Dinamizado pelo Grupo de Trabalho para a Empregabilidade de Setúbal, o encontro pretende construir soluções de emprego para o concelho, entre pessoas, organizações sociais e empresas
Na manhã de ontem, o auditório do primeiro andar da Casa da Baía foi o palco do primeiro STB Job Summit, dinamizado pelo Grupo de Trabalho para a Empregabilidade de Setúbal. Este evento surge no âmbito do projecto SIGA – Setúbal Interinstitucional Gera Acção, cuja coordenação está a cargo da SEIES – Sociedade de Estudos e Intervenção em Engenharia Social e pretende dar uma resposta no âmbito da empregabilidade no nosso concelho.
“O Grupo de Trabalho para a Empregabilidade no concelho de Setúbal nasce de um movimento facilitado pelo projecto SIGA porque há uma grande necessidade de as organizações sociais conseguirem uma integração eficaz das pessoas que acompanhamos”, disse Vasco Caleira, da SEIES, a O SETUBALENSE – DIÁRIO DA REGIÃO. “O leque é muito variado, já não se restringe a pessoas com baixa escolaridade, ou sem hábitos de trabalho. Temos todo um grupo de pessoas, qualificadas, que também se encontram numa situação difícil e precisam de integração”, adiantou.
Entre os objectivos, estão a criação de condições para uma maior eficácia na inserção profissional e/ou formativa das pessoas em situação de desemprego e a constituição do Grupo de Trabalho para a Empregabilidade de Setúbal enquanto grupo interinstitucional de continuidade para a área da empregabilidade em todo o concelho. No GTES, é feito diagnóstico de necessidades de Recursos Humanos das empresas, e é ajustado o perfil profissional ao diagnóstico de necessidades das empresas. São apresentadas as Medidas Activas de Emprego, com vantagens financeiras na contratação de pessoas acompanhadas pelas organizações. Posteriormente, é realizada a pré-selecção e o encaminhamento dos candidatos adequados aos perfis pessoal e profissional solicitados pela empresa. É ainda realizado o acompanhamento personalizado de cada candidato no período pós-integração. “Acompanho famílias e instituições há muitos anos. Acho que temos este know-how de conhecer histórias e percursos de vida e quando os analisamos alguém lá atrás perdeu um emprego, está a viver uma situação de divórcio ou entrou em ruptura com os laços que o ligavam ao mercado do trabalho”, partilhou Elisabete, também do Grupo de Trabalho para a Empregabilidade de Setúbal. “O nosso objectivo é no fundo sermos os intermediários entre as empresas e as famílias e ajudar a criar este match, criando soluções à medida para que seja um sucesso para a pessoa e também uma mais valia para a empresa”, continuou.
Para Vasco Caleira, é “essencial a aproximação ao tecido empresarial porque só em conjunto conseguimos melhorar a questão da empregabilidade e valorizar economicamente também a sociedade onde intervimos”. Foi ainda mostrado um vídeo com os testemunhos de várias pessoas que se encontram a ser acompanhadas pelo GTES, onde os mesmos partilham as suas vivências e os seus desejos e projectos para o futuro. Promovido pelas organizações sociais e de emprego do concelho, com vista a encontrar soluções de emprego, o eventou contou nesta sua primeira edição com a presença das empresas Continental, Kelly Services, Multitempo e Visteon. Os representantes apresentaram as suas empresas e partilharam experiências, facilidades e dificuldades que encontram no mercado de trabalho.
“Pensámos que juntos conseguíamos formar um grupo de organizações que elencam o tipo de pessoas que temos disponíveis para trabalho, e podemos capacitar essas pessoas com formação feita à medida a partir do diagnóstico que fazemos com as empresas e com os seus problemas”, explicou Vasco, realçando que “a intenção é que este seja o primeiro de muitos. A ideia é ouvir as necessidades das empresas e podermos depois, em articulação com o Centro de Emprego, poder desenvolver formações à medida dessas mesmas necessidades”. O objectivo é, assim, “fazer o job matching entre as necessidades de uns e de outros” e que o resultado seja “uma maior qualidade de vida para as pessoas”, uma vez que a integração profissional é “essencial para depois tudo resto funcionar na sua vida, porque muitas vezes as pessoas encontram-se numa situação de vulnerabilidade exactamente pela dificuldade em encontrar trabalho”. Sendo um Contrato Local de Desenvolvimento Social, o projecto visa ainda capacitar “os/as cidadãos/ãs e famílias neste ciclo de crescimento económico que se inicia, promovendo a equidade territorial, a igualdade de oportunidades e a inclusão social nas suas mais diversas dimensões”.