Companhia “Sui Generis” repensa actividade mas mantém foco na criação artística

Companhia “Sui Generis” repensa actividade mas mantém foco na criação artística

Companhia “Sui Generis” repensa actividade mas mantém foco na criação artística

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Oficinas na vila quintacondense são lugar de “encontro e liberdade criativa”

 

Os últimos meses de actividade da companhia de teatro Sui Generis têm sido marcados pela incerteza gerada pela situação pandémica. Ainda assim, o grupo não baixou os braços e conta agora a O SETUBALENSE que planos tem para um futuro breve.

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“Nos últimos tempos temos tentado desenvolver o nosso trabalho mesmo com algumas dificuldades vindas do contexto da pandemia. Alguns espectáculos continuam a ser adiados devido à situação que vivemos, mas temos estado activos no pensar e no criar”, começa por dizer Lara Matos, actriz, criadora e responsável pela produção e gestão da companhia de teatro Sui Generis.

No mês de Maio, a companhia estreou o espectáculo “Horizonte”, que fala sobre encontros e desencontros e questiona a forma como o ser humano se relaciona com o outro.

Entretanto, apresentou a sua criação desenhada dirigida aos mais novos e continuou a dinamizar as oficinas de teatro, “que nunca pararam e sobreviveram ao confinamento. A rede que se criou entre todos desde o início do processo é tão forte que o confinamento em vez de desmantelar o grupo, tornou-o ainda mais resistente”.

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No entender da associação quintacondense, “a pandemia tem exigido um repensar constante da situação enquanto criadores”. “Veio acentuar a precariedade do sector e expor as dificuldades de uma forma mais evidente. Não tem sido um momento fácil, o contexto actual coloca-nos muitos obstáculos na relação com o outro e o teatro é, para nós, essa relação. O corpo presente, a respiração, o estar, o sentir, o tocar”.

Oficinas de teatro abertas a todos são para continuar

No que diz respeito à agenda Sui Generis, está previsto um espectáculo na Fortaleza de Sesimbra que tem como ponto de partida algumas referências da vila.

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A partir de algumas figuras históricas, que deram vida à vila, a companhia de teatro propõe “uma viagem ao passado entre a realidade e a ficção, tocando o passado sempre com um olho no presente”.

Este espectáculo é, de acordo com os seus criadores, “uma reposição que está de regresso à vila de Sesimbra, construído unicamente e especialmente para aquele lugar.

Na primeira versão deste espectáculo o público percorria as ruas da vila, mas agora as ruas vão ser levadas até à fortaleza.

A arquitectura de cada esquina ganha vida num novo lugar, o espectador é convidado a observar a vila desde a fortaleza, os actores são confrontados com personagens que fazem parte da memória da vila, num exercício constante de entrar e sair da acção”.

Também a continuação das oficinas de teatro na Quinta do Conde marcam presença nos planos para o futuro.

“Abertas a todos, desde os mais novos aos graúdos, nelas exploramos muitas ferramentas do teatro e do trabalho do actor/performer, mas são sobretudo um espaço de partilha, de construção de uma identidade, de descoberta, reflexão e também um espaço onde brincamos”, referem.

“Sentimos cada vez mais que o trabalho que desenvolvemos nas nossas oficinas de teatro na Quinta do Conde são um lugar de encontro com as pessoas que queremos preservar e onde queremos investir”, adiantam, justificando que “as oficinas permitem potenciar o diálogo entre os elementos, gerar plataformas de expressão, facilitar uma viagem identitária, tanto individual como colectiva e despertar para a participação”.

“São necessários estes espaços de confronto, de liberdade criativa e de descoberta”, garantem. Neste sentido, pretendem levar as oficinas “até ao ponto em que elas passem a ser das pessoas, que estas sintam este espaço como seu, onde podem efectivamente fazer propostas, fazer parte do processo de decisão, de escolhas artísticas e não só”.

“Por isso é essencial para a estrutura ter um espaço físico que permita uma flexibilidade de trabalho com a comunidade”. Além disto, a companhia de teatro Sui Generis está “a desenhar um projecto de longa data, que está agora a ganhar forma e a aproximar-se do que temos vindo a cozinhar nos últimos meses”.

“Como em tudo, é necessário um tempo de maturação que nos situe, que nos permita analisar todas as possibilidades. A criação é sem dúvida um lugar que queremos continuar a ocupar, porque sempre que criamos um objectivo artístico entramos num fervilhar de questões. Sentimos que a criação nos permite um constante actualizar”, concluem.

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