’25 de Abril de 1974: 50 anos depois…’ é o título da mostra inaugurada no sábado
O Museu do Trabalho Michel Giacometti tem patente a exposição ’25 de Abril de 1974: 50 anos depois…’ que pretende “revisitar a história através da memória documental” através de reproduções de páginas da Revista do Povo, que se publicava à época e que apresenta as fotos e o pensamento de alguns dos protagonistas dessa altura, de banda desenhada de Ernesto Neves e da ‘Cronologia dos acontecimentos até 25 de Abril’, de autoria de José Fanha.
A mostra foi inaugurada no sábado, com presença de algumas dezenas de pessoas, como a vereadora Rita Carvalho (CDU), o vereador Paulo Calado (PSD) ou o presidente da Junta de Freguesia de São Sebastião, Luís de Matos (CDU), e com a actuação de Rui do Cabo e do Grupo Coral Alentejano ‘Os amigos dos Sadinos’, que cantaram as senhas da revolução ‘E depois do adeus’, de Paulo de Carvalho, e ‘Grândola vila morena’, de José Afonso.
A vereadora Rita Carvalho defendeu que o 25 de Abril “não pode ser esquecido nem desvalorizado” e que a Revolução “também é cultura” porque os momentos como a inauguração da exposição resultam da liberdade e mantêm-na viva.
A apresentação da mostra esteve a cargo do historiador local Alberto Pereira que apresentou a o dia 25 de Abril de 1974 como “o mais importante do século XX em Portugal”. Já em Setúbal, contou, nesse dia não se passou muita coisa. “Foi um dia maravilhoso, de Primavera. A Escola Secundária Sebastião da Gama tinha organizado uma visita de estudo, os alunos estavam preparados e os autocarros não apareceram. Telefonaram para ‘Os Belos’ e disseram que havia uma revolução em Lisboa e não se arriscavam a levar crianças para Lisboa”. A visita de estudo ficou sem efeito e, segundo Alberto Pereira, esse “foi o acontecimento mais importante em Setúbal nesse dia” porque “não houve rigorosamente mais nada”.
O historiador contou também que a Revolução do Cravos ganhou esse nome por mero acaso. Porque uma loja, na baixa de Lisboa, tinha comprado flores, para assinalar o primeiro aniversário, e uma senhora levou um braçado deles e distribuiu-os no Largo do Carmo, às pessoas e aos militares. “Os fotógrafos acharam graça” e eternizaram a ligação entre estas flores e o golpe que trouxe a liberdade ao País.
Para Alberto Pereira, a exposição, que vai continuar patente no Museu do Trabalho, é importante “essencialmente” para as gerações mais novas e para os professores que a queiram aproveitar como instrumento de ensino.