Edições d’O SETUBALENSE descrevem o que foram os abalos com epicentro em Santiago do Cacém e a 230 km da costa
A 26 de Agosto de 1966 a região acordava com a notícia “Um sismo fez-se sentir no distrito de Setúbal”. O título é do jornal O SETUBALENSE de 27 de Agosto desse ano onde se dá conta de um abalo “com o grau V na escala internacional” sentido em Santiago do Cacém e, na região de Lisboa, “não foi além do grau III-IV”. Do acontecimento não resultaram vítimas nem danos materiais.
Nas redes sociais correm imagens de recortes da edição de 26 de Agosto de 1966 do “Diário de Lisboa” onde se sabe que a intensidade máxima foi sentida em São Bartolomeu da Serra, na cidade santiaguense, tendo o epicentro sido registado em Abela. A terra tremeu pelas 5h56, no mesmo dia (e perto da mesma hora) do abalo de ontem.
Sentido com mais intensidade, e causador de grandes estragos, foi o sismo de 28 de Fevereiro de 1969 que, na cidade de Setúbal, afectou habitações, destruiu automóveis e fez estragos severos nas igrejas de São Julião e Anunciada e nas capelas de Nossa Senhora da Conceição e de Santo António.
A informação consta também na edição do nosso periódico datado de 1 de Março de 1969 onde, além da estarem detalhadas as ruas e casas onde ocorreram os danos, há também registo de quatro feridos e a informação de que “no Hospital de S. Bernardo apenas tinham sido assistidos casos de depressões nervosas”.
“Setúbal foi duramente castigada pelo tremor de terra que se sentiu na madrugada de ontem” é o título.
O abalo fez-se sentir pelas 3h41 da madrugada com magnitude de 7,3 na escala de Richter e o epicentro a 230 quilómetros para sudoeste de Lisboa, no Oceano Atlântico. Este registou intensidade de VI-VII da escala internacional e, segundo se lê na edição, foi “o maior e mais aparatoso que entre nós se regista, desde há muitos anos”.
Na edição seguinte (2 de Março de 1969) sai a notícia “Cinco mil escudos início de uma subscrição a favor das vítimas do tremor de terra” onde se sabe que o senhor engenheiro Tomaz Roque se dirigiu ao jornal com a proposta da “constituição, em Setúbal, de uma comissão para socorrer as vítimas do tremor de terra ocorrido na madrugada da última sexta-feira”, pode ler-se.
Com o lema “O mal pelas aldeias” tinha como finalidade mobilizar quem não tivesse sido afectado pelo abalo para ajudar os feridos ou aqueles que viram o seu património afectado.