Área de jovens participa desde 2018 para criar “uma consciência de sustentabilidade ambiental muito mais activa”
Neste ano lectivo 2023/2024, a Liga dos Amigos da Terceira Idade (LATI) alargou a sua participação no programa Eco-Escolas a todas as valências da instituição. Da creche à área de idosos, incluem-se ainda nas actividades dinamizadas o jardim de infância e a área de jovens, pioneira na participação neste projecto educativo.
“Consideramos que o trabalho desenvolvido com os jovens, neste sentido da sensibilização ambiental, é essencial para hoje e para o futuro. No presente e enquanto futuros adultos e cidadãos, terão uma consciência de sustentabilidade ambiental muito mais activa”, começa por dizer Vanda Monte, da área de jovens da LATI, que participa no programa Eco-Escolas desde o ano lectivo 2018-2019. “Acabou por lançar a primeira pedra para construir este panorama muito mais geral, com toda a instituição, e o balanço até ao momento é muito positivo, o trabalho tem sido muito frutuoso”, adianta.
Nesta edição, além dos temas base, água, resíduos e energia, a LATI tem os espaços exteriores como tema do ano e a agricultura biológica, a floresta, o mar, os transportes e a mobilidade como temas complementares, a nortear as acções desenvolvidas nas várias valências. O Clube de Jardinagem, a construção de uma horta vertical, trabalhos realizados com materiais recicláveis, a construção de ecopontos e a recolha da água da chuva para rega das plantas interiores são alguns dos exemplos. Susana Revez, coordenadora do programa Eco-Escolas a par de Diana Melim, entende que “um programa como este é sempre desafiante”.
“Trabalho na área da creche e considero que é mesmo importante, logo desde cedo, transmitir estes conhecimentos e criar este tipo de consciência, com a qual esperamos que sigam para todas as fases da vida”. Para Diana Melim, por sua vez, há que destacar “a formação ao nível das famílias e o trabalho com a comunidade”. “Neste momento estou no Faralhão, no Jardim de Infância e Centro de Actividades de Tempos Livres ‘O Palhacinho’, onde com este projecto Eco-Escolas as crianças e as famílias sentem que estão a voltar ao todo e estamos a tentar que realmente toda a instituição, e também a comunidade, trabalhe no mesmo sentido, com os mesmos objectivos”.
Famílias fazem balanço positivo e idosos já estão envolvidos
O balanço positivo do trabalho desenvolvido na LATI no âmbito do programa Eco-Escolas é também partilhado pelos jovens Guilherme Santos, Pedro Silva e Miguel Chalaça, que consideram “importante falar sobre estes temas para que em adultos se preserve ainda mais o planeta e o ambiente e a futura família possa ter uma vida melhor”. É também com o foco no futuro que Ana Luísa e Gabriel Guerreiro projectam a importância destas acções.
“Aprendemos coisas que podemos fazer para que no futuro mantenhamos a vida como a conhecemos agora, conseguindo um mundo melhor para toda a gente”. Lourenço e Leonor, do pólo “O palhacinho”, destacam as actividades de reutilização de materiais como forma de “reduzir o lixo no planeta, ajudar a proteger o meio ambiente e ter um futuro melhor”. Carlos, por sua vez, encontra na horta a sua área de eleição: “já plantámos curgetes, alfaces, tomates, brócolos e girassóis e agora, para pouparmos água, vamos aproveitar a que sobra da hora de almoço e também da chuva para os regarmos”. Para as famílias, representadas na voz de Natacha Joaquim, mãe da Valentina, da creche, Rosélia Picoto, mãe da Mariana, do ATL, e Sandra Gomes, mãe da Carlota, do Jardim de Infância, “o projecto Eco-Escolas promove actividades que ajudam a criar gerações mais responsáveis e participativas que influenciam a sustentabilidade do planeta.
As crianças vão percebendo que as suas atitudes fazem toda a diferença no futuro do planeta e na melhoria da qualidade de vida das pessoas”. Dos mais novos aos mais velhos, a dedicação e o conhecimento sobre estas temáticas não registam diferença. Martinho Santiago, da área de seniores da LATI, não hesita em afirmar que “a reciclagem passa por aproveitar os materiais que já não têm utilidade para os transformar noutras peças”, enquanto Genoveva Prates reforça a importância de “aproveitar o que aparentemente já não tem aproveitamento para fazer muitas coisas e muito bonitas”.
Fechar as torneiras, apagar as luzes, separar o lixo são algumas das dicas que a utente Felismina Sarmento tem a apontar no âmbito da sensibilização ambiental, que, no entender de Clara Estanislau, devia chegar a todos. “Todas as pessoas deviam aprender a reciclar o que já não faz falta e é muito importante que as crianças desde cedo comecem a aprender a reciclar para melhor o ambiente no nosso planeta”, remata.
Em vários locais Iniciativas comemoram Dia Mundial da Árvore e Dia da Água
Amanhã, 21 de Março, para celebrar o Dia Mundial da Árvore, “O Palhacinho” no Faralhão recebe uma plantação de árvores e plantas dinamizada pelas famílias.
“Criámos uma brigada e cada família vai ficar responsável pela sua árvore ou planta, têm de ir semanalmente limpar, regar e tratar, e estão muito motivadas para isso”, explica Diana Melim.
No Centro Comunitário du Bocage, em Setúbal, para assinalar a mesma data, as crianças do Jardim de Infância escolheram plantar um limoeiro ao lado da laranjeira que plantaram o ano passado.
A Área de Jovens, por seu turno, participou na acção de reflorestação do Parque Urbano da Várzea, dinamizada pela Câmara Municipal de Setúbal, no dia 13, com a plantação de três arbustos campestres, e vai assinalar também o Dia da Água, 22 de Março, na instituição, “com o ATL a trabalhar o ciclo da água”, tal como explica Vanda Monte.