Casa do Largo recebe peças para sensibilizar para um crime que, em 2023, levou 127 homens a pedir ajuda à associação Quebrar o Silêncio
“O Último Esconderijo da Inocência” dá nome à exposição que personaliza a violência sexual contra homens e rapazes, por forma a consciencializar para um crime que muitas das vezes não tem visibilidade. Através de uma experiência sensorial, visual e sonora as criações artísticas de Paula Moita, Ricardo Mondim e Leonardo Silva – este último responsável pela fotografia e vídeo – estão expostas na Casa do Largo até 10 de Fevereiro.
Inaugurada a 13 de Janeiro a mostra, financiada pela Direcção-Geral das Artes e apoiada pela Câmara Municipal de Setúbal e o Teatro Estúdio Fontenova, é “um objecto artístico que pretende desenhar mapas partilhados com a Associação Quebrar o Silêncio e a comunidade escolar, numa viagem sensorial, visual e sonora que aborda o esquecido flagelo tema
da violência sexual”, como explica a nota da organização.
Os visitantes vão deparar-se com uma diversidade de peças, que vão desde manequins, almofadas, pedras da calçada e bilhetes, que através do site-specific – obras criadas tendo em conta a especificidade do local exposto – vão conduzir para a sensibilização sobre a temática que, só em 2023, levou 127 homens a pedir ajuda à associação Quebrar o Silêncio, segundo dados da própria organização.
Esta tem ainda como finalidade identificar “na criação artística o potencial de construir pontes de diálogo e de desbloquear tabus, numa abordagem com imperativo no respeito pelas vítimas, que actua na prevenção e não no choque”, como descreve a mesma nota.
Com a promessa de fazer imergir os olhares mais atentos, a mostra “usa a estética para provocar emoções e fazer pensar”, refere em comunicado a câmara municipal setubalense.
A mostra, que está aberta ao público em geral e de forma gratuita, está patente na sala de exposições sadinas até 10 de Fevereiro e pode ser visitada todos os dias das 09h00 às 18h00.