No Politécnico de Setúbal a dotação tecnológica de vídeo nas salas vai ultrapassar os 150 mil euros
O presidente Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP) alerta que os custos que as instituições estão a ter com a preparação do ano lectivo podem tornar-se rapidamente incomportáveis.
Pedro Dominguinhos, também presidente do Instituto Politécnico de Setúbal, afirma que estas instituições de ensino estão a ser “confrontadas com um acréscimo de custos extremamente significativo o que se vai tornar incomportável a curto prazo”. Este desnivelamento financeiro passa pela relação do aumento de investimento, por exemplo em mais tecnologia, máscaras e batas, associado à redução de receitas provenientes das propinas.
No ensino superior, o novo ano lectivo arranca de forma progressiva durante este mês, com os novos alunos a chegarem em Outubro, depois de receberem o resultado das candidaturas em 28 de Setembro.
Neste momento, os politécnicos estão a ultimar pormenores e, além das regras sanitárias que vão ser implementadas em todas as instituições, uma das principais alterações diz respeito à organização e funcionamento das aulas, que vão ser dadas a partir da sala de aula tanto para os alunos que as frequentem presencialmente, com para aqueles que estão em casa.
Na impossibilidade de diminuir o número de alunos por turma, a maioria das instituições está a optar por um regime de ensino misto rotativo em que, por exemplo, metade da turma tem aulas presencialmente e a outra metade está a acompanhar, em directo e à distância.
Para isso, os politécnicos estão a investir na dotação tecnológica das salas, com a instalação de equipamentos de transmissão de vídeo, que representa, segundo Pedro Dominguinhos, um grande esforço financeiro.
“Estamos a falar de investimentos que podem ir até cerca de três mil euros por sala”, referiu, revelando que no caso do Instituto Politécnico de Setúbal, o custo ascende os 150 mil euros.
Para Pedro Dominguinhos, que defendeu a criação para o ensino superior de um programa semelhante ao da Escola Digital para o básico e secundário, trata-se de um investimento que não só é necessário para o contexto actual, mas também é importante para a modernização do ensino superior no futuro.