Organizado pelo Grupo Folclórico e Humanitário, contou com a presença de elementos da Federação do Folclore Português
Para dar a conhecer o trabalho de recolha, pesquisa e investigação que tem vindo a desenvolver sobre o folclore no concelho de Sesimbra e na região de Setúbal, o Grupo Folclórico e Humanitário do Concelho de Sesimbra (GFHCS) reuniu os seus responsáveis, ensaiadores e acordeonistas e representantes do Conselho Técnico Regional Estremadura Sul e Litoral Alentejo da Federação do Folclore Português.
Com o objectivo de “expor os conhecimentos adquiridos nesta pesquisa, tendente à preservação do folclore e da etnografia regional”, o encontro pretendeu ainda, de acordo com o presidente da colectividade, André Antunes, dar a conhecer “aos músicos e ensaiadores o contexto histórico de cada uma das danças que executam, colaborando assim para o desenvolvimento da sua tarefa e para uma maior autenticidade”.
Grupo pretende ser “o mais fiel possível” à “realidade da época que representa”
O aprofundamento das recolhas etnográficas, iniciadas na década de 1980, decorre desde 2019 e a responsabilidade que o grupo deposita na preservação do património da localidade, bem como “ser o melhor grupo folclórico possível em termos de autenticidade e não de embelezamento face à realidade histórica da época que representa”, é assim um dos objectivos que norteia a actividade da colectividade quintacondense.
Luís Dionísio e Cláudio Neves, do Conselho Técnico Regional da Estremadura Sul e Litoral Alentejo da Federação do Folclore Português, partilharam a sua disponibilidade em colaborar “tanto quanto conseguirem” com o grupo no trabalho que pretende desenvolver, onde se inclui também a intenção de se federar. Mostraram agrado neste regresso à Quinta do Conde, por considerarem “sinal de que o grupo está empenhado em mudar em algo e tudo está a decorrer a bom ritmo”, e frisaram ainda a importância de que cada elemento do grupo saiba realmente o que está a tocar e a dançar, respeitando a forma original e as tradições musicais do folclore no seu todo e na região em particular.
No decorrer da apresentação, o Grupo Folclórico e Humanitário projectou imagens de vários círios, romarias, feiras, festas e arraiais locais e André Antunes, autor da pesquisa, partilhou aspectos de conversas que estabeleceu com elementos de antigos ranchos folclóricos da região, com quem fez parte das tradicionais festividades do território e tem por isso conhecimento sobre “danças que marcam o panorama e os trajes da etnografia regional”.
Também Vítor Antunes, presidente da Junta de Freguesia, marcou presença no encontro. O edil, que tem vindo a colaborar com o grupo na pesquisa realizada e foi um dos dinamizadores do rancho folclórico da Associação para o Desenvolvimento da Quinta do Conde, é um conhecedor da presença desta actividade cultural na freguesia. Autor do livro “Quinta do Conde – Origens e Percurso”, onde se inclui, entre outros aspectos, matérias sobre as danças e os
cantares do concelho e da região, fez um breve resumo sobre a evolução dos grupos folclóricos em território quintacondense ao longo do tempo e manifestou o seu desejo “enquanto presidente da freguesia e enquanto quintacondense” de que “existissem mais”.
Esta reunião marcou ainda o regresso aos ensaios e consequentemente à actividade do Grupo Folclórico e Humanitário, que iniciou o processo de retoma progressiva dos ensaios na semana passada. Em coordenação com os ensaiadores, esta primeira fase pretende retomar apenas as actividades com os acordeonistas, para que sejam estudadas as pautas das músicas e seja dado início à aprendizagem de outras danças e cantares entretanto recolhidos. A segunda fase será direccionada para os elementos da restante tocada e cantadeiras.