30 Junho 2024, Domingo

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Espectáculo da companhia Teatro do Vestido revisita memórias de localidades de Santiago do Cacém

Espectáculo da companhia Teatro do Vestido revisita memórias de localidades de Santiago do Cacém

Espectáculo da companhia Teatro do Vestido revisita memórias de localidades de Santiago do Cacém

“Viagem a Portugal – Paragem Alentejo” estreia sexta-feira, em São Domingos, pelas 19 horas

 

A companhia Teatro do Vestido estreia, na sexta-feira, em São Domingos, no concelho de Santiago do Cacém, “Viagem a Portugal – Paragem Alentejo”, espectáculo que revisita as memórias locais através de um percurso por cinco localidades.

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Em declarações à agência Lusa, Joana Craveiro, responsável pela direcção, texto, e coordenação da investigação que deu origem à produção, revelou tratar-se de “um espectáculo-viagem, em percurso”.

Neste são revisitadas “algumas memórias de uma série de localidades no concelho de Santiago do Cacém”.

No espectáculo, acrescentou, reflecte-se “sobre as vivências das pessoas” e “sobre as suas histórias de vida e memórias políticas, de uma forma poética e a partir de uma pesquisa etnográfica no terreno”.

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“Viagem a Portugal – Paragem Alentejo” é apresentado na sexta-feira e no sábado, sempre às 19 horas, com partida em São Domingos e passagens por Abela, Vale de Água, Ermidas-Sado e Alvalade, onde termina, tudo localidades no concelho de Santiago do Cacém, no distrito de Setúbal.

A produção abre a temporada deste ano da iniciativa “Lavrar o Mira e a Lagoa – As Artes Além Tejo”, promovida pela cooperativa cultural Lavrar o Mar, com sede em Aljezur, no distrito de Faro, nos municípios de Santiago do Cacém e de Odemira, também no distrito de Beja.

Segundo Joana Craveiro, o espectáculo tem vindo a ser concebido ao longo das últimas três semanas, com visitas aos lugares e falando com as pessoas que lá vivem.

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“Descobri muitas histórias que não conhecia e outras que já tinha ouvido falar e que precisava de aprofundar”, referiu.

Entre estas, surge a memória da reforma agrária, que “está inscrita nas paredes” e na “toponímia das terras do Alentejo”.

“São memórias conflituantes, que não são consensuais, e nós trazemo-las para cima da mesa e mostramos as tensões que existem nas aldeias em torno dessas memórias”, disse.

A encenadora frisou ainda que “as pessoas descrevem o fim da reforma agrária como o ‘dia do acabamento ou da acabação’”.

“E a nós interessa-nos desenterrar estas memórias e trazê-las ao lume, olhar com esse olhar da pós-memória, questionar e saber o que aconteceu realmente”, pois “ninguém é dono da memória” e “há muitas memórias e muitas verdades”.

Tudo isto faz de “Viagem a Portugal – Paragem Alentejo”, segundo a autora, um espectáculo de “teatro poético, de raiz etnográfica, com histórias de vida e história oral, que tenta trazer a lume várias verdades e várias possibilidades”.

“Não queremos nem aspiramos a estabelecer essa verdade una. O meu interesse é escrever de uma forma poética sobre tudo isto e levar o espectador numa viagem imersiva por toda esta poesia, que acredito que existe até na contradição”, sublinhou.

Depois de Santiago do Cacém, o Teatro do Vestido irá apresentar o espectáculo no concelho de Odemira, nos dias 12 e 13 de Março, mas este será “completamente diferente”.

“Já temos um percurso minimamente delineado, mas só o trabalho no terreno” é que irá definir o mesmo, ainda que o “ponto de partida” seja idêntico, ou seja, “a ideia de percurso”, concluiu Joana Craveiro.

CYMP

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