A limpeza e o respeito pelas normas de utilização serão, agora, a grande batalha para manter um espaço que custou 80 mil euros
O concelho do Seixal passou a dispor, desde sábado, de um parque canino. Instalado no centro de Amora, possui uma área de 1360 m2, coberta de areão, onde sobressaem vários aparelhos destinados ao treino e à disciplina dos canídeos.
A instalação, na qual a Câmara do Seixal investiu mais de 80 mil euros, possui bebedouros, saco para a recolha de dejectos e papeleiras. Tem também árvores, plantadas no dia da inauguração pelas individualidades presentes, para que os animais possam usufruir de zonas com sombra.
Muitos cidadãos, com ou sem cães pela trela, assistiram à breve cerimónia de abertura, que dispensou todo o formalismo. Joaquim Santos, ladeado por autarcas e técnicos da autarquia, mostrou-se satisfeito “com o extraordinário trabalho que a Câmara vem realizando, há anos, pelo bem-estar animal”. Esta, prosseguiu, “é a primeira experiência, e por isso que vamos acompanhá-la atentamente, para que o espaço esteja sempre limpo e os utentes respeitem as normas de utilização”.
O edil aproveitou a ocasião para anunciar a construção de outro parque, “com mais capacidade e outras valências”, em Fernão Ferro, e dizer da “preocupação da autarquia em promover, junto das famílias, uma política de adopção animais responsável”. E, a finalizar, exortou: “Vamos todos dar uma ajuda para que as regras de manutenção sejam cumpridas”.
Setenta quilos de Terra Nova
Paulo Gonçalves, vizinho do espaço agora inaugurado, foi dos muitos cidadãos que se deslocaram para saudar a abertura do Parque Canino. Fazia-se acompanhar de um Terra Nova, preto e meigo, de olhos inteligentes e setenta quilos de peso. Um animal bonito, mas certamente de muito sustento. “Vamos lá a ver se o parque ajuda a mudar certas mentalidades. Há muitas pessoas, ainda, que andam com os cães sem trela, nem chipe, e não os registam nas juntas de freguesia, o que é proibido. Claro que há as leis, mas estas devem ser cumpridas. No fundo, trata-se de mudar mentalidades. Pode ser que esta instalação venha dar um empurrão nesse sentido”, concluiu.
Logo nos primeiros momentos, após a abertura, foram muitos os cães, das mais diversas marcas, que tomaram de assalto o recinto. Parecia um desfile de beleza canina numa passarela de areão, por onde desfilaram, genuínos ou traçados, raças como Pastor Alemão, Fox, Husky, Cão de Água, Boxer, Bulldog e muitas outras que o meu conhecimento não alcança. Rafeiros é que não vi. Será por pertencerem à classe mais baixa da raça canina?
Por José Augusto