No momento em que celebra 50 anos de actividade social na promoção de direitos iguais para homens e mulheres, o Movimento Democrático das Mulheres leva a debate público as desigualdades no mercado de trabalho e a precariedade que ainda envolve a vida profissional das mulheres portuguesas
Fotografia: Alex Gaspar
Mais de 500 mulheres de todo o país marcaram presença este Sábado (dia 27), no Fórum Municpal Luísa Todi para participar no X Congresso do Movimento Democrático de Mulheres (MDM).
O X Congresso do MDM realizou-se no momento em que o movimento assinala os seus 50 anos de actividade em Portugal “e temas como a igualdade no mercado de trabalho marcam actualidade social”, afirma Regina Marques uma das precursoras da actividade do MDM em Portugal. “Parece que a sociedade está a passar por um momento de retrocesso, em que estes direitos são relevados ou às vezes até negociados. É inclusive incrível que ainda existam tabelas salariais diferentes entre homens e mulheres”.
Durante o evento 350 congressistas e cerca de 100 mulheres convidadas, oriundas de um conjunto alargado de organizações portuguesas e movimentos sociais parceiros de todo o mundo, desde Cabo Verde, a Espanha, Guiné ou Chipre, trocaram impressões sobre os desafios da sociedade actual. Destaque especial para a presença da presidente da Federação Democrática Internacional de Mulheres, Loreana Peña, deputada e ex-presidente da Assembleia Legislativa da República de El Salvador.
Entre os pontos de discussão o maior destaque foi, sem dúvida, para a análise das condições de vida das mulheres em Portugal “como trabalhadoras, mães e cidadãs com um papel activo, de extrema relevância, em todas as esferas da sociedade”, destacou a organização, com um debate em torno de mentalidades, tipos de violência, situações laborais de desigualdade e protecção social.
Mulheres da História
Entre as fundadoras do Movimento Democrática das Mulheres, em 1968, em Portugal, encontram-se nomes incontornáveis da história nacional como Maria Lamas, Francine Benoit, Maria Isabel Aboim Inglês, Manuela Porto, Maria Alda Nogueira e Laura Lopes, que iniciaram a luta social por direitos iguais durante o período de regime político do Estado Novo.