Artista produziu 400 xilogravuras ao longo da sua existência
Agraciado com a Medalha Barreiro Reconhecido em 1983, e com a medalha de honra do distrito de Setúbal, em 1991, a autarquia barreirense lembrou na última sexta-feira, os 120 anos do nascimento do Mestre Manuel Cabanas, que recebeu também o galardão máximo da cidade – a Medalha de Honra Cidadão Honorário –, em 1996.
Ao longo dos seus 93 anos, Manuel dos Santos Cabanas realizou cerca de 400 xilogravuras, tendo participado também em exposições individuais e colectivas.
Mais tarde, em 1985, foi-lhe entregue pelo Presidente da República, Ramalho Eanes, a Comenda da Ordem da Liberdade e, mais tarde, em 1991, o Presidente Mário Soares conferiu-lhe também a Comenda da Ordem do Infante D. Henrique.
Nascido em Vila Nova de Cacela a 11 de Fevereiro de 1902, o artista decidiu vir viver para o Barreiro aos 20 anos, com o intuito de frequentar um curso de praticantes na Caminhos de Ferro do Estado.
A Câmara do Barreiro considera que “120 anos após o seu nascimento continua a haver lugar para lembrar esta figura que demostrou valor político e cívico ao longo da sua vida”, refere, em nota à imprensa.
“Republicano histórico, ao longo da sua actividade política foi preso três vezes e foi, igualmente, afastado do ensino após alguns anos a lecionar na Escola Secundária Alfredo da Silva”, recorda.
Além disso, foi “um dos fundadores do Partido Socialista e figura bastante interventiva logo após o 25 de Abril”, tendo se retirado no fim da sua vida para a sua terra natal, onde doou parte do seu espólio artístico.
Anteriormente, Cabanas havia feito o mesmo com o Barreiro, terra que escolheu para viver durante um longo período de tempo, acabando por falecer a 25 de Maio de 1995, no Hospital de Faro, no Algarve.