27 Junho 2024, Quinta-feira

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Barreiro: Plano a cinco anos quer dar nova vida à Mata da Machada

Barreiro: Plano a cinco anos quer dar nova vida à Mata da Machada

Barreiro: Plano a cinco anos quer dar nova vida à Mata da Machada

Mudar a localização do parque de merendas e arranjar o parque de estacionamento são duas da medidas “urgentes”

 

A relocalização do parque de merendas da Mata Nacional da Machada e a regularização e recuperação paisagística do parque de estacionamento, são duas das medidas consideradas “urgentes” pelo plano de acção da Reserva Natural Local (RNL) que o município barreirense apresentou na sexta-feira, e que juntou dezenas de interessados numa noite de reflexão sobre o futuro daquele que é considerado o “pulmão” do Barreiro. Bruno Vitorino, vereador que tutela a divisão de Sustentabilidade Ambiental, revelou que um dos objectivos da autarquia passa por aumentar a participação da população para “uma política integrada que valorize o espaço e os seus valores naturais, e que permita que as pessoas possam usufruir da riqueza da biodiversidade, da tranquilidade e da paz de espírito que estes lugares nos podem proporcionar”.

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Para além do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), da Capitania do Porto de Lisboa e da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), responsáveis por aquela reserva, a câmara barreirense “é uma entidade que complementa muito do que ali acontece desde 2005, quando criámos o Centro de Educação Ambiental”. Para o vereador “não faz sentido termos áreas naturais, mesmo que protegidas, onde o homem não entre”, afirmou destacando que o município quer precisamente o contrário e que aquela zona possua “acção que tenha presença humana, e que do ponto de vista da sensibilização ambiental, seja muito importante a frequência do espaço pelas pessoas, sobretudo dos mais novos, para ganharmos um sentimento de pertença”.

O plano, elaborado para um horizonte de cinco anos, assenta em quatro eixos considerados fundamentais. O primeiro sobre a valorização e conservação de valores naturais, seguindo-se a área da comunicação e educação ambiental, com a animação e a criação de publicações. O terceiro eixo diz respeito à visitação e o quarto à gestão e avaliação, que consiste em executar e monitorizar as acções daquele território, identificando o seu sucesso e a relação da RNL com os seus pares e milhares de utilizadores.

No que toca ao edificado existente na mata (estruturas que fazem parte da zona de promoção da visitação), a Câmara do Barreiro defende que devem ser ainda combatidas lacunas como a inexistência de um espaço de acantonamento para escoteiros, casas-de-banho de acesso público e infraestruturas de saneamento.

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O documento refere também a existência de acordos com entidades para garantir a recuperação e revitalização dos antigos viveiros, das casas de apoio e da Casa do Guarda, para “proporcionar um espaço de estadia aos visitantes”. Segundo a edilidade, outros espaços serão ainda alvo de intervenção para acolher as actividades de apoio à apicultura ou à produção de alimentos. Face ao “estado de degradação” destas edificações, está previsto que “seja necessário perto de 24 meses para a realização de estudos prévios (arquitectura e especialidade), projecto e obra” naquela que é uma das maiores zonas verdes da região.

População desconhece mata

De acordo com um inquérito realizado aquando do início da actividade da autarquia, apenas 10% da população do concelho reconheceu que conhecia a mata, com uma pequena percentagem a garantir que já a tinha visitado. Deste total, 90% ainda não tinha visitado o espaço. Decorridos 15 anos, segundo o autarca, 50% da população “ainda não conhece ou foi à Mata da Machada”.

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“A Machada é nossa e isso é muito importante quando queremos preservar o património natural”, destacou Bruno Vitorino, que salientou a dificuldade que “tivemos enquanto decisores políticos, em dar ênfase e para isso também precisamos de recursos, sejam eles humanos ou financeiros”, numa área do concelho com ligação histórica à época dos Descobrimentos, apelando à participação de todos para que se entenda “a ‘joia’ que ali temos e no que pode ajudar em toda a dinâmica socioeconómica” do Barreiro.

Finalmente, o vereador referiu-se à promoção da investigação científica, com a elaboração de vários estudos “que fomos fazendo ao longo dos anos para conhecer os valores naturais e a criação de áreas de recreio ao nível local. Com este Plano de Acção pretendemos colocar as pessoas a participar e planear, até porque as nossas actividades estão calendarizadas até ao final do ano e temos de trabalhar”, acrescentou, tendo defendido que é preciso perceber se “temos ou não fundos comunitários, porque na maior parte das vezes somos região da Área Metropolitana de Lisboa, mas estamos excluídos ao seu acesso. Os escoteiros têm sido colaboradores muito importantes e indispensáveis na valorização que temos vindo a fazer e temos policiamento gratuito quase 24 horas, com as muitas actividades nocturnas da Escola de Fuzileiros”, concluiu.

A RNL corresponde a 20 por cento do território do Barreiro.

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