Frases escritas por dezenas de participantes ilustraram parede onde também se pintaram cravos e abelhas
Desde domingo que há novas cores num grande muro situado no Largo Eduardo Maria Duarte, no Bairro 2 de Abril, onde várias mulheres transportaram os seus maiores desejos, através da arte.
A ideia teve como base a frase “Liberdade, querida liberdade. O nosso chão tem sonhos e vontades”, escrita e cantada por Cátia Oliveira (A Garota Não) na sua música “Canção a Zé Mário Branco”, um verso que aparece com maior ênfase no muro com cerca de 200 metros quadrados cedido pela Junta de Freguesia de São Sebastião, que apoiou a iniciativa do projecto “Histórias que as Paredes Contam”.
Cátia Oliveira também participou na actividade, que juntou dezenas de mulheres durante todo o dia – entre as 10 e as 19 horas –, às quais se juntaram também Freya Dutta, Lala Berekai e Dília Fraguito Samarth, mulheres cujas raízes dos seus trabalhos estão na cidade de Setúbal.
“Esta terra ainda vai cumprir o seu ideal”, “Abril com tod(os) e para todas e todos”, “O meu corpo minhas escolhas”, são algumas das frases inscritas em favos de mel criados com o propósito de as participantes puderem dar asas à imaginação e deixar o seu contributo de forma escrita. Grandes cravos vermelhos e abelhas ilustram também a pintura que se prolonga por todo o muro.
Inserida no “Março Mulher” e no programa “Venham Mais Vinte e Cincos” que comemoram, respectivamente, o Dia Internacional da Mulher e os 50 Anos da Revolução dos Cravos, a actividade dirigida especificamente ao público feminino contou com uma grande adesão ao longo de todo o dia.
Mulheres, de todas as idades, foram aparecendo no decorrer das pinturas, apetrechadas com pincéis e trinchas, para fazerem parte do produto final que agora dá outra cor ao Largo Eduardo Maria Duarte.
“A associação feminino/liberdade faz pleno sentido no mês em que mulher tem o seu Dia Internacional e no ano em que a Revolução dos Cravos celebra o seu cinquentenário. E, dada a frase escolhida, que melhor bairro para a receber do que o 2 de Abril, onde cresceu a sua autora”, considerou Helena de Sousa Freitas, coordenadora do projecto “Histórias que as Paredes Contam”, em nota de Imprensa enviada à redacção de O SETUBALENSE.