Na região, a Santa Casa da Misericórdia de Almada foi quem recebeu o maior investimento ao longo de seis anos
O investimento no Desenvolvimento Local de Base Comunitária (DLBC) urbano no distrito de Setúbal, entre 2017 e 2023, ascendeu a 7,9 milhões de euros, anunciou a rede DLBC Lisboa. Estes valores foram repartidos pela Santa Casa da Misericórdia de Almada (2,5 milhões de euros), Idset – Associação Portuguesa para a Inovação e Desenvolvimento, Capacitar o Montijo (1,3 milhões), idset — Eu…Também Conto, em Setúbal (2 milhões), e Adrepes – Associação para o Desenvolvimento Rural da Península de Setúbal (2 milhões).
De acordo com os resultados do DLBC urbano em Portugal (2017-2023), apresentados na semana passada em Lisboa, o investimento de 38,4 milhões de euros repartiu-se em 14,7 milhões na área do Porto, 12,3 milhões em Lisboa, 7,9 milhões em Setúbal e 3,4 milhões no Algarve, apoiando 316 projectos e criando 671 postos de trabalho
A rede DLBC Lisboa foi criada em 2015, para poder aceder a fundos europeus de DLBC urbano, para combater bolsas de pobreza em meios urbanos, conseguindo cinco milhões de euros para a cidade de Lisboa, para as organizações de base local concretizarem os seus projectos.
No seguimento das intervenções na capital, Maria José Domingos, directora-geral da rede, salientou que a DLBC Lisboa é considerada “uma boa prática a nível europeu pela própria Comissão Europeia”, que já convidou a organização a demonstrar o seu modelo de governação, por não ser dependente e não ter sido “um município a liderar” o movimento.
“O DLBC urbano está a crescer na Europa, em vários países, e não se consegue perceber, foi com bastante perplexidade que nos apercebemos que não havia DLBC urbano em Portugal”, no próximo quadro comunitário, reiterou.
Para já, Maria José Domingos salientou que a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) de Lisboa e Vale do Tejo “também gostava de poder continuar com este tipo de intervenção”, mas “não é a CCDR que decide, é o Governo e o Quadro de Coesão”.
Por outro lado, houve várias linhas de financiamento no anterior quadro comunitário, mas a rede DLBC Lisboa só se candidatou a uma, porque as outras não “faziam muito sentido para os bairros” onde estavam a intervir.
Algumas linhas “eram para sistemas ou empreendedorismo”, e as pessoas que vivem nestes bairros “já são empreendedoras no dia-a-dia para conseguirem viver”, uma vez que para criarem o seu posto de trabalho, que é extremamente difícil, “outras condições têm que estar asseguradas primeiro”, frisou.