Proposta dos sociais democratas lembra que o direito aos cuidados de saúde está consagrado na constituição
Na última sexta-feira, no decorrer de mais uma Assembleia Municipal da Moita, os autarcas do PSD apresentaram uma moção por melhor saúde no concelho, com o documento a ser aprovado com três votos do PS e 12 abstenções daquele partido. O documento recorda que o direito à mesma está consagrado na constituição e que todos têm “o dever de a defender e promover”.
Para os sociais democratas, o SNS atravessa “um momento de grande crise sobretudo por falta de médicos e outros profissionais de saúde”, lembrando que “é necessário que haja uma visão estratégica a médio e longo prazo que inverta a situação actual”.
O documento recorda que as autarquias não têm competência para contratar médicos e que os eleitos têm “o direito e o dever de, junto dos responsáveis, apresentar os problemas e exigir soluções”. Actualmente, na UCSP de Alhos Vedros trabalham cinco médicos, dois internos, cinco enfermeiros e dois secretários clínicos, sendo que das mais de 11.570 pessoas inscritas, apenas 46,15% têm médico de família.
Na vila da Baixa da Banheira, que aguarda pela finalização do novo centro de saúde, trabalham presentemente um total de 14 médicos e 16 enfermeiros, além de cinco secretários clínicos, com apenas 37,33% das pessoas inscritas (13.222) a terem igualmente um médico de família. Já na USF da Moita trabalham presentemente seis médicos e quatro profissionais internos, a par de seis enfermeiros e quatro secretários clínicos, com 99,93% dos inscritos (10.109) a serem acompanhados por um destes médicos, considerada uma das melhores situações no território.
“Daqui se constata que o número de médicos e de enfermeiros é insuficiente e que a percentagem de pessoas, no concelho da Moita, sem médico de família, é muito elevada”, lembra o PSD local, que defende uma “profunda reforma” no sector que se centre na prevenção da doença e na promoção da saúde. “É fundamental planear uma reestruturação de forma muito clara e realista para ultrapassar esta crise”, defende o partido, que exige a colocação de mais profissionais nas unidades de saúde do concelho.
Neste âmbito, a moção solicita uma reunião com o presidente desta Câmara, Carlos Albino, além do presidente da Assembleia Municipal, o ACES Ribeirinho e os directores das UCSP e da USF da vila moitense, além de um elemento de cada bancada daquele órgão municipal, com vista a “esclarecimentos e propostas de solução” para a situação vivida no território.