Autarquia garante que este evento tem sido “uma alavanca para a economia local” e um factor de atracção de turistas
O Festival Músicas do Mundo (FMM), agendado para 22 a 29 de Julho, em Sines e Porto Covo, contará com 41 concertos, “com grande peso” de artistas africanos. Na sessão de apresentação a organização revelou mais pormenores sobre a 23.ª edição do festival que, anualmente atrai alguns milhares de pessoas à costa alentejana. Na sessão de apresentação Nuno Mascarenhas, presidente da Câmara, realçou que o FMM tem sido “uma alavanca para a economia local” e um factor de atracção de turistas. “Temos vindo a criar melhores condições, com mais unidades hoteleiras”, assegurou, prometendo “ir mais longe” nas questões de protecção ambiental e adiantando que, já nesta edição, será reintroduzido o copo reciclado.
Com 15 concertos, África é a origem de mais de um terço dos artistas convidados para a edição deste ano do festival, organizado pela Câmara Municipal de Sines. A Guiné-Bissau terá a maior delegação de sempre ao FMM, com as confirmações de Tabanka Djaz, Eneida Marta e Super Mama Djombo, que se juntam a três grupos lendários de outros países africanos falantes de português – Os Tubarões (Cabo Verde), África Negra (São Tomé e Príncipe) e Ghorwane (Moçambique).
Uma das maiores artistas do continente africano, a nigeriana Nneka, estará em Sines e do Mali virão a cantora Rokia Koné e a banda Bamba Wa[1]ssoulou Groove. Portugal estará presente com nove artistas: Carminho, Maria João & Carlos Bica Quarteto, Tó Trips, Expresso Transatlântico, A garota não, Rita Vian, Rita Braga, B Fachada e RAIA.
O contingente europeu do festival inclui o espanhol Rodrigo Cuevas, os franceses Brama, a franco-venezuelana La Chica, a estoniana Mari Kalkun e os britânicos The Selecter. A dupla sírio-libanesa Bedouin Burger estreia-se pela geografia do Médio Oriente, que inclui ainda o projeto Alright Mela Meets Santoo e o regresso do grupo Al-Qasar, num encontro com a artista sudanesa AlSarah. É o grupo Leenalchi, da Coreia do Sul, que faz a maior viagem para estar no FMM.
Director garante que música é “o termómetro” da actualidade
A música é “o termómetro” do que se passa na actualidade e reflecte o estado da sociedade em que vivemos, considera o director artístico do FMM, que se realiza em Porto Covo e Sines. Em entrevista à Lusa, na Casa do Alentejo, em Lisboa, local onde foi apresentada a primeira edição do festival, há 25 anos, Carlos Seixas sublinhou a importância de convocar artistas de todos os continentes “que não têm voz” e “que muitas vezes não conseguem ter palco”. O FMM sempre se identificou como um festival de “paz e justiça social”, mas também de “resistência”, onde a “revolta” e a “luta” marcam presença e em que se acredita que “as fronteiras geográficas são linhas imaginárias”.
O “compromisso” com o mundo que partilha a língua portuguesa é assumido, dando destaque aos “povos irmãos da Guiné, de São Tomé, de Moçambique e de Cabo Verde”, que estarão presentes na edição deste ano. Este destaque faz parte de uma vontade maior de regressar à música que se faz na “mãe África”.
Com LUSA