, vereador das Obras Municipais, anunciou na última sessão pública do executivo que “vamos iniciar uma intervenção para remodelação da rotunda” naquela zona, que vai traduzir-se “na supressão de uma faixa de rodagem, que criará alguns constrangimentos no trânsito”, todavia, o autarca esclareceu que “temos os nossos serviços a tentar minimizar o impacto das obras, sem que seja necessário o corte de nenhuma das vias existentes”, sublinhou.

Obra de José Cândido simboliza ditadura quebrada pelo nascer da democracia

Recorde-se que a rotunda onde se encontra o Memorial ao 25 de Abril, uma obra criada pelo barreirense José Cândido, pretendeu projectar o nome do artista e a sua criatividade a nível europeu. No local, podem observar-se duas torres, uma de betão que simboliza a ditadura e que apesar de forte e difícil de quebrar, no final, está quebrada dando sentido ao que a história da humanidade tem demonstrado de que “todas as ditaduras, mais tarde ou mais cedo, acabam por ser quebradas e têm um fim”.

Já a segunda torre, feita em ferro, simboliza a democracia, sendo flexível e modificando-se “com a acção do tempo e da vida”, sendo que “está em permanente mudança e, como pode verificar-se tende a projectar-se no infinito, num caminho que está sempre por construir”, pode ler-se na descrição do monumento que é feita por aquele município. Quem visitar o local pode constatar que as duas torres estão ligadas por braços e ferro que, por sua vez, simbolizam “a luta da diversidade, o combate de ideias, a luta entre as diferenças que são o combate de todos aqueles que amam a Liberdade”.

A intervenção pretende ultrapassar os problemas existentes ao nível do espelho de água que ali funcionava anteriormente e de onde emergiam ambas as torres, simbolizando a fonte da vida.