Antigo docente da Escola Superior de Educação faleceu em 2023 e é agora tempo de deixar registos escritos do seu trabalho
O legado do professor Anil Samarth, que durante muitos anos leccionou na Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Setúbal (ESE/IPS) continuará a perdurar enquanto a esposa, Dilia Samarth, se mantiver viva.
Para se juntar a esta árdua tarefa de reunir a vida e obra do homem que sempre quis estreitar as relações entre Portugal e a Índia, está também Hiren Canacsinh, docente catedrático e presidente da Indo-European Science and Arts Association. “Em termos da academia há um esforço tremendo que foi desenvolvido pelo professor para este fortalecimento o estreitamento das relações académicas e acabou por desenvolver aqui esse trabalho mais em termos de partilha, de transferência de conhecimento que acaba por se dar quando o professor percebeu que havia lacunas em Portugal, ao nível do desconhecimento da outra parte [Índia].
Então as unidades curriculares que leccionava nas universidades acabam por transmitir a língua e a filosofia, e por isso transmite essa cultura aos alunos aqui em Portugal”, revela a O SETUBALENSE.
Em falta ficou o reconhecimento, ainda em vida, de altas figuras de Estado, uma questão que Dilia Samarth acredita ter acontecido pelo marido nunca se ter comprometido com nenhum partido político e se ter mantido fiel às suas vivências. “Porque o professor também não era politicamente correcto, ele não se deixava nem comprar nem vender, mas era um intelectual honesto e mantinha-se nesse lugar – e morreu nesse lugar: intelectual e sem compromissos partidários. É difícil mas é possível sobreviver assim, faz parte da forma de pensar e de existir”.
No final de Janeiro decorreu, em Lisboa, um evento que se dedicou a homenagear Anil Samarth onde foi apresentado “A Casa de Aprender”, onde consta conteúdo biográfico do professor. Houve ainda tempo para recitar poesia de Rabindranath Tagore, momentos de música e dança típica indiana e um concerto de Tacas Tibetanas.
O trabalho não ficará por aqui. É agora momento de Dilia Samarth e Hiren Canacsinh assentarem ideias para que, posteriormente, possam desenvolver trabalhos que permitam registar os grandes feitos