Documentário “Fato Macaco” dá a conhecer bairros típicos dos Pescadores e Grito do Povo

Documentário “Fato Macaco” dá a conhecer bairros típicos dos Pescadores e Grito do Povo

Documentário “Fato Macaco” dá a conhecer bairros típicos dos Pescadores e Grito do Povo

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Produzido no âmbito da Rota Clandestina, projecto tem autoria de Rui Paixão, palhaço que foi protagonista do Cirque du Soleil

 

O conhecimento dos bairros típicos setubalenses dos Pescadores e Grito do Povo através do testemunho dos moradores, das suas histórias e lutas, é o principal objectivo do documentário “Fato Macaco”, que está a ser gravado em Setúbal.

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Produzido no âmbito da Rota Clandestina, um projecto cultural lançado há cerca de um ano e que tem o apoio da Câmara Municipal de Setúbal, o “Fato Macaco” é um trabalho da autoria de Rui Paixão, palhaço português que foi protagonista do Cirque du Soleil, uma companhia multinacional de entretenimento sediada na cidade de Montreal, no Canadá.

“O documentário, que tem a parceria da produtora Dona Edite Filmes e estreia prevista para o final de Outubro, no cinema Charlot, em Setúbal, parte essencialmente da ideia de recolher testemunhos, histórias das lutas dos trabalhadores, mas também sobre as questões do pré e pós 25 de Abril”, disse à agência Lusa Rui Paixão.

Convidado pelo director artístico da Rota Clandestina, Renzo Barsotti, a desenvolver o projecto de uma residência artística nos dois bairros típicos setubalenses, Rui Paixão salientou que o objectivo da longa-metragem “Fato Macaco” é “compreender quem são as pessoas destes bairros e aspectos marcantes das suas vidas, com a ajuda de uma personagem ficcional [interpretada pelo próprio Rui Paixão], que faz a ligação das diferentes histórias dos moradores, desde o trabalho na antiga indústria conserveira, aos movimentos anarco-sindicalistas e actos de resistência que marcaram as suas vidas e a comunidade”.

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“Estamos verdadeiramente surpreendidos e apaixonados pelo Bairro do Grito do Povo e pelo Bairro dos Pescadores. Esperamos que o ‘Fato Macaco’ seja um presente bonito e que consiga espalhar-se por todo o país. Faltam mais artistas de bairro, mais artistas que saiam das grandes cidades, que saiam dos seus egos de entregar produtos que acabam em três dias. E que façam mais coisas destas”, sublinhou Rui Paixão, enfatizando o grande entusiasmo de toda a equipa envolvida no projecto.

Para o produtor italiano e director artístico da Rota Clandestina, o filme de Rui Paixão, idealizado com base num trabalho de pesquisa que começou no ano passado através de residências artísticas nos dois bairros típicos de Setúbal, é “emblemático da forma de trabalhar da Rota Clandestina”.

“Não pedi ao Rui Paixão que fizesse um filme, foi ele que chegou à conclusão de que o meio adequado para exprimir aquilo que entendia ser essencial, no que respeita à realidade desses territórios, era uma longa-metragem. E foi a partir daí que começámos a imaginar quando e como organizar o projecto”, acrescentou.

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“O ‘Fato Macaco’ é um projecto importante para a Rota Clandestina, tal como a produção teatral `Amore´, do italiano Pippo Delbono, ou a co-produção internacional de Vítor Hugo Pontes, que está a trabalhar com base em duas residências artísticas que ele próprio realizou, em 2020 e 2021”, frisou Renzo Barsotti.

O vereador da Cultura da Câmara de Setúbal, Pedro Pina, garantiu que os projectos culturais desenvolvidos no âmbito da Rota Clandestina “são para continuar, porque têm trazido a Setúbal figuras maiores do panorama artístico e têm permitido projectar Setúbal como cidade de criação artística”.

“Todos estes projectos, como é o caso do ‘Fato Macaco’, têm uma grande preocupação com o envolvimento das comunidades”, disse Pedro Pina, considerando que os projectos desenvolvidos no âmbito da Rota Clandestina não representam um custo, mas um investimento cultural importante para o município.

Um investimento que permite levar a Setúbal “pessoas com uma enorme experiência, com créditos firmados nas suas áreas e que, pelo trabalho que desenvolvem para a comunidade, para a cidade e, sobretudo, pelo resultado final” são “claramente, um investimento que se justifica”, acrescentou o autarca.

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