1 Julho 2024, Segunda-feira

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Eugénio Fonseca conta vida compartilhada com D. Manuel Martins em livro

Eugénio Fonseca conta vida compartilhada com D. Manuel Martins em livro

Eugénio Fonseca conta vida compartilhada com D. Manuel Martins em livro

Salão Nobre encheu-se para ouvir “Testemunho de duas vidas compartilhadas”. A apresentação da obra teve lugar na data de nascimento do antigo bispo e contou com Ramalho Eanes

 

O Salão Nobre da Câmara Municipal de Setúbal registou lotação esgotada para a apresentação do livro “Testemunho de duas vidas compartilhadas”, de Eugénio Fonseca, na noite de segunda-feira, dia 20 de Janeiro, data de nascimento de D. Manuel Martins, com quem o professor privou “longe dos holofotes”. A obra conta episódios vividos com D. Manuel Martins, o primeiro bispo de Setúbal, ao longo dos mais de 40 anos de amizade e colaboração entre os dois. A abrir, e também a encerrar, a programação teve lugar um momento musical com Raquel Pernas e Fernando Pernas.

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“Fiz este livro porque D. Manuel não o quis fazer. Fi-lo por amor filial a D. Manuel, meu extremoso pai espiritual. E, com a força com que me incentivou, ouso publicar neste livro uma parte da nossa vivência e a riqueza do seu património espiritual porque me sinto na obrigação de não reservar apenas para mim tão valioso legado espiritual”, revelou Eugénio Fonseca, presidente da Cáritas Portuguesa e autor da obra, depois de ter modificado e dedicado a todos os presentes, ao vivo e no seu pensamento, o refrão de uma canção da cantora Mariza: “olho para vós e vem-me ao pensamento o refrão de uma bela canção da Mariza, que sinto que é verdade nesta noite. Oh, gente da minha terra, agora é que eu percebi, esta solidariedade que trago, foi de vós que a recebi”.

“Talvez este livro contribua também para um certo conhecimento dos primórdios da Diocese de Setúbal e até para a clarificação do tipo de relações que se estabeleceram no seu interior e para que os gritos por mais justiça suscitem que haja sempre quem esteja atento e empenhado em escutar e saber agir em conformidade com a dinâmica de uma intervenção cívica e corajosa”, adiantou, prometendo a D. Manuel Martins que “enquanto viver, a sua memória não será esquecida”e agradecendo a todos os presentes e intervenientes na obra apresentada.

Sala cheia para ouvir e partilhar momentos vividos com o primeiro bispo de Setúbal
Apresentado por Guilherme d’Oliveira Martins, na presença do General António Ramalho Eanes, antigo presidente da República Portuguesa e autor do prefácio da obra, de Maria das Dores Meira, presidente da Câmara Municipal de Setúbal, e do padre Constantino Alves, em representação do Bispo de Setúbal, D. José Ornelas Carvalho, o livro conta com a chancela da Paulinas Editora – representada na noite de segunda-feira pela Irmã Eliete, que elogiou o enorme espólio de recordações “que têm tanto de gratificante relembrar como de doloroso reviver”, frisou a “benéfica e carismática acção de incidência social” de Eugénio Fonseca e mostrou a sua satisfação por se juntarem, enquanto editora, a esta partilha de testemunhos.

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Guilherme d’Oliveira Martins, por sua vez, aproveitou o momento para homenagear D. Manuel Martins e para agradecer a Eugénio Fonseca o facto de “trazer vivo o testemunho de D. Manuel Martins até hoje”. Nas suas palavras, “é indispensável que não esqueçamos a voz de D. Manuel Martins, a memória viva, bem presente, o exemplo fundamental do bispo desta diocese, do bispo de todos nós”. Sobre “Testemunho de duas vidas compartilhadas”, Guilherme d’Oliveira Martins, o responsável pela sua apresentação, referiu ainda que “em cada um dos capítulos da obra é possível encontrar exemplos tocantes, na maior parte das vezes inesperados, em que a simplicidade e a força de D. Manuel Martins está evidenciada, tendo a seu lado o exemplo do professor Eugénio Fonseca”.

Em representação do actual Bispo de Setúbal, D. José Ornelas Carvalho, o padre Constantino Alves partilhou na primeira pessoa histórias vividas com D. Manuel Martins e deixou, “no dia da celebração do seu aniversário de nascimento”, o agradecimento ao mesmo por ter sido “um pai, um irmão e um mestre” e “a voz de muitos que não tinham voz” e também a Eugénio Fonseca “pela paixão que o alimenta e partilha desta forma connosco” e porque “tem sido incansável em relembrar a vida, a mensagem e a obra do primeiro bispo de Setúbal”.

Recordar o homem que assim que chegou se fez imediatamente setubalense
Admiração e saudade foram as duas palavras inicialmente dedicadas pela presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Maria das Dores Meira, a D. Manuel Martins. “Admiração pelo homem que soube ser, e que soube estar onde devia estar, e saudade de um homem que apesar de não estar entre nós deixa gravada na nossa memória a sua obra”, explicou, acrescentando que esta obra, “que conta pormenores de uma longa e profícua relação de amizade no seio da igreja setubalense” mas não esgota as ocorrências da vida de Eugénio Fonseca, autor da mesma, é “mais um importante contributo para perpetuar a memória de um homem que, quando aqui chegou, a Setúbal, se fez imediatamente setubalense”.

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No prefácio da obra, António Ramalho Eanes evoca a relação de Santa Madre Teresa de Calcutá com D. Manuel Martins e recorda o seu papel, “determinante”, quando, na península de Setúbal, “a crise económica e a falta de resposta do poder político atropelaram a verdadeira liberdade de muitos, esmagaram, com o desemprego e os salários em atraso, a sua dignidade, fragilizaram a própria solidariedade”.

Na noite de segunda-feira, também o primeiro Presidente da República eleito após o 25 de Abril, a encerrar o rol de intervenções, recordou D. Manuel Martins e a sua relação com a cidade do rio azul: “era sobretudo um homem que entendia a caridade tal e qual como ela deve ser entendida, como um transbordamento da compaixão que temos de nós para os outros”. O prefaciador da obra considerou ainda que nestes testemunhos agora presentes em livro “Eugénio Fonseca volta ao passado para nos mostrar um homem que foi um exemplo, e deve ser”. Nas palavras de Ramalho Eanes, Eugénio Fonseca, por seu turno, “merece o nosso reconhecimento e a nossa homenagem pelo seu trabalho em Setúbal, como discípulo de D. Manuel Martins, em prol da sociedade portuguesa, da justiça social”.

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