Falta de recursos hídricos é apontada como uma das principais preocupações num documento que se divide em nove sectores
A ministra do Ambiente e da Energia elogiou os cinco municípios do Litoral Alentejano pelo novo Plano Intermunicipal de Adaptação às Alterações Climáticas (PIAAC), que foi apresentado esta segunda-feira.
“Esta comunidade acaba de aprovar o seu plano intermunicipal às alterações climáticas, um plano que reflecte tão bem as oportunidades de um território rico e diverso onde convive o mar e a terra, a tradição e a modernidade. Muitos parabéns a Alcácer do Sal, Grândola, Odemira, Santiago do Cacém e Sines, o caminho que a partir de agora em conjunto será exigente, com muitos sistemas complexos para gerir, destacando desde logo a questão da água, mas é um caminho que, graças ao bom trabalho de planeamento e à capacidade de trabalhar em conjunto, terá bons resultados para o desenvolvimento global da região e para a qualidade de vida das pessoas. Da minha parte, e da parte do Ministério do Ambiente e Energia, saibam que contam connosco”.
Maria Graça Carvalho falava num vídeo transmitido no salão nobre da Câmara Municipal de Santiago do Cacém onde a Comunidade Intermunicipal do Alentejo Litoral (CIMAL) e a empresa consultora IrRADIARE apresentaram o documento que tem como objectivo fazer com que as regiões possam adaptar-se aos problemas do nosso tempo. “Não podia deixar de saudar todos os municípios do Alentejo Litoral e os presidentes de câmara pelo importante passo que acabam de dar. As alterações climáticas são um dos maiores desafios do nosso tempo, temos simultaneamente de combater, reduzindo as emissões, e de nos adaptar aos seus efeitos”.
Recursos hídricos são motivo de preocupação
O PIAAC está dividido em nove sectores mas, um dos mais destacados por Elsa Ferreira Nunes, CEO da IrRADIARE, há uma preocupação acrescida com os recursos hídricos. No total são nove as medidas apresentadas neste âmbito, entre as quais se destacam a definição de procedimentos de controlo de quantidade de água consumida (sector doméstico, municipal e outros), ou até a promoção da manutenção dos sistemas de drenagem de águas pluviais e orientações para o aproveitamento de água pluviais.
A chamada de atenção para este tema é também feito pelo presidente da CIMAL, Vítor Proença, que alerta para a “escassez de água, falta de alimentos e desaparecimento de espécies fundamentais para o equilíbrio ambiental e a sobrevivência”.
O responsável pela comunidade intermunicipal admite recorrer à dessalinização para evitar que as populações dos concelhos não tenham falta de água. “O que temos de prever é encontrar um mecanismo, a dessalinização é uma delas, para estarmos preparados, antecipadamente, para resistirmos, fortalecermos e termos soluções alternativas para que a água não falte aos seres humanos deste território”, referiu em declarações aos jornalistas no final do encontro.