David Dores vive a fotografia com “paixão pela imagem certa, no momento certo”

David Dores vive a fotografia com “paixão pela imagem certa, no momento certo”

David Dores vive a fotografia com “paixão pela imagem certa, no momento certo”

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Já foi ardina do jornal O SETUBALENSE, hoje é fotógrafo de mérito reconhecido e defende que as palavras “deficiência mental” nunca vão limitar quem é e quem quer ser. David Dores não aceita barreiras impostas pelo preconceito

Fotografia: Carlos Dinis

 

Começou a fotografar em 2010, quando abraçou o desafio de fazer o Curso Técnico de Fotografia na Escola Secundária D. João II, em Setúbal, mas foi só em 2013 que David Dores despertou para o que considera ser “uma paixão pela imagem certa, no momento certo”. Hoje, o ex-ardina de O SETUBALENSE já deu provas de que o seu olhar não poderia ter pousado em outro lugar a não ser na fotografia.

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Fotografou para o clube FC Setúbal, publicou nas revistas Mundo Digital e Zoom, aperfeiçoou a técnica para se dedicar ao retrato de paisagens e de famílias. Os dois últimos tornaram-se a sua paixão e em 2017 arriscou a primeira exposição no Moinho de Maré da Mourisca.

Aos 26 anos, David recorda “No tempo de inspirar” como momento de consagração “para muitas pessoas que não acreditavam, mas foi, sobretudo, fantástico ter ao lado quem sempre acreditou neste caminho e na fotografia deste aprendiz”.

David nunca deixou que o diagnóstico de epilepsia e as terapêuticas pelas quais passou na infância e adolescência limitassem o seu caminho. “No papel está 66% de incapacidade. Deficiência Mental. Confesso. Detesto essas palavras. Eu não sou ‘uma deficiência’ sou o David”, defende assumindo que muitas vezes luta para não se revoltar com “a etiqueta”, que tantas vezes lhe limitou o caminho.

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“Fizeram o que podiam por mim. Agora faço eu as minhas escolhas”

Já enfrentou muitas portas fechadas, mas tem a certeza inabalável de que “ainda tem muito por percorrer”.

A nível educativo David reconhece que teve tudo o que poderia ter. “O Ensino Especial permitiu-me concluir o 12º ano de escolaridade e a dedicação dos meus pais, com o que sabiam e podiam fazer, na época, ajudou a que tudo se concretizasse. Mas, agora sou eu que faço as minhas escolhas e quero que olhem para a minha fotografia e reconheçam um bom profissional, capaz”.

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David acredita que nem deveria ser preciso dizer, “porque a credibilidade é para todos”, mas sabe que o preconceito ainda fecha portas.

Nos seus lugares quase secretos, continua a fazer fotografia para aqueles que o procuram e que apostam no seu talento. “Afinal Setúbal tem muito por descobrir e não é apenas a Luísa Todi que é bonita, por vezes, em lugares como a Mitrena podemos encontrar uma coisa simples, mas pura, que faz um momento único”.

 

 

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