O segundo dos seis ciclos de formação no IPS começou em meados de Setembro
O IPS associou-se ao projecto Demola, uma iniciativa de origem finlandesa que junta estudantes, docentes, empresas e instituições em resposta a desafios reais ou problemas da comunidade que exigem inovação e uma ampla variedade de competências.
“A escola de hoje revela características muito diferentes da escola do passado. Os estudantes alteraram o seu perfil de competências, o seu estilo de comunicar e a sua forma de aprender, e os professores não revelam ter formação adequada para dar resposta a estes desafios, não sabendo muitas vezes lidar com os artefactos digitais e com os estilos de aprendizagem desta população que não espera ter aulas magistrais, decorar tópicos teóricos nem aprender sentado na cadeira a ouvir sem outras distracções os seus professores”, começa por dizer Nuno Pina, da equipa de coordenação pedagógica do projecto no IPS.
Em seguida, acrescentou que importa não esquecer neste sentido “as organizações e o mercado, que desafiam as escolas a promoverem um ensino mais aplicado e alinhado com as competências que se espera de um trabalhador no século XXI”.
O projecto Demola pretende, assim, introduzir no ensino superior “uma perspectiva inovadora e voltada para o aprofundamento da relação entre instituições de ensino e empresas, dando resposta aos desafios pedagógicos que se colocam ao professor actual de ensinar o estudante millennium”, através do desenvolvimento de competências básicas.
Estas soft skills são, por sua vez, associadas a métodos de ensino inovadores aplicados à prática pedagógica, com a aplicação de ferramentas como o design thinking ou o science design para resolver problemas baseados em casos reais e fomentando a co-criação de conhecimento.
“Pretende-se que a formação contemple professores oriundos de diversas áreas científicas e que se criem equipas de trabalho multidisciplinares favorecendo a partilha ecléctica de conhecimentos e fomentando o pensamento divergente gerador de processos de inovação e de propostas de novas soluções”, continua.
O desenvolvimento do projecto no politécnico setubalense tem contado com parcerias com diversas organizações, câmaras municipais e empresas de diversas áreas de negócio na região, nomeadamente no sector do turismo e na área da saúde.
A iniciativa começou a 15 de Janeiro e desenrola-se ao longo de três anos em 14 instituições politécnicas do país. No caso do IPS, serão seis ciclos de formação.
Em cada ciclo serão formados 8 docentes do IPS e 2 docentes de escolas profissionais da região de Setúbal.
“No final, teremos formado cerca de 48 docentes do IPS e 12 docentes de escolas profissionais e participarão no projecto mais de 200 estudantes”, informa.
“Terminámos o primeiro ciclo em Junho e iniciámos o segundo a meio de Setembro, tendo obtido por parte dos estudantes, empresas e docentes envolvidos um excelente feedback”, remata.