Maria João Luís dirige projecto renovado, que conta no elenco com os Tocá Rufar e seis grupos corais do concelho
O projecto artístico A Abetarda da companhia Teatro da Terra vai estar em destaque na primeira edição do programa Desconcentra, que a Câmara Municipal do Seixal promove entre 11 deste mês e 3 de Outubro no concelho. O espectáculo, que associa o cante alentejano ao teatro de rua, vai ser apresentado na Mundet, na freguesia do Seixal, no dia 12 (19h00), no Moinho de Maré de Corroios, no dia 19 (21h00), no Parque das Lagoas, em Fernão Ferro, no dia 20 (19h00), e no Parque Natural da Quinta do Serrado, em Amora, a 3 de Outubro (21h00).
Trata-se de um projecto que nasceu em 2014, na sequência de uma parceria então estabelecida entre o Teatro da Terra e o município de Castro Verde, que foi agora remontado e que apresenta no elenco os Tocá Rufar e seis grupos corais alentejanos do concelho do Seixal, onde a companhia passou a residir.
A actriz Maria João Luís dirige para o Teatro da Terra o renovado espectáculo, que permite ao elenco partilhar, nas ruas, “traços característicos da cultura popular”, revela a companhia. A iniciativa constitui, ao mesmo tempo, “sinal de um posicionamento artístico inovador na capacidade de integrar os agentes locais, sem que a identidade própria de cada grupo destoe da criação teatral colectiva”.
Além de Maria João Luís, o espectáculo conta com as participações de Filipe Gomes, Sérgio Gomes, Tocá Rufar (dirigidos por Rui Júnior), Grupo Coral As Papoilas do Fogueteiro, Grupo Coral Alentejano de Asstas, Grupo Coral Alentejano Lírio Roxo de Paio Pires, Grupo Coral Operário Alentejano do Centro Cultural e Desportivo das Paivas, e Grupo de Cante Feminino da Associação de R.P.I. da Torre da Marinha. Diogo Cabrita Santos é o trompetista.
Passada está mais de década e meia sobre a criação de A Abetarda. O Teatro da Terra lembra como tudo começou.
“Ao autor João Monge, encomendámos o texto que junta o Cante Alentejano ao teatro de rua, numa celebração deste símbolo de Castro Verde, com uma história orientada para uma procissão pagã, habilmente tecida na base da cultura popular alentejana, polvilhada por reminiscências do cristianismo, projectando a elevação da maior ave de voo da Europa a um estatuto mitológico/fantástico”, explica a companhia. “Os quatro textos da autoria de João Monge que o Teatro da Terra materializou em teatro até hoje destacam este consanguíneo poeta/letrista/escritor como o criador mais representado pela companhia”, sublinha.
Com a recriação do espectáculo, a companhia diz afirmar-se “mais uma vez como um projecto de teatro comunitário de características únicas”, agora a operar a partir do concelho do Seixal.